Pra quem faz ou fez faculdade de direito, conhecer Coimbra provavelmente é um desejo comum. Além de possuir uma das universidades mais antigas do ocidente, a cidade é um charme: mescla bairros históricos, com áreas modernas, universitários com população de idade mais avançada e muitos pontos turísticos que atraem turistas do mundo inteiro.
Coimbra foi habitada pelos romanos, pelos árabes, e também foi lá que nasceu D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, que tornou Coimbra a capital do país.
Onde fica Coimbra?
Coimbra está a 200 quilômetros de Lisboa, mas nós fizemos sentido inverso, ou seja: começamos a viagem pousando em Lisboa, passamos por Estoril, Cascais, Sintra, Óbidos, Aveiro, Porto, Douro e só então chegamos em Coimbra.
Do Douro (cidade de Pinhão) até Coimbra são 183 quilômetros.
A estrada é muito boa e tranquila, como todas as demais pelas quais passamos. Na hora de alugar um carro, lembre-se da importância de contratar o Via Verde para poder passar nos pedágios sem preocupações, já que alguns dos pedágios não possuem guichê de atendimento.
Quanto tempo ficar em Coimbra?
Dois a três dias é tempo suficiente para conhecer o que Coimbra tem de principal.
Tivemos dois dias em Coimbra, mas o tempo não ajudou. Esse é o problema de contar com a sorte e reservar poucos dias para conhecer determinado destino.
Novembro é um mês chuvoso em Portugal, e Coimbra não nos recebeu tão bem, uma pena.
Em todas as demais cidades por onde passamos, pegamos tempo bom. Quando chovia, era pouco e não atrapalhava o roteiro. Porém, em Coimbra a chuva nos pegou de jeito, e com tempo fechado não deu para conhecer tudo da forma como foi planejado.
O que conhecer em Coimbra?
Além de passar um tempo curtinho a vida ao livre e caminhando por sua ruas tipicamente portuguesas do centro histórico, cheio de lojinhas, becos e tasquinhas, segue aqui uma lista dos principais pontos turísticos de Coimbra:
Universidade de Coimbra
Localizada na parte da cidade conhecida como “Alta“, sem dúvida é o principal ponto turístico da cidade. Para mim, impossível pronunciar o nome “Coimbra” e não pensar na universidade que, inclusive, foi considerada patrimônio mundial da Unesco desde 2013.
Fundada em 1290 pelo rei D. Dinis, o Estudo Geral era formado por 4 faculdades: Direito Canônico, Direito Civil, Artes e Medicina.
Primeiramente localizada em Lisboa, em 1308 foi transferida para Coimbra – no Paço de Alcáçova, atualmente chamado de Paço das Escolas.
De 1338 a 1354 e de 1377 a 1537 esteve novamente em Lisboa, todavia, em 1537, o rei D. João III fixou definitivamente a Universidade em Coimbra.
Atualmente a universidade possui 8 faculdades, que estão distribuídas por 3 polos acadêmicos. No Paço das Escolas continua funcionando a Reitoria, os serviços administrativos e a Faculdade de Direito.
Visitamos a universidade no final de semana, então não tivemos a oportunidade de ver os estudantes. Quem faz a visita em dias de aula, afirma que é muito curiosos vê-los passando com suas capas pretas, uma das tradições mantidas até hoje ali.
Você terá a oportunidade de conhecer todo o ambiente do Paço das Escolas, um complexo arquitetônico que foi o primeiro Paço Real de Portugal, onde nasceram e viveram os primeiros reis do país. A partir do século XVI, o local passou a ser sede das faculdades.
Os ingressos para visitação são comprados ali mesmo, na entrada, um pouco antes da Porta Férrea.
No interior do Paço, destacam-se a Biblioteca Joanina, a Capela de São Miguel, a Torre da Universidade, a Via Latina e a Sala dos Capelos (antiga sala dos tronos dos primeiros reis de Portugal).
De todos os ambientes mencionados, o mais imperdível é a Biblioteca Joanina. A primeira edição dos Lusíadas está lá (guardado na Caixa Forte da Biblioteca Geral).
A temperatura dentro da biblioteca é constante o ano todo, e na época em que era aberta aos estudantes, eles eram obrigados a andar de meias lá dentro.
Hoje algumas colônias de morcegos foram introduzidas na sala, pois auxiliam na preservação dos livros (alimentando-se de insetos que colocam a integridade dos livros em risco).
No piso inferior da Biblioteca funcionou uma prisão acadêmica, onde ficavam presos (1 ou 2 dias) os estudantes que quebravam o código de conduta da universidade. É possível visitá-la.
Do outro lado da universidade (já do lado de fora do Paço das Escolas), está o Museu da Ciência.
Mosteiro e Igreja de Santa Cruz
O Mosteiro está na baixa de Coimbra (parte histórica da cidade), foi fundado em 1131 pela Ordem de Santo Agostinho, e renovado no século XVI, por D. Manuel I.
Na Igreja de Santa Cruz foram sepultados os dois primeiros reis de Portugal, D. Afonso Henriques e D. Sancho I. Os túmulos localizados junto ao altar são da época manuelina.
A entrada é gratuita.
Sé Velha
Sua construção teve início em 1139, por Afonso Henriques. É um edifício imponente e lembra a entrada de um castelo.
Lá foi sepultado D. Sesnando, que foi governador da cidade antes de D. Afonso Henriques.
A entrada custa 2,5 euros.
Para quem gosta de visitar monumentos religiosos, outra sugestão é a Sé Nova, inaugurada no final do século XVII pelos jesuítas, com elementos barrocos.
A entrada custa 1 euro.
Museu Nacional Machado de Castro
Trata-se do museu mais importante de Coimbra e ocupa as antigas instalações do Paço Episcopal de Coimbra, onde funcionava a antiga Igreja São João de Almedina.
No piso inferior do Museu está o criptopórtico romano, que no passado suportava o fórum romano (são as ruínas da antiga cidade romana).
A entrada no Criptopórtico custa 3 euros e a entrada completa no Museu custa 6 euros.
Mosteiro de Santa Clara a Velha e a Nova
Do outro lado do Rio Mondego, está o convento gótico foi fundado pela Rainha Santa Isabel no século XIV, mas as ruínas ainda podem ser visitadas.
A região do Largo da Sé Velha é cheia de bares universitários, sendo os mais famosos: o Cabido e o Bigorna.
A entrada no Mosteiro custa 4 euros.
No século XVII foi construído (em estilo barroco) um novo Mosteiro de Santa Clara, que veio para substituir o anterior. É lá que atualmente está o sepulcro da Rainha Santa Isabel.
A visita total ao complexo custa 5 euros.
Quinta das Lágrimas
Cenário do “Romeu e Julieta” português. Onde no passado foi a residência de Inês de Castro, hoje é um hotel.
Inês era o amor do futuro Rei de Portugal, Pedro e dama de companhia de sua esposa oficial, e acabou sendo assassinada a mando do pai dele, o Rei D. Afonso IV.
Reza a lenda que o local do assassinato foram os jardins da Quinta das Lágrimas.
A suposta fonte (e manchas de sangue nas algas) onde ela teria sido assassinada, ainda está lá permanece.
A entrada para os jardins custa 2 euros.
Dicas extras de Coimbra
Como sugestão de restaurantes deixo aqui: O Açude, Fangas Mercearia e Bar, Dux Taberna Urbana, àCapella, Tapa nas Costas, Zé Manel dos ossos (tasca), Solar do Bacalhau (tasca), Passaporte e Ristorante II Tartufo.
Almoçamos no restaurante Tapas nas Costas (foto 1 – tábua de queijos, 2 tapas – cogumelos e mil folhas de bacalhau à Brás = 30 euros) e jantamos no Ristorante II Tartufo (foto 2 – Porto tônica, cerveja, 2 pratos e sobremesa = 40 euros).
Como sugestão de hospedagem, fica o Hotel Oslo, simples (3 estrelas), mas muito bem localizado. O ponto forte do hotel é o rooftop – um terraço com uma das melhores vistas para a Alta de Coimbra, onde está a Universidade de Coimbra.
Grutas da Mira d’Aire
São as maiores grutas de Portugal, eleitas uma das 7 Maravilhas Naturais de Portugal, localizadas no Parque Natural da Serra de Aires e Candeeiros, ao lado do Santuário de Fátima (15 quilômetros de distância).
As grutas (11 quilômetros de extensão) foram descobertas no final da década de 1940 e fora abertas para visitação a partir de 1970. Na verdade, apenas uma pequena parte das grutas (600 metros) estão abertas a visitação e essa parte tem boa infraestrutura para os turistas.
Os outros 10,4 quilômetros são dedicados a estudos e a conservação de produtos nacionais.
A visita é guiada, com horários fixos. Vindo de Coimbra fizemos uma parada por lá antes de seguir para Lisboa.
O passeio tem início com um vídeo que conta sobre a formação das grutas e sobre sua descoberta. O próximo passo é passar pelo local onde os exploradores entraram pela primeira vez nas grutas.
A descida, hoje toda calçada, é feita por meio de 683 degraus. São inúmeras áreas diferentes e plataformas, muito interessante a formação de estalactites e estalagmites. Nunca tinha visitado uma gruta tão grande (isso porque só conheci um pedacinho muito pequeno da totalidade).
O ponto final do tour está a 130 metros de profundidade, mas o retorno é feito pelo elevador (a parte aberta a visitação é bem turística…).
O passeio tem duração total de 30 a 40 minutos e o grupo deve sempre caminhar juntos, pois a iluminação da gruta apaga periodicamente (se alguém ficar para trás, ficará no escuro).
A temperatura dentro das grutas gira em torno de 17 graus. Em razão da umidade, o recomendado é utilizar tênis (para não escorregar). Recomendo o uso de capuz ou chapéu para quem não quer molhar o cabelo, pois pinga bastante água dentro das grutas.
O bilhete para adultos custa 6,80 euros.
*A sugestão é combinar o passeio pelas grutas com o Santuário de Fátima, seguindo as dicas do blog “Ninho de Jiripoca”.
*O blog “Um dia em…” também contou tudinho como foi a experiência no Santuário de Fátima, inclusive sugerindo opção de hospedagem bem ao lado do santuário.
Confira também aqui no MV: Roteiro completo da viagem a Portugal.
Você gosta das minhas dicas? Então aproveita e segue também o @maladeviagem no Instagram, assim você poderá acompanhar todas as minhas viagens em tempo real!
Já se inscreveu no nosso canal? Se ainda não, aproveita para se inscrever agora: Blog Mala de Viagem no Youtube.
Agora o Mala de Viagem também está no TripAdvisor, com todas avaliações de cada experiência da viagem – aproveita e me segue lá também!
Hospedagem
Booking.comAluguel de carro
Rent CarsSeguro Viagem
Seguros PromoPassagens aéreas
Passagens PromoPasseios e ingressos
Get Your GuideChip Internacional
SimPremiumSalve esse post no Pinterest:
1 Comment
Pingback: Portugal e Espanha: quando ir, dicas de turismo e sugestão de roteiro