Argentina

Tudo o que você precisa saber antes de ir para a Argentina: documentos, câmbio, dicas de viagem

Pinterest LinkedIn Tumblr

Há muitos anos a Argentina vem sendo um dos destinos mais procurados por brasileiros, seja pela proximidade com o Brasil, facilidade de acesso, ingresso ou idioma. Mas essa procura aumentou ainda mais no cenário pós pandemia, principalmente em virtude da alta do dólar e desvalorização do peso argentino. Se Argentina está nos seus planos, confira aqui tudo que você precisa saber para aproveitar da melhor forma a sua viagem.

A escolha do destino e a época da viagem

Antes de prosseguir, temos que estabelecer algumas premissas.

A Argentina é um país com área igual a 2.780.000 km². Isso significa dizer que, na hora de planejar sua viagem, você terá que definir qual parte da Argentina você deseja conhecer e, o mais importante: Argentina não se resume a Buenos Aires!

E delimitar o destino de acordo com a quantidade de dias de viagem e época de viagem, são fatores fundamentais para desfrutar, ao máximo e da melhor forma, as suas férias.

Buenos Aires, a capital do país, é uma cidade cosmopolita e que pode ser visitada durante o ano todo. O que muda são as estações do ano e as preferências individuais de cada turista.

Os meses mais quentes do ano são dezembro, janeiro e fevereiro, com temperatura média em torno de 30ºC. Visitar Buenos Aires no verão significa maior probabilidade de encontrar a cidade tranquila, com pouco trânsito e menos filas nos museus.

Já os meses mais frios do ano são junho, julho, agosto e setembro. Tal como acontece no auge do verão, a cidade tende a ficar mais tranquila no inverno, quando as temperaturas ficam em torno de 10ºC, com ar seco e gelado.

Março, abril, outubro e novembro são os meses que marcam outono e primavera, quando as temperaturas ficam, em média, entre 15 e 20ºC. Por serem meses intermediários e de temperaturas amenas, a cidade costuma ficar mais movimentada.

Claro que meu objetivo aqui não é descrever sobre a temperatura de cada cidade do país, mas sim te lembrar que antes de qualquer roteiro e antes mesmo de comprar as passagens, é preciso alinhar as suas expectativas com a realidade de cada destino.

Para quem quer esquiar, por exemplo, é imprescindível saber que a temporada de neve na Argentina começa no mês de junho e se estende até o mês de setembro ou início de outubro, conforme o ano e quantidade de neve. Se você for fora dessa época, encontrará estações de esqui fechadas.

Sugestões de destinos para quem quer esquiar: Penitentes (168 km de Mendoza), Bariloche (que se chama, oficialmente, San Carlos de Bariloche e tem como principal estação de esqui a estação Cerro Catedral), San Martín de Los Andes (centro de esqui Chapelco), Villa La Angostura (vila na província de Neuquén, onde fica o Cerro Bayo), Ushuaia e Esquel (pequena cidade na província de Chubut).

Para quem deseja conhecer a Patagônia Argentina (e não necessariamente esquiar), o ideal é evitar os meses de frio intenso, optando pelos meses de verão (o que não significa dizer que estará calor). A melhor época, e também a mais procurada pelos turistas, é entre os meses de dezembro a fevereiro, mas novembro, março e abril também aparecem como boas opções, visto que os dias tendem a ser mais ensolarados e as temperaturas tendem a superar os 15ºC (nas horas mais quentes do dia).

Todavia, estabelecer meses como “os melhores”, não significa dizer que o destino não possa ser visitado durante outros períodos do ano. O que acontece é que o frio será mais severo e as condições climáticas geralmente não permitem tantas possibilidades de passeios como no verão.

E para fechar nossos exemplos, quem deseja conhecer Mendoza, também precisa se ligar nas condições climáticas de cada estação do ano. No verão, entre os meses de dezembro e fevereiro, as parreiras estão cheias de vida, mas em dezembro e janeiro a temperatura pode chegar a 40ºC. Apesar da beleza das parreiras, não será a melhor condição para degustar vinhos tintos.

No final de fevereiro começa a colheita das uvas brancas e, em meados de março, das uvas tintas. Essa é uma época animada em Mendoza, principalmente no primeiro sábado de março, quando acontece a Festa da Vindima e a cidade fica lotada (considere esse fator como positivo ou negativo, conforme sua preferência por lugares mais agitados ou mais tranquilos).

Entre os meses de julho e setembro o clima está ideal para as degustações, por outro lado, a cidade fica mais “apagadinha”, com os vinhedos sem folhas e sem uvas. Nessa época as temperaturas mínimas chegam perto de 0°C e as médias em torno de 10°C. O legal desses meses é a possibilidade de fazer uma viagem combinando vinhos com esqui (nas estações das redondezas).

Por fim, os meses de outono (meados de março a meados de junho) e primavera (fim de setembro até meados de novembro) são ideais para quem deseja temperaturas agradáveis e preços melhores proporcionados pela baixa temporada.

guia para sua viagem a Argentina
Perito Moreno

Não viaje sem internet no celular! Eu sempre viajo com o chip de internet da SimPremium, que chega na minha casa antes da viagem. Assim, já embarco com o chip, ativo ele na hora que meu avião pousa no destino e não enfrento problemas com falta de internet na viagem. Leitor do blog MV tem 20% na aquisição do chip de celular SimPremium ao utilizar o cupom “maladeviagem”. Clique aqui para pedir o seu!

Documentos obrigatórios para ingressar no país

Documento pessoal para ingresso: Argentina e Brasil fazem parte do Mercosul, logo, brasileiros podem apresentar o passaporte válido ou a carteira de identidade emitida há menos de dez anos (o documento precisa estar em bom estado de conservação, com foto legível e atual).

*Documentos que não são válidos: CNH (carteira de motorista) e identificações profissionais.

Visto: brasileiros não precisam de visto para entrar e permanecer no país por até 90 dias, prazo que pode ser prorrogado por mais 90 dias.

Vacina: no momento nenhuma vacina é exigida para ingresso no país. Apesar do comprovante de vacinação contra COVID-19 não constar como documento necessário para ingresso na Argentina, pode ser que a companhia aérea solicite no momento do embarque. Além disso, a regra em relação à vacinação contra COVID-19 ainda é incerta e precária, podendo haver alterações a qualquer momento, motivo pelo qual é importante conferir diretamente no site do governo argentino ou com a sua companhia aérea.

*Recomenda-se que os viajantes que não tiver esquema de vacinação completo façam teste diagnóstico dentro de 24 horas após a entrada no país. Para saber mais sobre as regras atualizadas, visite o site oficial da Dirección Nacional de Migraciones da Argentina.

Declaração jurada: a Argentina tem atualizado com frequência os requisitos para a entrada de brasileiros no país. Atualmente já não é mais necessário preencher a Declaración Jurada Electrónica para el Ingreso al Territorio Nacional 48 horas antes da viagem.

Seguro viagem: atualmente, o seguro viagem com cobertura para covid-19 deixou de ser obrigatório.

Mas, se tem uma coisa que a pandemia nos ensinou, é que não se viaja sem seguro, não é mesmo?

O ideal é que o seu seguro de viagem tenha cobertura para COVID-19, incluindo hospitalização, isolamento e transferências.

Para escolher o melhor seguro para sua viagem, recomendo o site Seguros Promo.

No site Seguros Promo você pode fazer uma comparação detalhada e fácil dos preços dos seguros ofertados, analisando qual tem o melhor custo benefício para a sua viagem. Contrate AQUI o seu seguro viagem com desconto, utilizando o cupom MALADEVIAGEM5.

Planos mais contratados:

  • Travel Assist 30 Am. Latina +COVID-19:

Plano da seguradora My Travel Assist para viajantes de 0 a 75 anos. Oferece cobertura total de US$ 30.000 para Despesas Médicas Hospitalares; cobertura de US$ 10.000 para COVID-19 e US$ 400 para casos de extravio de bagagem. Também inclui cobertura de US$ 20.000 para regresso sanitário (para outras doenças) e até US$ 400 para convalescença em hotel (para outras doenças).

  • Travel Assist 15 Am. Latina +COVID-19

Plano da seguradora My Travel Assist para viajantes de 0 a 75 anos. Oferece cobertura total de US$ 15.000 para Despesas Médicas Hospitalares; cobertura de US$ 10.000 para COVID-19 e US$ 400 para casos de extravio de bagagem. Também inclui cobertura de US$ 15.000 para regresso sanitário (para outras doenças) e até US$ 400 para convalescença em hotel (para outras doenças).

  • Travel Assist 60 Am. Latina +COVID-19

Plano da seguradora My Travel Assist para viajantes de 0 a 75 anos. Oferece cobertura total de US$ 60.000 para Despesas Médicas Hospitalares; cobertura de US$ 10.000 para COVID-19 e US$ 1.200 para casos de extravio de bagagem. Também inclui cobertura de US$ 30.000 para regresso sanitário (para outras doenças) e até US$ 600 para convalescença em hotel (para outras doenças).

  • VC 15 Mundo (exceto EUA) COVID-19 30K

Plano da seguradora Vital Card para viajantes de 0 a 75 anos. Oferece cobertura de US$ 15.000 para Despesas Médicas Hospitalares e cobertura de US$ 30.000 para COVID-19. O plano também oferece US$ 1.000 para casos de extravio de bagagem e outras coberturas para diversas situações. Também inclui cobertura de US$ 50.000 para regresso sanitário (para outras doenças) e até US$ 3.000 para convalescença em hotel (para outras doenças).

  • AC 60 mundo COVID-19 quarentena (exceto EUA)

Plano da seguradora Assist Card destinado a viajantes de 0 a 74 anos. Oferece cobertura de US$ 60.000 para Despesas Médicas Hospitalares e cobertura de US$ 30.000 para COVID-19 (inclusa na cobertura total). O plano também oferece US$ 1.200 para casos de extravio de bagagem e outras coberturas para diversas situações. Também inclui cobertura de US$ 40.000 para regresso sanitário (outras doenças) e até US$ 1.500 para convalescença em hotel (para COVID-19).

Moeda: peso argentino, identificado pela sigla ARG, é a moeda nacional. Para sua viagem, leve reais ou dólares e entenda, no tópico a seguir, como funcionam os câmbios na Argentina.

guia para sua viagem a Argentina
Ushuaia

Viajar para a Argentina está barato? Câmbio oficial x paralelo

Brasileiros estão viajando ainda mais para Argentina nesse momento pós pandemia.

Além da facilidade de acesso e muitas opções de voos, a alta do dólar e a desvalorização do peso argentino, são fatores determinantes na hora de optar por um destino em detrimento a outro.

Por isso eu tenho certeza que você já ouviu alguém dizendo que está valendo a pena viajar para a Argentina. E eu concordo, ao menos em parte.

O problema sempre é a generalização que as pessoas criam em cima de algo, e é bem aí que mora o perigo.

Não se engane: existem destinos e estilos de viagem que continuam sendo caros sim. Não vá com muita sede ao pote pensando que absolutamente tudo será uma pechincha, pois a chance de você se frustrar é grande. Viagens de padrão luxo têm seu preço e, por mais que na Argentina esse preço seja mais atrativo, ainda estamos falando de hotéis com diárias na faixa de R$ 1.000 para cima (todavia, um hotel alto padrão que na Argentina você paga R$ 1.500 a diária, provavelmente num outro país, hotel de mesma categoria custe R$ 2.500 a diária, entende?).

Quando pensamos na capital Buenos Aires, é inegável que o turismo está mesmo “valendo a pena” na cidade. Mas será que a conclusão é a mesma quando pensamos em Bariloche, Ushuaia e El Calafate, por exemplo?

E a resposta não poderia ser outra que não: depende!

O turismo de luxo é sempre valorizado no mundo e, apesar da situação de desvalorização do peso argentino, muitas vezes o dólar é tido como referência para as reservas de hotéis, passeios e restaurantes. Se você entrar hoje em no site de um hotel de luxo em Bariloche, por exemplo, vai ver que a cotação da diária estará em real convertido para dólar (raramente aparecerá em peso argentino, o que não significa que você não consiga pagar em peso argentino).

Da mesma forma acontece com destinos como Ushuaia e El Calafate, que focam no turismo estrangeiro, sobretudo nos visitantes norte-americanos e europeus.

Meu objetivo não é te desestimular, mas sim te fazer refletir sobre o cenário atual. Afinal de contas, o real também está muito desvalorizado e vivemos um momento que viajar está se tornando mais caro por conta disso.

Eu sigo concluindo que está sim valendo a pena o turismo na Argentina e os preços estão bastante atrativos quando comparamos com outros países da América do Sul, a exemplo do Chile.

E agora a dica de ouro:

Por conta da inflação, você vai notar que precisa de muitos pesos (papel moeda) para conseguir comprar inclusive coisas pequenas.

E se durante a viagem você optar por fazer uso do câmbio oficial, não tenha dúvida que a viagem vai sair muito mais cara. Porém, fazendo uso do câmbio paralelo, a viagem custará praticamente 50% do valor.

Na compra das passagens será necessário o uso do câmbio oficial, pois geralmente você compra a passagem aqui no Brasil, mas as demais reservas você pode optar pelo câmbio paralelo, priorizando hotéis que aceitam pagamento no estabelecimento, na moeda local ou mesmo no cartão de crédito, depois de uma recente alteração na taxa de câmbio dos cartões de crédito que o governo argentino fez no início de 2023.

Mas como fazer isso?

Quanto à hospedagem, você tem 2 opções:

Deixe para pagar o hotel no destino ao invés de fazer pagamento antecipado, ainda no Brasil.

Se você reservar no Booking.com, por exemplo, e optar por pagar antecipado, a cotação será feita com base no câmbio oficial e ainda incidirá o IOF do cartão de crédito. É a pior escolha que você pode fazer. Só faz assim quem realmente não pesquisou nada sobre viajar pra Argentina.

Porém, se você optar por pagar no destino, poderá pedir para pagar na moeda local (peso argentino): em espécie ou no cartão de crédito.

Se você pedir o check-out em pesos argentinos, o hotel vai fazer a conversão dólar/peso conforme o câmbio oficial e vai te dar o montante final, em pesos.

A vantagem é que você vai usar os seus pesos trocados na cotação do câmbio paralelo para pagar, então vai ter conseguido uma cotação super vantajosa. E aqui são duas opções: levar reais e trocar por pesos no câmbio paralelo lá na Argentina, nas casas de câmbio chamadas cuevas OU fazer uma remessa de real via Western Union e converter na cotação do câmbio paralelo (lembrando que em se tratando de remessa online, hoje só a WU que usa a cotação do paralelo).

“Ah, mas eu uso Wise ou Nomad para levar $ nas minhas viagens” – ok, vai continuar usando, exceto se você for pra Argentina, pois na Argentina só WU usa cotação do câmbio paralelo.

Voltando ao pagamento do hotel, se você optar por pagar em efetivo, vai incidir o imposto IVA, mas ao fazer as contas, você vai logo perceber que mesmo pagando IVA, o valor sai mais baixo do que se você pagar na cotação do câmbio oficial (caso tivesse optado por pagar a diária antecipadamente no Brasil).

Não é tão comum, mas algumas hospedagens aceitam transferência via Wester Union, principalmente Airbnb. Dificilmente um grande hotel vai aceitar essa forma de pagamento, mas se você pretende ficar em Airbnb e negociar diretamente com o proprietário, essa pode ser uma opção aceita e isso facilita ainda mais porque te evita trocar o dinheiro.

De qualquer forma, o ideal é conferir se pelo Booking.com o hotel oferece a opção “pagar no estabelecimento na moeda local” – se isso for possível pronto! Tá resolvido. Você reserva, faz um pix da sua conta brasileira para a sua conta na Western Union, saca o valor na Argentina e paga o seu hotel em pesos, na cotação do câmbio paralelo.

A Western Union foi ótima na minha viagem para Bariloche, deu tudo certo e não tenho nada do que reclamar: fila pequena para saque (demorou uns 30 minutos apenas) e sem limite para saque diário por pessoa. Já em El Calafate a história foi outra: não tinha disponibilidade de pesos para saque em nenhuma agência WU da cidade, então eu não consegui sacar.

Então depende da cidade e da época da viagem. See você for do time que tem medo ou receio de algo não dar certo, tá tudo certo também: leva seu real e faz câmbio nas cuevas ou com os cambistas no seu destino.

A mais nova opção – a partir de janeiro de 2023 – é usar o cartão de crédito! Para desestimular a troca via câmbio paralelo, o governo argentino reduziu a taxa e alterou o câmbio do uso do cartão de crédito no país.

A cotação não é tão boa como a do câmbio paralelo, mas compete bem, principalmente se você considerar o conforto né? Sem comparação o trabalho que dá uma e outra opção. Para pagar hotéis, acaba sendo muito vantajoso, porque você vai conseguir uma cotação melhor que o câmbio oficial e ainda vai ser isento do IVA que incide no pagamento em efetivo. Enfim, eu adorei a novidade e não vejo a hora de voltar para Argentina e usar o cartão de crédito e atualizar esse post com a minha opinião prática após experimentar a opção.

guia para sua viagem a Argentina
Bariloche

Entenda de vez como funciona o câmbio na Argentina: câmbio oficial, câmbio paralelo (cambio blue), câmbio do cartão de crédito

Como dito, fator determinante para concluir se viajar para a Argentina está valendo a pena, é entender como funciona o câmbio no país e fazer escolhas corretas para viajar com mais qualidade, gastando menos.

A Argentina vivencia a maior inflação em 30 anos. Isso implica dizer que o peso argentino está sofrendo uma desvalorização não vista há muito tempo. Em contrapartida, os preços no país estão subindo, o que gera uma situação difícil para quem vive lá, ganha e gasta em peso.

Por outro lado, para quem ganha em outra moeda e viaja para Argentina para fazer turismo, gastando em peso, a viagem fica mais barata do que se considerarmos uma viagem no mesmo padrão para um destino com moeda mais valorizada que o real.

E é nesse cenário que cresce o câmbio paralelo, que já está “meio que oficializado” no país. Lembrando que o câmbio paralelo existe há muito tempo na Argentina. Minha primeira ida para lá foi em 2007 e naquela época já se usava muito o câmbio paralelo. Tem gente que acha que ele surgiu só agora com o aumento da crise, mas não é verdade.

O que aconteceu foi que com o avanço da crise econômica no país, cada vez mais os argentinos perderam a confiam em seus próprios bancos e n em sua moeda, optando por fazerem poupança em dólar. Considerando que o governo restringe a compra de dólares nos canais oficiais, os argentinos recorrem cada vez mais ao câmbio paralelo, chamado “cambio blue“.

Atualmente podemos dizer que existem câmbios diferentes na Argentina: o câmbio oficial, o paralelo, o turismo e o do cartão de crédito.

O câmbio oficial é a cotação oficial do país, com regulamentação pelo Banco Central. Ele é cerca do dobro do preço do câmbio paralelo.

Se você trocar seu dinheiro em uma casa de câmbio que use essa conversão oficial, no aeroporto ou sacar dinheiro no banco, é esse o câmbio que será utilizado. Resumindo: sua viagem ficará o dobro do preço.

O oficial é o câmbio utilizado quando você reserva um hotel no site oficial do hotel (com pagamento imediato), compra uma passagem, pesquisa no Google ou usa um aplicativo de conversão.

Hoje, na conversão feita via Google, 1 real vale 36,45 pesos argentinos (há 6 meses, 1 real valia 26,16 pesos argentinos – repare como a variação foi grande em pouco tempo). Como a inflação está alta, esse câmbio oscila diariamente.

Já o câmbio paralelo (conhecido também como câmbio “blue”), é o câmbio que o turista procura quando viaja para a Argentina, pois a cotação através dele é praticamente o dobro da cotação obtida com o câmbio oficial.

Esse câmbio paralelo ou blue pode se obtido através das casas de câmbio Cuevas (que no passado eram consideradas clandestinas, mas hoje são costumeiramente aceitas). Em Buenos Aires, a maioria das Cuevas fica na Calle Florida.

As Cuevas são casas de câmbio e remessa de valores para o exterior. Nas fachadas muitas vezes aparecem as cotações oficiais, mas na hora de trocar dinheiro, você pode pedir o câmbio blue. O risco envolve a probabilidade de golpes, que podem acontecer sim (exemplo: eles te entregam algumas notas falsas no meio das outras verdadeiras ou você entrega uma nota em dólar e eles te devolvem dizendo que não podem trocar porque sua nota é falsa, mas na verdade o que aconteceu foi a troca da sua nota sem que você percebesse).

Além disso, as Cuevas são comuns em Buenos Aires, mas nem sempre encontradas com facilidades no interior do país, onde é mais comum os turistas trocarem real por peso com cambistas na rua.

Por isso que para conseguir o melhor câmbio (câmbio blue) e fugir do risco de golpes, a opção é fazer transferências via Western Union, que é uma empresa de envio de valores para o exterior e, na Argentina, eles fazem a cotação pelo câmbio blue.

Para usar, você precisa baixar o app da Western Union, cadastrar-se e enviar o dinheiro (pode enviar em real) para você mesmo através do seu banco. Quando estiver na Argentina, basta ir até uma das agências da Western Union ou em lojas conveniadas para sacar.

A alternativa é boa, mas nem por isso isenta de riscos. Mas calma, são riscos em relação ao sucesso da operação e não risco no tocante à lei ou fraudes.

O problema é que, no momento, as agências da Western Union ou lojas conveniadas estão passando por escassez e não é certeza que você vai conseguir sacar o montante desejado, pois pode ser que não haja disponibilidade para o saque. E isso varia de época para época e de cidade para cidade.

Exemplo: se você vai para Bariloche no pico da alta temporada, logicamente que haverá muitos turistas usando WE e isso pode fazer com que as agências fiquem com escassez de pesos argentinos.

Porém, se você viajar numa época mais tranquila, esse risco diminui ou fica praticamente inexistente. Eu estive em Bariloche no final da temporada de inverno (meados de setembro) e não tive nenhum problema ao sacar dinheiro nas agências WE, que estava com pouca fila e não tinha limite máximo para saque (dava pra saca o equivalente a 3, 5, 10 mil reais por pessoa no dia se você precisasse) – mas não é sempre assim.

Como não dá pra ter certeza como estará o abastecimento da agência antes da sua viagem, o ideal é fazer a primeira remessa menor, pois o valor da remessa é o valor do saque: você não pode fazer remessa de 5 mil reais e sacar 1 mil reais em pesos argentinos.

Exemplo: se você calculou enviar 10 mil reais para sua viagem, o ideal é fazer uma primeira remessa menor (vamos supor que 1/3 desse valor ou menos – vai do seu feeling). Aí você chega no destino e saca aquela primeira remessa e pergunta como está sendo os saques na agência, se você pode enviar valores maiores ou não. Aí conforme a resposta, você se organiza para fazer a próxima remessa.

O que acontece é que se você faz uma remessa única no valor alto, você não pode chegar lá e querer sacar parte daquele dinheiro em pesos. É obrigatório o saque integral da remessa. Você envia por pix o valor em real da sua conta no brasil para sua conta no app da WE. Geralmente em poucos minutos a transação é concluída e você recebe no email um código e a informação de que o dinheiro enviado já está disponível para ser sacado em pesos.

Lembre de levar uma bolsa/mochila para colocar o dinheiro, pois obviamente não caberá na sua carteira!

Outra dica útil: a melhor forma de saber se haverá pesos disponíveis é conversando com alguém que foi recentemente para o mesmo destino que você está indo e perguntar onde ela conseguiu sacar dinheiro via WE e em qual agência.

Outro problema que pode desestimular quem viaja no auge de alta temporada é a questão das grandes filas nas agências WE. Bariloche (no mês de julho de 2022) só estava com um local disponível para saques, e a fila estava muito grande. Ainda assim, era a melhor opção para fazer câmbio na cidade. Posteriormente, em setembro do mesmo ano, quando eu estive lá, tudo correu tranquilamente e eu enviei pesos na cotação 54 pesos argentinos para cada real. Já em El Calafate, em outubro/22 nem dinheiro tinha disponível para saque.

Para tentar frear o câmbio paralelo, o governo argentino instituiu o um câmbio exclusivo para turistas, que não é tão bom quanto o paralelo, mas chega perto. Esse câmbio turismo tem por parâmetro o dólar – a cotação é de acordo com o mercado financeiro (MEP), na chamada “Bolsa do Dólar”.

Utilizando o câmbio turismo, o valor máximo que cada turista pode trocar é de 5 mil dólares, diretamente nas casas de câmbio oficiais e bancos argentinos.

Como o câmbio turismo ainda é muito recente, vamos ter que esperar as cenas dos próximos capítulos para confirmar se ele realmente está funcionando e compensando.

E a mais recente novidade de 2023 foi a instituição de um câmbio diferenciado para uso de cartão de crédito no país – atualmente, cartões de crédito Visa e Mastercard fazem a conversão via taxa “dólar MEP”, chamado de “dólar tarjeta”, uma cotação bem próxima do câmbio paralelo.

Ao meu ver é a melhor opção para quem quer segurança e comodidade, pois o turista não precisa mais trocar dinheiro vivo e ainda se beneficia com a isenção do imposto sobre valor agregado (IVA) no pagamento do hotel com cartão de outro país.

Minha última visita ao país foi em outubro/22, antes dessa mudança, então ainda não tive a oportunidade de usar o cartão com conversão dólar MEP.

Hoje, numa viagem a Argentina eu dividiria o $, fazendo remessa via WU + real em espécie para trocar lá por pesos diante de uma necessidade + cartão (testaria o uso, conferiria a conversão e, se realmente vantajoso, seguiria usando o cartão).

guia para sua viagem a Argentina
Buenos Aires

Passagem aérea para Argentina

A principal porta de entrada da Argentina é sua capital Buenos Aires, onde há dois aeroportos: o Aeroparque Jorge Newbery (AEP), perto do centro da cidade e focado em voos nacionais (mas também recebe alguns voos internacionais vindos do Brasil, Paraguai, Chile e Uruguai), e o Aeroporto Internacional de Ezeia, que recebe a maior parte dos voos vindos do Brasil.

O valor das passagens é bastante variável, mas podemos dizer que é fácil achar bons preços (tanto pagando em dinheiro quanto emitindo com milhas) nos voos de São Paulo para Buenos Aires, principalmente.

Se seu destino final for mesmo Buenos Aires, não tem erro: há muitas opções e você pode conferir aqui.

Caso o seu destino seja Bariloche, as melhores opções são os voos com conexões em Buenos Aires ou as opções de voos diretos. Eu emiti voo direto de SP a Bariloche, usando milhas Smiles e voando com Aerolineas Argentinas, foi muito tranquilo (mais tranquilo do que viajar para determinados destinos nacionais).

Córdoba, Mendoza e Rosário também recebem voos brasileiros.

  • Mendoza: Aeroporto Internacional Governador Francisco Gabriele ( MDZ) – também com opções de voos diretos.
  • Córdoba: Aeroporto Internacional Ingeniero Aeronautico Ambrósio L.V. Taravella (COR).
  • Rosário: Aeroporto Internacional de Rosário-Ilhas Malvinas (ROS).

Se você pretende visitar El Calafate e Ushuaia (Patagônia), terá que fazer conexão. Não há voos diretos do Brasil para Ushuaia.

A compra de voos internos precisa ser feita pelo site argentino, que usa cotação oficial. Portanto, os valores das passagens correspondentes a trechos internos costumam ser caros.

Mendoza

Requisitos para reingresso no Brasil após visitar a Argentina

Conforme a Portaria Interministerial 670/22, para retornar ao Brasil você precisará apenas apresentar comprovante de esquema de vacinação completo, sem necessidade de apresentar resultado negativo de teste para Covid-19.

Para pessoas que não tenham o esquema de vacinação completo, será necessário apresentar resultado negativo de teste para Covid-19 (RT-PCR ou antígeno) realizado 24h do embarque.

Crianças com menos de 12 anos viajando acompanhadas dos responsáveis legais, estão isentas de apresentar testes desde que os acompanhantes apresentem comprovante de vacinação ou teste. com resultado negativo.

A exigibilidade da Declaração de Saúde do Viajante (DSV) para embarque com destino ao Brasil está suspensa.

Sempre que você faz sua reserva ou adquire um produto/serviço através de um link do MV, o blog recebe uma pequena comissão. Você não paga nada a mais por isso e ajuda a manter o Mala de Viagem sempre atualizado!

Hospedagem

Booking.com

Aluguel de carro

Rent Cars

Seguro Viagem

Seguros Promo

Passagens aéreas

Passagens Promo

Passeios e ingressos

Get Your Guide

Chip Internacional

SimPremium

Author

Wanderlust por natureza, no meu tempo livre estou sempre programando uma nova aventura ou experiência, pois acredito que a melhor viagem é sempre a que está por vir!

1 Comment

  1. Boa tarde! Irei para Bariloche no final deste mês, pretendo usar a remessa da Western Union e gostaria que você me informasse, por gentileza, a localização da agência da WE em que foi fácil fazer seus saques. Grato.

Write A Comment

Além de Paris: cidades da França que você precisa conhecer 8 lugares para aproveitar a Semana Santa em família no RJ 7 Motivos para incluir Seychelles na sua lista de viagens em 2023 Descubra quais são os 7 aeroportos com mais atrasos e cancelamentos Dicas para viajar com os animais nas férias Por que optar por se hospedar em imóveis de temporada? Anguila: conheça esse paraíso no Caribe 8 Passeios e atividades fora do óbvio no Rio de Janeiro 10 passeios para fazer na sua viagem a Buenos Aires O que considerar na hora de escolher um safari?