Egito

Cruzeiro pelo Rio Nilo: tudo que você precisa saber sobre essa opção de passeio no Egito

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Antes de começar minhas pesquisas pelo Egito, eu pensava que seria uma viagem difícil de planejar. Engano meu! Quando eu percebi que minha viagem seria dividida em três etapas (Cairo + cruzeiro pelo Rio Nilo + Mar Vermelho), foi muito fácil esquematizar um mapa mental e entender como seria todo o roteiro.

O cruzeiro pelo Rio Nilo é um dos passeios mais procurados no Egito. Mas não basta saber isso! É preciso entender se essa forma de conhecer os templos é pra você.

Eu optei por incluir o cruzeiro pelo Rio Nilo no meu roteiro de 13 dias pelo Egito, pois conclui que seria a forma mais prática e confortável de conhecer os templos e atrativos turísticos que se concentram, principalmente, entre as cidades de Aswan e Luxor. Confira os detalhes a partir de agora:

Por que optar pelo cruzeiro pelo Rio Nilo?

Uma viagem pelo Egito deve ser pensada e organizada por etapas:

A primeira etapa é a cidade do Cairo e região. Nessa parte da viagem, o turista tem a oportunidade de conhecer a capital do Egito, seus museus, mesquitas, igrejas, mercados, pontos turísticos em geral, além do complexo de Gizé (onde estão as três pirâmides mais importantes do país), Mênfis, Saqqara e, caso queira, um bate-volta até Alexandria.

A segunda etapa compreende, a grosso modo, tudo o que está localizado entre Aswan e Luxor + suas redondezas. Essa parte da viagem pode ser feita com locomoção área, terrestre ou marítima. Eu optei por fazer via cruzeiro pelo Rio Nilo.

A terceira etapa é a parte do merecido descanso (depois de tantas aulas de história, vai por mim: você vai adorar relaxar uns dias na praia, sem pensar em nada). Entram como opções mais procuradas: Hurghada ou Sharm el-Sheikh.

Claro que um roteiro pelo Egito pode incluir mais coisas, mas no geral, esse é o “esqueminha” que a maioria das pessoas procura quando visita o país.

Sobre o cruzeiro pelo Rio Nilo, o que eu posso te dizer é que eu também tive as minhas dúvidas sobre optar ou não por ele durante minha viagem.

O que me deixou “balançada” foi saber que os voos internos com a EgyptAir apresentam bom custo-benefício. O valor dos voos estava atrativo para as minhas datas e a duração era curta. Assim eu poderia pensar num roteiro mais ou menos desse jeito:

  • Cairo – Aswan – Luxor – Hurghada – Cairo: 4 trechos de avião, com duração entre 1h a 1h30min cada voo e custo aproximado entre R$ 300 – 350 cada trecho.

Além disso, considerando que eu valorizo a parte da hotelaria durante a viagem, eu teria a possibilidade de me hospedar em bons hotéis tanto em Aswan como em Luxor, além de conhecer os restaurantes de cada lugar.

Ok, essa seria uma boa opção, apesar de ser necessário fazer 4 vezes toda a “função aeroporto” – faz mala, vai para o aeroporto, despacha mala, embarca, raio x pra cá, raio x pra lá e blá blá blá. Eu acho cansativo fazer isso muitas vezes durante uma mesma viagem e isso me desestimulou.

Porém, além da “função aeroporto”, algo me fez repensar: para cada templo a ser visitado, eu precisaria incluir o tempo e a logística de deslocamento até o lugar. Na verdade eu não precisaria me preocupar com a logística, pois a EGP Viagens que organizou tudo pra mim, mas ainda assim eu teria que pensar nas idas e vindas da cidade até cada templo e isso demanda um bom tempo, pois o trânsito no Egito é complicado.

E foi aí que eu me dei conta que o cruzeiro pelo Rio Nilo seria a melhor opção para o estilo de viagem que eu estava buscando.

Escolhi um cruzeiro com duração de 3 noites, com embarque em Aswan e desembarque em Luxor. Durante o tempo de navegação eu poderia dormir, descansar ou curtir a piscina do navio. Quando o navio atracasse, seria a hora de visitar o templo da vez. Achei prático, pois me libertou da logística de deslocamento entre a cidade e os templos, que me tomaria tempo! Afinal, muito melhor esperar chegar no local dentro do navio do que dentro do carro (e, muitas vezes, só o tempo até sair da cidade e pegar a estrada, já é grande).

Além da facilidade no quesito “logística”, quando você opta por fazer o cruzeiro pelo Rio Nilo, também não precisa se preocupar com alimentação, pois todas as refeições são feitas no navio, na modalidade “refeições inclusas” (café da manhã, almoço e jantar) – as bebidas são pagas à parte.

Quem quer facilitar a logística da viagem, deve escolher a opção cruzeiro pelo Rio Nilo para conhecer os templos na região entre Aswan e Luxor: com uma decisão você já resolve a hospedagem, toda a alimentação e o transporte de ida e volta até o passeio/templo.

Essa etapa da viagem é predominantemente histórica, então o que tem de principal para fazer são as visitas aos templos da região. Considerando isso, pensei: “qual a melhor forma para dar ênfase aos passeios?”, e a resposta: “fazendo um cruzeiro pelo Rio Nilo”. Decisão acertada!

Além de toda a questão prática, é importante lembrar que ao fazer seu cruzeiro pelo Rio Nilo, você terá a oportunidade de navegar pelo segundo maior rio do mundo, próximo ao deserto do Saara, que atravessa muitos países (Egito, Sudão, Sudão do Sul, Etiópia, Uganda, República Democrática do Congo, Quênia, Tanzânia, Ruanda e Burundi) e que foi o responsável por permitir que toda a história do Egito acontecesse.

O Egito é uma dádiva do Nilo”

(Heródoto) 

Navegar pelo “rio da vida”, como dizem os egípcios, é uma sensação única. Só de pensar em tudo que aconteceu ali ao longo da história, a energia já fica diferente. Então, além da praticidade, tem muito sentimento envolvido nessa escolha.

Cruzeiro – deck da piscina

Como são esses navios?

Se você já fez um cruzeiro pelo mar, não tente associar uma coisa com a outra, pois o cruzeiro pelo Nilo é bem diferente.

Os navios são pequenos e comportam cerca de 200 passageiros. Funcionam muito mais como um combinado de hotel + restaurante + terraço, do que como um centro de entretenimento e shows como os cruzeiros marítimos. A estrutura da maioria dos cruzeiros conta 5 andares.

Outra coisa que muda bastante é o movimento: enquanto o navio marítimo pode sofrer com o movimento das ondas do mar num dia de mar agitado, o cruzeiro pelo Rio Nilo é sempre tranquilo – achei a movimentação do barco praticamente imperceptível. Isso é algo a ser considerado como fator positivo para quem sofre com enjoos durante a navegação.

Os navios são, em regra, padronizados. Cada um tem seu nome próprio e detalhes que lhes diferenciam, mas no geral o padrão entre eles segue a mesma linha.

Você pode ouvir dizer que são “cruzeiros de luxo” – cuidado com essa classificação para não se frustrar. Na realidade, a maioria desses navios não se classificam na categoria luxo, mas oferecem o conforto necessário para esses dias de viagem.

Se quiser realmente navios da categoria luxo, pesquise as opções oferecida pela Oberoi, como o Oberoi Philae e o Oberoi Zahra, ou o navio Nile Adventure, da Sanctuary Retreats.

O quarto era espaçoso, inclusive, muito mais espaçoso do que a cabine interna do cruzeiro Royal Caribbean que fiz em janeiro de 2020. A cama também era bem confortável.

A limpeza também não deixou a desejar. O padrão egípcio de limpeza, sob minha ótica pessoal, costuma ser inferior quando comparado aos padrões brasileiros. A despeito disso, a limpeza do navio era boa. Não tenho do que reclamar! E, o mais importante: o navio não tinha odor de cigarro, como pode acontecer (infelizmente com maior frequência que se imagina) com hotéis no Egito, onde fumar dentro do quarto ainda é permitido por muitos.

As refeições são inclusas (café da manhã, almoço e jantar) e todas elas servidas no restaurante (só havia um restaurante dentro do navio), no sistema buffet livre. Achei a comida bastante semelhante aos hábitos diários do brasileiro, então para quem tem restrições em relação a comidas diferentes, não haverá problema. A sensação era que eu estava me servindo em um restaurante comum de self-service no Brasil (com uma dose extra de óleo, não posso negar).

Sobre as refeições, a observação que faço é para chegar sempre no primeiro horário e se servir tão logo os pratos foram preparados. E é uma dica não apenas para essa situação em particular, mas para todas as vezes que optar por um restaurante no sistema buffet.

As refeições estão incluídas, mas as bebidas são pagas ao final do cruzeiro (pelo menos no meu navio funcionava assim).

No terraço existe uma área de lazer com mesas, cadeiras de piscina. É um ambiente gostoso para relaxar enquanto navio está navegando.

O último ambiente do navio é o bar/lounge: nesse espaço acontecem as festas e toda noite tem uma programação diferente.

Não tem internet no navio, mas eu estava com o chip de internet SimPremium e tive internet em boa parte da viagem, ressalvados alguns pontos de navegação, longe de cidades, quando realmente não havia torre/sinal 4G.

Não viaje sem internet no celular! Eu sempre viajo com o chip de internet da SimPremium, que chega na minha casa antes da viagem. Assim, já embarco com o chip, ativo ele na hora que meu avião pousa no destino e não enfrento problemas com falta de internet na viagem. Leitor do blog MV tem 20% na aquisição do chip de celular SimPremium ao utilizar o cupom “maladeviagem”. Clique aqui para pedir o seu!

Algumas sugestões de navios para o seu cruzeiro:

Como funciona o cruzeiro pelo Rio Nilo?

Entenda que quando eu falo “cruzeiro pelo Rio Nilo”, estou me referindo à rota entre Aswan e Luxor ou vice-versa (aproximadamente 200 quilômetros). Existem outras opções de cruzeiros, mas aqui nesse post estamos falando daqueles navios que navegam entre essas duas cidades históricas do sul do Egito.

Luxor (que antigamente se chamava “Tebas”) já foi capital do Egito. Se existe uma cidade além do Cairo que definitivamente não pode ser deixada de fora do seu roteiro, essa cidade é Luxor, onde foram encontrados muitos tesouros arqueológicos.

As principais atrações de Luxor são: Templo de Karnak, Templo de Luxor e Templo da Rainha Hatshepsut e Vale dos Reis, que era a necrópole de Tebas. Mais uma opção super legal de passeio para se fazer em Luxor, é o voo de balão sobre o Vale dos Reis.

Aswan (que antigamente se chamava Taseti e depois Syene) é a cidade mais ao sul do Egito (alto Egito). Está situada na primeira catarata do Nilo, a quase mil quilômetros do Cairo. No passado era uma cidade comercial, rota de ouro, marfim, madeiras e especiarias. Já foi território Núbio e local de muitas disputas e conquistas territoriais.

As principais atrações de Aswan são: Templo de Philae, Vilas Nubias, barragem Alta de Aswan (só a passagem por ela já é o bastante para conhecer), Obelisco Inacabado. É a cidade ponto de partida para uma excursão até o Templo de Abu Simbel e também tem uma boa atmosfera para passeios de barco a motor ou feluca (embarcação à vela tradicional no Rio Nilo).

Portanto, ao optar por fazer um cruzeiro pelo Rio Nilo, você poderá escolher a rota que começa em Luxor e termina em Aswan, ou a rota que começa em Aswan e termina em Luxor, que foi a minha escolha.

Então, peguei um voo com a EgyptAir do Cairo até Aswan, dormi uma noite em Aswan, no Sofitel Legend Old Cataract, e no dia seguinte embarquei no cruzeiro.

O embarque foi feito na hora do almoço e a primeira refeição dentro do navio foi o almoço. Basicamente, fizemos check-in no navio, almoçamos e depois já fomos para o quarto/cabine.

Nesse primeiro dia o navio fica no porto de Aswan, então não tem navegação.

Esse dia pode ser usado para visitar o Templo de Philae, fazer o passeio de feluca do Rio Nilo e visitar uma Vila Núbia.

A partir do dia seguinte o navio começa a navegar e, no próximo tópico, vou descrever os passeios que você pode fazer durante todo o percurso.

Além do sentido da rota, é possível escolher a duração do cruzeiro: 3, 4 ou 7 noites. Geralmente funciona assim:

  • Cruzeiro pelo Nilo – rota Aswan para Luxor – duração de 3 noites (segue o curso do rio, por isso é mais rápido);
  • Cruzeiro pelo Nilo – rota Luxor para Aswan – duração de 4 noites (“sobe” o rio, por isso demora mais);
  • Cruzeiro pelo Nilo – rota completa (ida e volta – Luxor para Aswan e Aswan para Luxor ) – duração de 7 noites.

*As partidas acontecem sempre em dias determinados da semana.

Eu acho melhor a opção que fiz (3 noites – rota Aswan para Luxor), pois assim você começa do último ponto base (Aswan) e vai retornando, aproximando-se do Cairo ou de Hurghada. Além disso, 3 noites é o suficiente para esse trajeto (mais do que isso eu acharia enjoativo, pois o cruzeiro é pequeno e não tem muito o que se fazer).

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Os passeios do percurso

Vou descrever os passeios seguindo a ordem do cruzeiro que fiz, que começou em Aswan e finalizou em Luxor. Se você fizer o sentido oposto, obviamente, os passeios serão realizados na ordem oposta.

Para ficar mais didáticos, vou dividir a lista entre: passeios enquanto o barco está em Aswan; passeios enquanto o barco está navegando entre a cidade de partida e o destino final; passeios enquanto o barco está em Luxor.

Passeios enquanto o barco está em Aswan

Fizemos o check-out no hotel Sofitel Legend Old Cataract e o motorista + guia da EGP Viagens (que falava português) já estava nos aguardando para começar os passeios.

*O mesmo guia nos acompanhou durante todo o cruzeiro, na opção “tour/guia privativo” (não era um grupo nem excursão).

Ainda era 9h horas da manhã e o check-in no navio seria apenas ao meio dia. Portanto, essa parte da manhã foi usada para visitar o Templo de Philae, da Deusa Isis.

Dedicado à deusa do amor, o Templo de Philae é um dos mais lindos do Egito. Localizado em uma pequena ilha, é preciso pegar um barco para chegar, detalhe confere uma dose de encanto extra esse lugar.

Barquinho que leva até o Templo de Philae

Philae era uma das ilhas do rio Nilo, a aproximadamente 7 km de Aswan. Quando a barragem de Aswan foi construída, parte do ficou submerso, sendo necessário sua transposição para um local mais alto. Assim, o templo precisou ser transferido para a ilha vizinha de Agilika, fazendo parte de um projeto da UNESCO, que teve como objetivo salvar o patrimônio histórico do Egito, ameaçado de ficar submerso.

Na verdade, o Templo de Philae é um complexo de templos. Philae ganhou destaque durante a Dinastia Ptolomaica como o centro do culto da deusa Ísis. O complexo Por foi um dos últimos templos remanescentes do politeísmo egípcio, sobrevivendo inclusive após a chegada do cristianismo no Egito, fechando apenas em 550 dC. 

Templo de Philae

Depois da visita ao templo, passamos em uma loja de perfume e essências para eventuais compras e, na sequência, seguimos para fazer o check-in no navio.

Tudo foi agilizado pelo nosso guia, então logo que chegamos no navio já ficamos liberados para almoçar e depois descansar um pouco, até início dos passeios programados para o período da tarde.

O passeio da tarde foi marcado para 15h30min, pois o calor em Aswan (era segunda quinzena de maio/2022) estava intenso e o termômetro marcava mais de 40ºC.

Iniciamos o tour com um passeio de feluca (barco à vela típico) pelo Rio Nilo, que é uma experiência muito agradável, pois apesar do calor que fazia na cidade, a temperatura muda significativamente quando você está no rio. Coloquei a mão na água para tentar entender de onde vinha aquele frescor e, para minha surpresa, notei o quanto a água do Rio Nilo é fria, apesar das altas temperaturas no país.

Acho que o passeio de feluca durou em torno de 40 minutos e, então, trocamos de barco. Trocamos o barco à vela por um barco a motor que nos levou até uma Vila Núbia.

Mas antes de chegar na Vila Núbia, passamos pelo Jardim Botânico de Aswan (localizado na ilha de Kitchener e composto por plantas de espécies do mundo inteiro), pela Ilha Elefantina, onde fica o Hotel Movenpick, e pelo Mausoléu de Aga Khan e tumbas de nobres e faraós do Médio Império. É possível descer para conhecer o local de perto, mas não descemos e seguimos nossa navegação.

O local da atual cidade de Aswan, no alto Egito, já foi território núbio durante o império egípcio. Portanto, Núbia era a região que ficava ao longo do rio Nilo, entre o Egito e o Sudão, uma das civilizações mais antigas da África (estamos falando de mais de 4.500 anos).

A comunidade Núbia está localizada na ilha de Gharb Soheil e é um dos passeios para se fazer em Aswan, interessante para aprender um pouquinho sobre suas tradições e costumes locais, que perduram a milhares de anos.

A vila é colorida, com predominância da cor azul na fachada das casas. A arquitetura faz uso de materiais naturais, como o barro. Em cima de cada casa há um teto em forma de cúpula, cujo objetivo é distribuir o calor do sol de forma igualitária dentro da casa.

A forma triangular também tem significado: representa as três fontes de vida mais importantes. O triângulo verde representa a terra, o triângulo amarelo representa o sol e o azul representa o céu e o Nilo. Além das formas, os núbios pintam as paredes das casas com desenhos de barcos, camelos, palmeiras e crocodilos, além de decorarem os lares com artesanatos. 

O símbolo mais marcante da vila Núbia é o crocodilo, criado como animal de estimação do povo núbio. Os animais ficam presos no interior da casa e as condições às quais são submetidos, causa sentimento de tristeza, pois os crocodilos estão sujeitos à manifesto sofrimento, visto que são mantidos presos em um espaço pequeno para o seu tamanho.

Apesar da minha opinião contrária, cabe a mim, como turista, respeitar a cultura local, visto que se trata de uma prática milenar, repetida em todas as casas locais, independente da presença dos turistas.

A Vila Núbia é um bom local para comprar artesanato, acessórios e especiarias.

Retornamos da Vila Núbia no final da tarde e ainda deu tempo de assistir o por do sol do terraço do navio. O fim de tarde no Egito é sempre um espetáculo à parte! O sol é muito alaranjado, lindo de se ver.

Por do Sol no Nilo

Passamos a noite já dentro do navio, porém com o barco atracado no porto de Aswan. Essa programação é necessária, pois Aswan é a cidade mais perto do Templo de Abu Simbel, o passeio que foi feito na madrugada do dia seguinte.

No dia seguinte acordamos 3 e meia da manhã para sair às 4 horas com destino a Abu Simbel, que fica às margens do Lago Nasser, quase na fronteira do Egito com o Sudão e é considerado, por muitos, o templo mais incrível do Egito.

Não vou negar que o passeio se torna cansativo, já que são 4 horas para ir e mais 4 horas de viagem para voltar. Porém, é o tal do passeio cansativo que tem que fazer, pois é realmente um templo imperdível.

O templo de Abu Simbel compreende, na verdade, dois templos construídos pelo maior dos faraós do Egito Antigo, Ramsés II. Os templos foram construídos para transmitir o poder dos governantes do Egito a qualquer povo que colocasse os olhos aquele território.

As grandes estátuas de Ramsés II e da sua esposa preferida Nefertari, que adornam as fachadas, são, sem dúvida, uma das obras mais incríveis que alguém pode contemplar em vida. As quatro estátuas que guardam a entrada para o maior templos são as maiores esculturas existentes desde a era faraônica.

Em 1813 o templo de Abu Simbel foi redescoberto pelo explorador suíço John Lewis Burckhardt, pois as areias do deserto já tinham coberto quase tudo, exceto os topos das cabeças das imensas estátuas de Ramsés II que estão na entrada.

Tal como o Templo de Philae, o templo de Abu Simbel precisou ser transferidos para que não ficasse submerso.

Templo de Abu Simbel

Passeios enquanto o barco está navegando entre a cidade de partida (Aswan) e o destino final (Luxor)

Retornamos na hora do almoço e depois tivemos um tempo para descanso enquanto o barco navegava até o templo de Kom Ombo, dedidado ao deus Sobek (crocodilo), localizado a a 45 km de Aswan.

O templo de Kom Ombo tem mais de 2 mil anos e foi construído às margens do Rio Nilo durante a dinastia ptolomaica.

A curiosidade é que se trata do único templo do Egito dedicado a duas divindades: o lado direito é dedicado ao deus crocodilo Sobek (deus criador do mundo) e o lado esquerdo, ao deus falcão Horus (deus dos céus).

A segunda curiosidade do templo de Kom Ombo é o “nilômetro”, que acompanhava o nível da água do rio em determinado período, para depois medir quanto de imposto seria cobrado da população (mais imposto se a cheia foi boa e permitiu uma agricultura próspera).

Começamos o dia seguinte na cidade de Edfu para visitar o templo de Horus – falcão (deus dos céus), filho de Ísis (deusa do amor) com seu irmão-marido Osíris (deus da vida após a morte).

As paredes do templo de Horus possuem numerosas figuras, inscrições e hieróglifos com informações sobre os períodos históricos de sua construção, com detalhes sobre a mitologia, a região, forma de vida no Egito Antigo e até mesmo fórmulas de remédios e essências utilizadas até os dias atuais.

Templo de Hórus

Após Edfu, o navio seguiu navegando até Luxor e antes passou por Esna, um pequeno vilarejo localizado a 60 km ao sul de Luxor.

Alguns navios atracam em Esna para que os turistas possam conhecer o templo de Esna, dedicado ao deus Khnum, o criador do universo e um dos deuses mais antigos do Egito (representado pela figura de um homem com cabeça de carneiro) é o criador do universo.

O meu cruzeiro não parou em Esna, seguindo viagem até Luxor. Embora eu não tenha tido a oportunidade de conhecer o templo de Esna, a verdade é que eu não achei ruim o navio ter seguido direto para Luxor, pois assim tive mais tempo na principal cidade do sul do Egito.

Os navios que param em Esna, deixam o dia seguinte, em Luxor, muito corrido para quem quer visitar todas as atrações da cidade.

Para sair de Esna em direção a Luxor, o navio atravessa por uma eclusa. É um momento interessante da viagem e muitas pessoas sobem até o terraço para conferir como o navio consegue passar por um canal tão estreito.

Eclusa em Esna

Passeios enquanto o barco está em Luxor

Chegando em Luxor, visitamos o templo de Karnak e depois o templo de Luxor.

O templo de Karnak é o maior templo do Egito e foi construído por muitos faraós entre os anos 2200 e 360 a.C. (cada um que passou, deixou sua marca).

O Templo de Karnak contém em seu interior o grande templo de Amon, além de outros templos menores, capelas e o grande lago sagrado. Os faraós mais importantes que intervieram em sua construção foram Hatsepsut, Seti I, Ramsés II e Ramsés III.

Na entrada do templo há 40 esfinges com cabeça de carneiro. É o começo da Avenida das Esfinges, que chegava até o templo de Luxor e até o rio Nilo.

Após o templo de Karnak, visitamos o templo de Luxor, patrimônio mundial da UNESCO desde 1979.

O templo foi construído com arenito durante o Império Novo e faz parte do conjunto de templos do Egito Antigo mais bem preservados. Era dedicado aos deuses Amon, Mut e Chons.

Foi construído a mando do faraó Amenhotep III, mas ao longo dos séculos passou por ampliações: primeiro por Ramsé II e posteriormente por Tutemósis III e Alexandre o Grande. As obras no templo cessaram somente durante a era era muçulmana, o que faz dele o único templo com influências faraônicas, greco-romanas, islâmicas e coptas.

Templo de Luxor

Como o destino final do navio é Luxor, então quando o barco atraca no porto de Luxor, significa que acabou a navegação, porém, a ainda haverá uma última noite do cruzeiro.

Na manhã seguinte é a oportunidade de fazer o voo de balão sobre o Vale dos Reis. Tínhamos o passeio agendado, mas infelizmente as condições climáticas não permitiram. Tal como acontece na Capadócia, quando as condições não estão ideais, todos os passeios de balão do dia são cancelados e o dinheiro já pago é devolvido aos turistas.

Além do voo de balão, foi nesse último dia de cruzeiro que fizemos o passeio pelo Vale dos Reis e templo de Hatshepsut.

O Vale dos Reis era a necrópole de Tebas (atual Luxor), local de sepultamento dos faraós e nobres do Novo Império (a partir de 1.550 a.C – 3 dinastias – durou cerca de 500 anos), que se tornou Patrimônio Mundial da Unesco em 1979. Até hoje, 63 tumbas já foram encontradas. 

A tumba de Tutankamon, uma das últimas descobertas, tornou-se a mais famosa de todas porque foi encontrada intacta, com todas as riquezas do faraó em seu interior. Para visitar a tumba de Tutankamon é necessário comprar um ingresso adicional, que custa 300 EGP (R$ 84).

O Vale dos Reis, ao meu ver, é o atrativo com melhor estrutura para recepção dos visitantes. Como o vale é imenso, o acesso ao local das tumbas abertas para visitação (não são todas) é feito através de trenzinhos elétricos.

O ingresso dá acesso à visitação de 3 tumbas. Algumas tumbas não entram nesse combo e precisam ser pagas à parte, como a tumba de Tutankamon, que vale a pena tanto pela história de sua descoberta como pelo fato de que a tumba do faraó está lá.

O segundo passeio do dia foi a visita ao templo de Hatshepsut.

O Templo da Rainha Hatshepsut, também chamado de Djeser-Djeseru,  é um templo mortuário do projetado pelo arquiteto real Senenmut. Foi construído para o faraó da Décima Oitava Dinastia – a rainha Hatshepsut e dedicado a ela e ao deus Amon Rá.

Hatshepsut foi a segunda faraó feminina que governou o Egito, a primeira foi Sobekneferu. Hatshepsut assumiu o reinado do Egito em 1470 aC. Ela e sua irmã Nefrubity, eram filhas de Tutmose II e de Ahmose.

egito
Templo de Hatshepsut

Por fim, uma pausa rápida para ver os Colossos de Mêmnon e assim finalizamos todos os passeios programados para Luxor.

Depois de Luxor, seguimos para Hurghada.

Aqui eu fiz um breve relato do roteiro feito pelo cruzeiro e todos os pontos de parada. Todavia, além dessa leitura, recomendo que você confira os Stories, que estão salvos nos destaques do Egito no meu perfil @maladeviagem, pois o conteúdo está muito bom, com fotos, vídeos, informações práticas e históricas sobre cada templo, que vão complementar muito bem o que você leu aqui nesse post.

Informações úteis sobre o cruzeiro pelo Rio Nilo

  • O cruzeiro pode ser comprado diretamente com uma agência de viagens, como fizemos (toda nossa viagem foi organizada pela EGP), Booking.com (que oferece algumas opções de cruzeiros, como eu descrevi no decorrer do post) ou no site oficial da empresa, a exemplo do da rede Oberoi e Sanctuary Retreat, que são os navios de luxo que operam no Nilo.
  • O meu “pacote de cruzeiro” incluía também a entrada nos templos. Só tive que comprar à parte a entrada para a tumba de Tutankamon no Vale dos Reis. Isso varia: tem pacotes que não incluem a entrada nos templos, então se certifique com sua agência na hora da compra.
  • As gorjetas durante o cruzeiro ficaram a cargo da agência também. No início da viagem combinamos um valor total a ser distribuído aos prestadores de serviço durante a viagem e o guia se encarregou disso. Apenas a gorjeta do guia que demos em mãos ao final do cruzeiro (o valor fica a critério de cada um).
  • As refeições no barco não variam muito de um dia para outro. Porém, como o tempo de duração da viagem é curto, isso não foi um problema. Quando o barco está parado no porto de Aswan ou Luxor, se você quiser, pode conversar com o seu guia sobre a possibilidade de comer fora do navio também. Pensamos em fazer isso no último jantar em Luxor, mas como tínhamos o voo de balão no dia seguinte, preferimos dormir cedo. Acabou que o tempo não permitiu o voo e, no final das contas, daria para ter conhecido um restaurante da cidade e dormido mais tarde.
  • A visita aos templos funcionava assim: quando chegávamos no local, o guia passava todas as informações (fazíamos a parte do tour guiado), depois ele nos concedia um tempo livre para passear pelo templo, tirar fotos e fazer vídeos. Funcionou muito bem assim e não tivemos problema com falta de tempo (mesmo desempenhando a função turista e a função blogueira, deu tempo de fazer tudo).
  • Não tem internet wi-fi disponível gratuitamente no barco, mas com o chip de internet SimPremium, tive internet em boa parte da viagem, ressalvados alguns pontos de navegação, longe de cidades, quando realmente não havia torre/sinal 4G.

Não viaje sem internet no celular! Eu sempre viajo com o chip de internet da SimPremium, que chega na minha casa antes da viagem. Assim, já embarco com o chip, ativo ele na hora que meu avião pousa no destino e não enfrento problemas com falta de internet na viagem. Leitor do blog MV tem 20% na aquisição do chip de celular SimPremium ao utilizar o cupom “maladeviagem”. Clique aqui para pedir o seu!

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Wanderlust por natureza, no meu tempo livre estou sempre programando uma nova aventura ou experiência, pois acredito que a melhor viagem é sempre a que está por vir!

2 Comments

  1. Maurilio Ângelo Soares Reply

    Excelente matéria sobre o cruzeiro Aswan Luxor. Ficarei 18 dias no Egito em maio com 2 dias completos em hotéis de Abu Simbel, Aswan e Luxor. Gostaria de um cruzeiro de apenas uma noite saindo de Aswan para Luxor e com parada em Kom Ombo e Esna. Pode me informar se há?
    Agradecendo sua atenção,
    Maurilio Ângelo Soares

  2. Geisa Navarro Reply

    Obrigada por todas as informações, muito completo, não deixa dúvidas.
    Agora é só realizar esta sonho!
    Eu optei pelo roteiro em grupo, vi que é praticamente o mesmo que você fez, não vou ter as mesmas instalações de hotéis mas consegui um preço muito conveniente com tudo incluído.
    Estou contando os dias!

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