Manter a dieta na viagem… Seria isso possível? Pois é, a reposta não é tão simples quanto parece, e envolve “n” fatores. No post de hoje vamos analisar tudo que envolve esse binômio “dieta x viagem” e definir quando vale à pena recusar ofertas alimentícias aparentemente irrecusáveis, e quando a melhor opção é mesmo cair de boca na tentação.
Prazer, sou a Anna, Defensora Pública, blogueira de viagem e healthy lifestyle (pelo menos na maioria das vezes). E unir tudo isso dá um baita trabalho!
Quando chego cansada depois de uma tarde inteira de audiências, geralmente minha vontade real é atacar uma bela panela de brigadeiro e assistir Netflix como se o mundo acabasse por ali mesmo. But… respiro fundo, esqueço o brigadeiro e vou escrever pro blog, como agora, iniciar um novo projeto, publicar um post, estudar SEO, sei lá… Só sei que todos os dias, chego do trabalho e vou trabalhar (mas agora com algo que me dá um prazer imenso).
Ok, no dia a dia pode ser fácil tirar o foco da comilança e pensar em produtividade e novos planos, mas e quando estou viajando? Mantenho dieta? Faço muitas restrições? Engordo?
E a resposta, como eu adiantei no início, realmente depende de inúmeros fatores, que eu vou tentar “ilustrar” no post de hoje, conforme o caso.
Dieta em viagem de férias
Quando eu falo em dieta, estou apenas me referindo àquela rotina alimentar saudável que você costuma seguir no seu dia a dia. Não estou falando de regime, mas somente daquela forma de alimentação que você aprendeu na sua reeducação alimentar em alguma fase da sua vida, ok?
Eu tenho sessenta dias de férias por ano, além do recesso forense de mais uns dezessete, dezoito dias. São, portanto, uns setenta e sete/oito dias de férias por ano.
Imagina se em todas minhas viagens de férias (em média de 5 a 7 por ano) eu resolvesse pensar: “dane-se a dieta, estou de férias mesmo”? Sem dúvida a parte “healthy lifestyle” da minha apresentação já teria desaparecido há um bom tempo.
Pois daí que seria quase ¼ do ano furando a dieta… E não, eu não tenho uma genética abençoada, não sou sortuda e já pesei quase 10 quilos a mais do que peso hoje. Às vezes a pessoa fala pra mim: “a… mas sua genética é boa”. Eu respiro, sorrio e aceno! Apenas isso…
Então, a menos que você faça somente uma “viagem de férias” por ano (e não pode ser muito longa), não recomendo a estratégia do: “aproveita que tá de férias!”, pois as consequências podem ser avassaladoras.
Dieta conforme o estilo da viagem
Cada viagem tem sua peculiaridade e, com elas, as escolhas e renúncias.
Só a título de exemplo, fiquei 49 dias nos EUA em 2016/2017 e voltei pensando exatamente o mesmo. Claro que provavelmente a composição corporal tenha mudado um pouco, mas não senti nenhuma diferença evidente.
Posteriormente, em 2017, passei 40 dias na África do Sul e voltei com uns 4 quilos extras e uma calça estourando!
Não me arrependo de ter voltado dos EUA com o mesmo peso (tenho muito orgulho disso, inclusive), mas também não arrependo de ter voltado redondinha da África do Sul, porque nos dois casos aproveitei as viagens exatamente como eu queria, como me fez feliz (claro que depois sofri uns 3 meses seguidos no pós África do Sul, e isso foi bem chato).
E o que mudou no estilo entre essas duas viagens? Simples:
Nos EUA, além de ser uma época em que eu estava muito focada nos treinos e na dieta, eu optei por passar 45 dias vivendo como um “residente no país”. Eu fazia compras no mercado, preparava minha comida, optava por produtos saudáveis, comia mais saladas quando ia a restaurantes, fazia atividade física diariamente e comprei até uma balança na farmácia para ter certeza que as coisas estavam sob controle.
Mas nem por isso fiquei bitolada e não curti a viagem. Eu aproveitei para comer todas as coisas saudáveis que são caríssimas no Brasil e lá custam bem mais barato, como Kombucha, barras de proteína da Quest e da One, iogurtes zero e geleia sem açúcar e com ingredientes naturais, todas as berries do mundo, as famosas superfoods, os smothies… Fui muito feliz, porque adoro comer saudável!
Por outro lado, na África do Sul eu optei por conhecer o mais número de restaurantes deliciosos possíveis. Às vezes eu ainda nem estava com fome no jantar, de tanto que eu tinha comido no almoço, mas a reserva já estava feita e paga e eu não ia perder…
Eu não comia coisas industrializadas, com ingredientes ruins. Eu comia bem, comia saudável (exceto pela parte chamada “sobremesa”). O problema era a quantidade, sempre acompanhada de muito vinho também.
Outra observação importante é o meu gosto pessoal: eu não gosto da culinária norte americana, e mesmo restaurantes mais caros não costumam me agradar. Resumo: pagar 100 dólares numa refeição nos EUA não faz bem pro meu bolso, tampouco pro meu estômago.
Já a culinária da África do Sul me pegou de jeito. Gastei muito com comida lá, fato! Mas se eu fosse em restaurantes daquela qualidade no Brasil ou em outro lugar do mundo, com certeza eu gastaria muito mais, porque os custos de uma viagem àquele país ainda são menores.
Eu amo comer, mas não comer por comer. Eu amo comer bem. Então se o destino não me oferece a melhor oferta gastronômica, opto por dar preferência a outras coisas. Nos caso dos EUA, por exemplo, prefiro gastar menos com comida e investir nas comprinhas em outlet.
Portanto, a conclusão nesse tópico “dieta conforme o tipo da viagem” é a seguinte: identifique se sua viagem tem gastronomia como ponto forte. Se a resposta for positiva, então se liberte mais, tente perder uns quilinhos antes de ir (para ter um crédito), ou se comprometa a focar na dieta quando voltar e tudo dará certo. O segredo é não pirar.
Mas Anna, eu gosto de “comer em viagens”, e não importa pra onde é essa viagem ou se a culinária é boa. E agora? O que eu faço?
Bom, esse é um post sobre dieta em viagem, então um mínimo de esforço será necessário da sua parte. Faça escolhas, estabeleça prioridades entre café da manhã, almoço e janta e o principal: caminhe muito todos os dias! Xô preguiça!
Dieta conforme a duração da viagem
Outra variante interessante, é analisar a necessidade ou não de manter muito ou pouco o foco na dieta conforme a duração da sua viagem.
Se eu vou fazer uma viagem de final de semana ou durante um mero feriado, abro mais exceções do que quando viajo pra passar o mês.
E a razão pra isso é óbvia: se você já vem numa boa rotina de treinos e dieta saudável, não serão 3, nem 5 dias que te farão perder a linha pra nunca mais voltar.
Nesses casos de viagens curtas, eu me policio bastante nas semanas que antecedem a viagem, e aproveito sem muitas restrições durante os dias de passeio.
Inclusive, um estilo de viagem bem frequente em finais de semana e feriados no meu calendário, são as idas para São Paulo e Rio de Janeiro, e o ponto alto dessas viagens é sempre a gastronomia: conhecer restaurantes novos, tomar vinho, comer sobremesa.
Como tudo na vida é equilíbrio, se no jantar eu vou num restaurante menu degustação onde se paga preço fechado para comer todos os pratos que vierem, então no almoço eu procuro uma opção mais leve, sem carregar muito no carboidrato e no açúcar.
No meu dia a dia incluo pequenos lanches (lanche da manhã e lanche da tarde), mas nas viagens geralmente os excluo, pois acabo comendo mais no café da manhã e almoço, então não sinto necessidade do lanche.
Todavia, sempre tenho uma barra de proteína, whey, uma fruta ou castanhas na bolsa, pois se acontecer de sentir fome e a próxima refeição ainda estiver longe, não corro o risco de fazer escolhas erradas.
Mas atenção para esse lanche viu? Não adianta nada colocar “bolacha integral” ou “barrinha de cereal” cheia de açúcar na bolsa e achar que vai ser saudável. A ideia é fugir dos industrializados e optar por alimentos de alto valor biológico (exemplo: fruta seca + castanhas).
Se estou na praia, por exemplo, dá pra tomar uma água de coco, comer um milho, sem problemas. Passar fome também não vira.
Investir na ingestão de água também é fundamental. Quanto mais água, melhor! Outra coisa que também não viajo sem, são meus probióticos.
O que pra mim ainda é difícil, mas já consegui melhorar bastante, é em relação ao café da manhã. Renegar as infinidades de pães não é tão fácil quanto parece (mas quem disse que parece fácil, né?).
Então, novamente faço um balanço de como foi meu jantar na noite anterior e como serão minhas próximas refeições naquele dia. Assim fica até mais fácil dizer não para a fatia de bolo de chocolate…
No caso das viagens mais longas, como eu disse no tópico anterior, já tive as duas experiências: ser mais regrada e ser a louca que aceitava tudo. Então depende do que você quer para aquela viagem e para aquele momento da sua vida. No primeiro caso eu voltei orgulhosa de ter sido determinada, no segundo caso eu tive que suar a camisa depois, mas o importante é que tudo deu certo no final.
Nas duas viagens eu fui muito feliz, e mesmo mantendo o mesmo peso em 45 dias nos EUA, não deixei de comer hambúrguer (2 vezes) nem cheesecake (várias vezes, porque é meu doce preferido – claro que eu sempre dividia com Rodrigo, mesmo porque era muito grande).
Assim, o mais importante para não se frustrar, é decidir com antecedência o que você irá priorizar naquela viagem, porque ir com a ideia de manter dieta e, chegando lá, fazer tudo diferente, acho que é o pior cenário, pois isso gera culpa e culpa faz engordar dobrado.
Dieta conforme a satisfação pessoal com seu corpo e sua saúde
Quem me vê aqui falando, não imagina que eu tenho várias neuras também.
Se de um lado eu estou feliz com meus hábitos e vida saudável, por outro sinto que muitas vezes coloco uma pressão exagerada sobre mim mesma, do tipo: “na foto que tirei no lugar x ano passado, eu estava mais em forma/mais magra/menos inchada (etc., etc., etc.) do que a foto de agora”.
E isso é uma patifaria sem tamanho, porque depois que eu chego e olho as fotos com calma, vejo que tá tudo certo e às vezes até gosto mais. Mas na hora que a foto foi tirada, nunca tá bom.
Não se engane com as fotos que você vê por aí, são tiradas no melhor ângulo, com a melhor luz e melhor postura (às vezes até sem respirar…).
Eu não uso programas para modificar minhas fotos (mesmo porque eu nem sei usar um photoshop), mas claro que a iluminação certa, por exemplo, por si só já gera uma baita diferença.
Como tenho a questão de sempre tirar muitas fotos pro blog ou pro Instagram, acabo levando isso em consideração também na hora de escolher o que comer, principalmente se é uma viagem de verão.
Viagens de praia = dieta pegando firme; viagens de frio = hum… que delícia esse chocolate quente, vou querer tomar de novo amanhã (e aí que mora o perigo).
Quando eu fui pra San Andrés, em 2017, eu levei uma bolsa cheia de comidinhas saudáveis (até chocolate 85% cacau tinha lá no meio) . Na época eu estava evitando açúcar, então ter minhas próprias opções em mãos, foi essencial para não cair em tentação toda hora.
Mas essas são as minhas neuras, e eu não quero passar elas pra você, até porque ninguém engorda do almoço pra janta… Mas que tem a questão de ficar mais inchada, e isso geralmente é inevitável, porque a rotina muda muito na viagem (voo, fuso, às vezes uma noite mal dormida…).
Portanto, deixando o “mimimi” de lado, acredito que a meta deva sempre ser direcionada a hábitos saudáveis, porque mais importante do que: “não vou comer tantos pães e bolos no café da manhã pra não ficar inchada nas fotos”, é: “não vou comer tantos pães e bolos no café da manhã porque não é saudável começar o dia já me entupindo de farinha branca e açúcar”.
E daí a conclusão é que, seja qual for sua motivação, o resultado será uma refeição com menos abusos, porque provar não tem problema, o que complica é o exagero.
Sabe aquele sorvete que deu vontade tomar mesmo já tendo comido outro doce no mesmo dia? Que tal dividir ele com a pessoa que está viajando com você. Dividir calorias é uma boa estratégia.
Dieta na viagem conforme restrições alimentares
Eu tenho intolerância à lactose há quase cinco anos. Com o tempo fui aprendendo a viver com isso, mas o que era pra ser um problema imenso, muitas vezes acaba sendo um motivo maior pra eu manter meu foco.
Hoje eu sei o quanto de derivados do leite que eu posso ingerir sem remédio algum, a quantidade que eu posso ingerir desde que tome a enzima lactase antes, e a quantidade de leite que nenhuma enzima na causa vai barrar o efeito da intolerância.
Como eu não gosto de tomar lactase toda hora (até porque não acho que o efeito é 100%), então me policio sobre a quantidade de derivados de leite que vou ingerir no dia. A meta é não ingerir nada, mas eu já disse como sou doceira, né?
Troquei o chocolate ao leite pelo amargo, o cappuccino pelo café, o sorvete pelo gelato sem lactose, além de ter cortado doces muito carregados no leite, como é o caso de sobremesas com doce de leite, leite condensado ou bolos cheio de leite.
Como resultado, na maioria das vezes, eu consigo fazer escolhas mais saudáveis e economizar calorias.
Embora eu não seja celíaca, também não reajo bem à ingestão de farinha branca. Então como resultado disso, muito difícil você me ver comendo pães e salgados. Troco por ovo ou tapioca, porque me sinto mais disposta do que quando consumo farinha.
Também não como frituras, não tomo cerveja nem refrigerantes. Já o vinho… encaro fortemente! Mas ok, porque não é sempre.
Dicas para aproveitar a viagem sem extrapolar a dieta:
- Antes de dizer “sim, eu aceito”, pergunte duas vezes pra você mesma se você realmente gosta e se você realmente quer comer aquilo naquele momento.
- Faça uma análise das suas opções e escolha em qual refeição você irá segurar um pouco e em qual você irá liberar mais. Uma vez definidas essas refeições, siga firme sua meta, seja persistente.
- Geralmente opto por fazer “café da manhã, almoço e janta” quando estou viajando, mas nem por isso deixo de ter um lanche saudável na bolsa (uma barrinha de proteína, uma fruta que peguei do café, uma fonte de gordura boa…), pois se a fome bater, eu tenho onde recorrer e não errar na escolha.
- Use a filosofia: “se é pra ingerir muitas calorias, que seja com algo muito gostoso”, tem que valer as calorias e o “meia boca” não vale à pena. Se pediu e não gostou, pode dar pro seu namorado, marido, amigo, porque homens geralmente comem, vão ao banheiro e emagrecem (rsrs).
- Não adianta não comer e ficar passando vontade, mas também não é bom comer e ficar se culpando. Faça sua escolha e defenda ela até o final.
- Divida as coisas. Não precisa comer tudo sozinha.
- Se a viagem for para lugar quente, opte por alimentos leves, pois além de mais saudáveis, provavelmente te darão mais disposição durante o dia.
- Se for a um restaurante japonês, opte por pratos sem arroz; se for a um restaurante à la carte e abusou na refeição anterior, escolha apenas uma proteína com legumes. Não precisa comer massa e risoto em todas as suas refeições.
- Divida a sobremesa (ou “esqueça” de levar a lactase hehehe).
- Pratique atividade física na academia do hotel (sim, academias dos hotéis são espaços para serem frequentados pelos hóspedes, sabia?).
- Caminhe muito e suba escadas. Não precisa pegar Ubber ou metrô para tudo que for fazer. Na minha viagem a Nova York e Paris, provavelmente a razão de ter voltado com o mesmo peso de quando embarquei, foram os 15 quilômetros diários. E essa foi uma viagem que não frequentei a academia nenhum dia e fiz várias refeições gordinhas – as caminhadas e os lances de escada salvaram! Mexa o corpo e mantenha o peso.
- E a dica final: equilíbrio! Não deixe de aproveitar um momento feliz porque está preocupada contando calorias, mas também não diga sim para tudo que aparece na sua frente, aprenda a definir quando vale à pena cair em tentação gastronômica e quando dá pra deixar pra lá.
Se nada ainda adiantar, entre no Instagram de uma blogueira fitness que você admira, da uma olhada nos últimos posts dela e se inspire!
#tamojunto porque é difícil pra mim também! Seja persistente!
Anna.