Viagem com bebês

Melhores países para viajar com bebê: confira nossas sugestões

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A chegada de um bebê na família não é motivo para parar de viajar. A clássica frase “agora que vai ter filho não vai mais viajar” não precisa se aplicar a você. A verdade é que as pessoas dizem isso porque viajar com bebês e crianças exige uma dose extra de disposição e, sem o planejamento adequado, os pais retornam da viagem mais cansados do que quando saíram de casa.

O que eu vou compartilhar aqui pode ou não ser útil para você, pois são dicas baseadas nas minhas experiências de viagem e maternidade. Temos que considerar as peculiaridades de cada família, idade do bebê ou da criança e expectativas para a viagem.

Eu selecionei as perguntas mais frequentes que recebo pelo Instagram @maladeviagem e resolvi criar esse copilado de dicas, sugestões e opiniões para que seja mesmo um material para consulta quando as mães tiverem dúvidas sobre essas mesmas questões.

Entretanto, já ressalto que a escolha pelo “destino ideal” depende mais do estilo de viagem dos pais do que pelas características do país/cidade.

Como se organizar para uma viagem de carro com bebê?

De modo geral, a viagem de carro é mais cômoda do que a viagem de avião, porém, só será viável para curtas e médias distâncias.

Percorrer longas distâncias de carro com um bebê a bordo, ao meu ver, é muito exaustivo para ele, ainda que você faça a viagem devagar e com muitas paradas.

Já fizemos viagens de até 500 km com nosso bebê e foi dentro do esperado. A primeira viagem assim foi quando ele tinha 2 meses.

Até os 3 meses o bebê costuma ter uma rotina de sono maior, então as viagens de carro que fizemos nesse período foram as mais tranquilas, visto que ele dormiu praticamente o trajeto todo.

Conforme eles crescem, as sonecas diminuem, então o ideal é programar o horário da soneca com o horário da viagem, pois assim pelo menos parte da jornada ele passará dormindo.

A viagem de carro proporciona essa facilidade: podemos ajustar o horário de partida com a rotina do bebê. Quando eu viajo de carro, gosto de deixar tudo pronto na noite anterior, inclusive já levo tudo para o carro. Assim que João acorda, faço a rotina matinal rapidamente (mamada e banho) e pegamos estrada.

De acordo com a idade que ele está eu sei como são os horários, então levo frutas, almoço, brinquedos… Assim, dentro do possível, seguimos a rotina dele.

É importante fazer uma parada a cada 2 horas (no máximo 2 horas e meia), descer com o bebê, dar uma voltinha e depois seguir viagem. Quando ele era mais novo (até 3 meses) isso era até complicado, pois ele estava sempre dormindo. Ainda assim, nossa pediatra orientava parar o carro e tirá-lo da cadeirinha um pouco.

A escolha e adaptação do bebê na cadeirinha ou no bebê conforto é o que faz a diferença no final das contas. Você pode ser organizar com horários, comida, mamadas e brinquedos, mas se o bebê não se adapta bem à cadeirinha ou bebê conforto, a situação fica mais complicada e a viagem se torna estressante.

Eu não quis usar bebê conforto e comprei logo uma cadeirinha com redutor para recém-nascido. No primeiro mês, mesmo com o redutor, eu achava ela grande. Porém, isso foi irrelevante, pois no primeiro mês nossas saídas eram somente para consultas médicas. Logo que João entrou no segundo mês de vida, já ficou melhor.

Depois de ouvir de muitas mães que o tal do bebê conforto na verdade deveria se chamar “bebê desconforto”, eu já criei uma restrição, não quis nem experimentar e comprei logo a cadeirinha modelo Snugfish 360º 0-36kg da Fisher Price. Meu bebê se adaptou muito bem a ela, tanto nas viagens de carro quanto no nosso dia a dia, quando o levo para escola e ele vai sozinho no banco de trás sem se importar.

Como se organizar para uma viagem de avião com bebê?

Até 2 anos de idade os bebês não pagam passagem aérea, mas também não é disponibilizado assento para eles. Se você tem um bebê de 1 ano e meio, por exemplo, e quer que ele viaje ao seu lado, em uma poltrona separada, precisará comprar passagem (o valor dessa passagem é mais barato, via de regra).

Às vezes você pode conseguir o bloqueio do assento do meio comprando as poltronas da frente (aquelas mais espaçosas). Nesse caso, se viaja mãe, pai e bebê, o bebê pode viajar na poltrona do meio (exceto pouso, decolagem e zonas de turbulência, quando deverá ficar no colo do responsável).

Feita essa consideração e partindo do pressuposto que não vamos pagar passagem para o bebê, ele viajará, em regra, no nosso colo.

As primeiras viagens de avião do João foram aos 3, 4, 5 e 7 meses.

As primeiras duas viagens foram as mais tranquilas porque ele fazia mais sonecas durante o dia, então era mais provável de ele dormir no voo.

Com o passar dos meses o bebê passa de 3 para 2 soneca e depois de 2 para 1, então a chance do horário do voo coincidir com o horário da soneca também é menor.

Além disso, se o bebê tem sono leve, acaba acordando quando o comandante ou comissário(a) faz algum anúncio.

Particularmente, eu acho que de tudo que envolve viajar com bebê, a parte do voo é a mais desafiadora, pois foge do nosso “controle” – basicamente você e o bebê estão presos no avião e tem que esperar chegar. O bebê pode dormir ou ficar acordado e tranquilo, como pode ser uma hora ruim, com choro e irritação. Na medida do possível eu tento escolher voos melhores.

Antes de ser mãe eu escolhia pelo preço: ainda que fosse um voo de madrugada, se estivesse significativamente mais barato, era esse que eu comprava.

Isso foi algo que mudou na minha forma de viajar. Eu priorizo voos mais rápidos, sem conexão e no horário que combine melhor com a rotina do bebê.

Em se tratando de voo dentro do Brasil/trecho nacional, o voo de madruga é ruim e voo à noite também é ruim. Os melhores, na minha opinião, são os voos depois das 9h e até 17h, pois não prejudicam muito o despertar matinal nem o sono noturno do bebê.

Porém, sabemos que a situação da malha aérea no Brasil não anda das melhores e, dependendo do lugar onde você mora, você precisa se conformar com o voo que tem, pois será ele ou nenhum.

Se o voo for de madrugada ou muito tarde, a ideia é tentar minorar os danos, mas não se culpar demais, afinal, não tem muito o que fazer mesmo.

Quando nosso voo é de madrugada, pego João dormindo e vamos para o aeroporto, tentando não acordá-lo. Vale levar de pijama, usar ruído branco, cobrir o carrinho com uma mantinha para evitar a luz direta. Funciona em partes, porque quando é feito algum aviso no avião, ele acaba acordando assustado.

No caso de voo internacional, o melhor é voo noturno, para que os bebês possam dormir. Ainda que não seja uma noite revigorante de sono, penso que é infinitamente melhor do que ficar 9, 10 ou até mais horas durante o dia tentando distrair o bebê dentro do avião.

Bebês de até 2 anos podem viajar na classe executiva com o responsável, mas haverá ou não cobrança de taxa adicional conforme a companhia aérea. Voamos na executiva da Azul para Lisboa e João não pagou nada.

E, independente da classe, você pode solicitar um bercinho para o bebê. Não são todos os assentos que comportam o bercinho, então precisa ligar na companhia para se informar melhor.

Mas voltando à questão do voo noturno ou diurno, sabemos que nem sempre haverá voo noturno para o destino desejado. Recentemente eu tive que escolher entre emitir uma passagem internacional em voo diurno direto, com duração de 8h30min ou voo noturno com conexão e duração bem maior.

Escolhi o voo diurno direto, pois apesar da outra opção ser um voo noturno, tinha uma conexão desnecessária bem no meio da madrugada. Além de demorar muito mais para chegar, eu ainda teria que desembarcar, esperar e embarcar de novo. Definitivamente não seria uma boa escolha.

E diante desse cenário “voo diurno internacional”, minha melhor dica é: organize-se para descansar antes de pegar o voo, pois ele será cansativo sim e não dá para fugir disso.

Antes de ser mãe eu gostava de entrar no avião exausta, pois chegava e logo já conseguia dormir, independentemente de ser dia ou noite. Agora não dá mais para ser assim, pois sei que João vai demandar muito mais durante um voo longo diurno e que vou precisar estar disposta para brincar, caminhar pelo corredor, segurar no colo. Por mais que você leve uma mochila de brinquedos, é muito tempo de voo, então a dica mais importante é: tenta se organizar para chegar descansada (na medida do possível) no avião.

A notícia boa é que nem sempre vai ser assim! Agora João está com 9 meses e sei que estamos na fase mais desafiadora para manter ele entretido no voo (nessa fase o bebê ainda não fica focado em uma só atividade por muito tempo). Quando crescer um pouco mais, teremos a opção de brinquedos diferentes (com maior tempo de entretenimento) e também do uso de tela que, para essa situação específica e esporádica, pretendo usar sem peso na consciência.

Qual destino escolher se os pais querem “descansar”?

O conceito de “descansar” agora é outro e quem está aqui sabe muito bem o motivo.

A verdade é que viagens, de modo geral, cansam. Programação, organização da mala, aeroporto, voos em horários ruins. Claro que, dependendo do destino e estilo da viagem, ela pode ser mais ou menos cansativa.

Antes de ser mãe eu voltava de viagem e falava mais uma frase clássica: “agora eu preciso de férias das férias”. Entretanto, uma semana depois eu já tinha conseguido reorganizar a vida e colocar o sono em dia.

Com bebê/criança, sabemos que o ritmo é mais intenso quando voltamos da viagem, então é normal os pais desejarem férias mais tranquilas, para conseguir “descansar”, dentro do atual conceito dessa palavra sob a perspectiva da maternidade e paternidade.

Minha sugestão para quem deseja uma viagem mais tranquila é escolher um destino de praia, um resort ou um hotel fazenda.

O ritmo da viagem para a praia ou para o campo é mais devagar e, geralmente, a programação do dia é justamente relaxar, ao invés de seguir uma lista com sugestões de vários pontos turísticos diferentes para conhecer.

Dentre as viagens que fiz, as melhores para descansar foram as viagens de resort. Você viaja, fica uns 4 ou 5 dias no resort, vai à praia (se for um resort beira-mar), come várias vezes ao dia e aproveita as facilidades para bebês e crianças (comida diferenciada, atividades de recreação, brinquedoteca, etc.). Não é uma super experiência cultural, mas é um estilo de viagem importante para essa fase da nossas vidas.

Apesar dos bebês ainda não usufruírem das atividades de recreação e clubinho, só o fato de ter um ambiente amplo e seguro para eles brincarem já faz muita diferença. Além disso, bons resorts preparam comidas especiais para bebês, sem sal. A última dica sobre as viagens de resort é a possibilidade de contratação de serviço de baby-sitter, pois mesmo que você não pretenda deixar seu filho(a) sozinho(a) com a babá, ela pode ficar junto com os pais, cuidando do bebê no mesmo ambiente, auxiliando com alimentação e troca de fraldas, por exemplo.

Sem dúvida, pela minha experiência até aqui, a viagem de resort é viagem que mais vai proporcionar descanso aos pais. Então, ainda que não seja seu estilo de viagem preferido, é importante planejar uma viagem assim uma vez ou outra, afinal, precisamos descansar também.

Agora deixo algumas sugestões de resorts e hotéis-fazenda que acho interessante para quem busca uma viagem mais relaxante:

O que escolher: casa de temporada, pousada ou hotel?

Não tem uma resposta pronta e ideal. Então vamos avaliar os prós e contras.

Casa de temporada: é a opção ideal para quem prefere preparar as refeições do bebê em casa, com liberdade e certeza que está ofertando a melhor opção de comida para ele. Por outro lado, via de regra, não tem serviço de limpeza, então há chances da mãe voltar mais cansada do que foi, já que terá que cuidar da rotina do bebê e manter a limpeza básica necessária da casa.

Por outro lado, sendo uma viagem mais curta, provavelmente não vai “dar tempo” de sujar tanta coisa assim, então é algo para avaliar e ponderar.

Geralmente é um estilo de hospedagem muito procurado para uma viagem em família ou entre amigos. Hoje em dia já é comum o aluguel de casa de temporada para datas festivas (Natal, Réveillon, Carnaval), proporcionando o grupo ficar junto, com espaço, liberdade e comodidades, incluindo contratação de pessoas que ficarão encarregadas da limpeza da casa e das refeições.

Há destinos específicos que têm o aluguel de casa como o ponto forte: um exemplo é Orlando! É muito comum as pessoas viajarem para Orlando e, pelo próprio estilo da viagem, optarem por casa do que hotel.

Pousada: hoje em dia o conceito de pousada está bem mais amplo. Antigamente, quando pensávamos em “pousada”, logo vinha à mente aquela pequena acomodação, simples, destinada a quem queria viajar gastando pouco. Hoje não é mais assim. Existem pousadas de diversas categorias e muitas delas são bem melhores que os clássicos e tradicionais hotéis.

Quando penso em uma viagem de praia, por exemplo, lembro logo das pousadas de charme, pé na areia, amplos espaços e muito conforto para os hóspedes. Talvez para uma viagem urbana faça mais sentido ficar hospedada em um hotel, mas para viagens de praia ou ecoturismo, pousadas combinam muito.

Pousadas podem oferecem tanto conforto quanto hotéis (ou até mais), incluindo serviço de quarto, café da manhã ou mais refeições (sistema de meia-pensão, por exemplo), piscina, área de lazer, parquinho, etc.

Hotel: tal como a pousada, temos hotéis de diversas categorias e com serviços diferentes. O importante é avaliar o que você precisa para cada tipo de viagem. Viajando com bebê acho que investir em um bom hotel é importante, pois agora a hospedagem não é mais apenas para “dormir”. Lembre-se de solicitar berço e banheira no ato da reserva, pois viajar com berço portátil e banheira inflável só faz sentido numa viagem de carro, já que quando pensamos em viagem de avião, é melhor viajar com menos coisa, somente aquilo que for essencial mesmo.

*E se a hospedagem não oferece berço nem banheira?

Bons hotéis e boas pousadas (que atendem público familiar) irão disponibilizar. Mas sim, já aconteceu de chegar em um hotel ou pousada e não ter nada no quarto. Nesse caso, dei banho no chuveiro mesmo e coloquei João para dormir na cama comigo.

Considerações e sugestões de destinos conforme a idade:

Antes dos 3 meses de idade: se for viajar antes do bebê completar 3 meses de idade, prefira viagens para casa de familiares, lembrando sempre que o bebê ainda não recebeu as primeiras doses de vacina e está mais vulnerável nessa fase.

Essa costuma ser a fase mais difícil para as mães que decidem viajar com seus bebês para apresenta-lo aos familiares. Infelizmente a maioria das pessoas estão “desatualizadas” sobre como se comportar com um bebezinho nessa fase e provavelmente farão muitas coisas que não são recomendadas pelos pediatras.

É provável que irão pegar na mão do bebê, beijá-lo, passá-lo de colo em colo. Alguns estarão com perfume forte, outros não irão lavar as mãos ao tocá-lo ou ainda terá aquele que irá espirrar perto do bebê e dizer que está com rinite. Enfim, é um problema geral que a maioria dos pais enfrentam nessa fase e por isso muitos evitam viajar antes da primeira “rodada” de vacinas.

Algumas mães vão se importar mais e outras menos. Mas viagem antes dos 3 meses costuma ser mais desgastante por esse motivo.

Dos 3 aos 6 meses: a janela dos 3 aos 6 meses incompletos é ótima para viajar com o seu bebê. Ele já recebeu as primeiras vacinas, está se desenvolvendo rápido e ganhando novas habilidades a cada semana. Mas a maior vantagem de viajar nessa fase é em relação à alimentação: o bebê ainda não come e é muito mais simples se preocupar somente com leite (seja amamentação ou fórmula) do que com tudo que envolve a introdução alimentar.

Se você se sentir preparada para viajar com seu bebê nesse período, seja viagem nacional ou internacional, vale a pena! 5 meses é o ideal para uma viagem internacional (entre 5 e 6, antes de iniciar a introdução alimentar).

O que pode vir a ser um ponto negativo dessa fase é a instabilidade da rotina, dificuldade para sonecas e sono noturno. Claro que tudo isso muda muito de bebê para bebê, mas por aqui, mesmo sempre sendo bem criteriosa com horários e rotina do João, eu só notei uma maior estabilidade nos horários e facilidade nas sonecas depois dos 8, 9 meses.

A partir dos 6 meses: se você tiver viagem marcada para o início dos 6 meses de vida do bebê, converse certinho com o pediatra para avaliar se será melhor começar a introdução alimentar na viagem ou esperar. A partir dos 7 meses a situação começa a se estabilizar, pois já conseguimos estabelecer o básico da introdução alimentar. Fizemos uma viagem internacional para França e Portugal entre 7 e 8 meses e na época tive que me programar muito bem para levar as comidas do João.

Não vou esconder que tive sim um pouco de dificuldade, pois fazia pouco mais de um mês que João havia iniciado a IA, então ainda estávamos nos acostumando com a nova rotina e horários de alimentação. Mas, mesmo assim, foi melhor do que o esperado!

Sabendo que seria desafiador, preferi levar comida daqui do Brasil. A notícia boa é que hoje em dia existem comidas prontas e naturais para bebê, ou seja, não precisa recorrer àquelas antigas papinhas industrializadas. Hoje as comidas são saudáveis, apenas com temperos naturais, sem conservantes artificiais, conservadas a vácuo. Levei o suficiente para viagem toda, a única desvantagem foi o peso e volume a mais na mala.

E aqui já esclareço que sim, é possível e permitido levar comida de bebê no avião. Eu poderia ter despachado, mas preferi levar na bagagem de mão para evitar o risco de quebrar (eram potes de vidro). Na hora de passar no raio-x, você precisa tirar as embalagens de comida e coloca-las num saco separado. A inspeção da comida do bebê é minuciosa, mas de modo geral é bem tranquilo e não há com o que se preocupar.

E quanto aos destinos?

Eis aqui algumas sugestões, baseadas na experiência que adquiri até hoje (viajando sem e com bebê):

Europa:

  • Boa estrutura para viajar com bebês e crianças (qualquer idade)
  • Locomoção de transporte público, Táxi ou Uber
  • Foco em viagens urbanas (cidades turísticas)
  • Possibilidade de incluir atividades para bebês e crianças nos roteiros
  • Voos longos (melhor optar por voos noturnos e, se tiver opção, voo direto)
  • Melhor fazer base em cidades maiores e combinar até no máximo 2 destinos de cada vez (em janeiro/fevereiro fizemos Alpes Frances + Lisboa)
  • Deixe os roteiros “road-trip” para quando o bebê estiver maior (depois dos 3 anos)

Viagem com roteiro “road trip” é quando você aluga um carro e faz uma rota passando por várias cidades diferentes, cada dia dormindo em uma. Ex. Toscana na Itália, Rota Romântica na Alemanha, Ring Road na Islândia, Costa Dalmácia na Croácia.

Eu amo esse estilo de viagem, sem dúvida é o meu estilo de viagem preferido. Porém, não agora! Vou esperar João completar 3 anos pelo menos.

Enquanto João ainda não entender como é a logística da viagem e tiver habilidade para cooperar com isso, “road trip” não encaixa pra nossa família. Isso porque abrir e fechar mala todos os dias e trocar de hotel todos os dias (ou quase todos os dias), além de desgastante, leva muito tempo.

Quando eram apenas as minhas coisas, eu já deixava separado o que ia usar e o processo de abrir e fechar mala era rápido. Porém, com bebê não é assim e esse tipo de viagem se tornaria muito cansativo por enquanto.

O melhor a se fazer é programar no máximo 2 hotéis por viagem. Pode ser 2 hotéis numa mesma cidade ou em cidades diferentes ou, ainda, em países diferentes. Mais do que isso eu acho que fica cansativo para a família e para o bebê.

Mas para quem não abre mão das viagens “4 países em 15 dias, faça tudo, mas não conheça nada”, então essa dica não se aplica. Só lembre que o bebê pode ficar exausto com muitos voos, deslocamentos e trocas de hotéis.

Eu acho que viagem com bebê precisa ter qualidade: uma boa hospedagem, um roteiro mais tranquilo, sem pressa. Se passar muito perrengue, a chance de não querer viajar de novo é alta.

Considerando que a Europa, como um todo e de forma geral, é um continente amigável para viagem em família/com bebês, vou me limitar a dizer que vale a pena, lembrando da observação de não “cair na tentação” de querer inventar uma “euro-trip 10 em 1” nessa fase da vida. Foca em 1 ou, no máximo, 2 destinos, que a chance de sucesso será maior!

África:

Continente incrível e cheio de atrações para viagens em família. Eis as considerações:

  • África do Sul: uma das minhas viagens preferidas. Pretendo voltar com João a partir dos 4 anos, para possibilitar Safari (tem restrição de idade).
  • Ilhas Maurício: conheci na mesma viagem da África do Sul (salvo engano em 2017) e é uma ilha muito agradável para visitar em família. Compensa fazer como fiz, combinando a viagem com a África do Sul.
  • Egito: fizemos essa viagem (em casal) em 2022. É uma viagem riquíssima historicamente, mas eu não faria com bebê. Crianças a partir de 10 anos provavelmente começam a ser interessar mais pela história do Egito. Antes disso só se os pais fizerem muita questão de ir pra lá mesmo.
  • Ilhas Seychelles: ainda não conheço, mas estamos falando de uma ilha paradisíaca ideal para uma viagem em família. O inconveniente é a distância e dificuldade para chegar, mas que conhece diz que é sensacional. Uma opção de voo para quem emite passagem com milhas é usar milhas LATAM para emitir um voo com a parceira Qatar (conexão em Doha). Para quem tem milhas Smiles ou Tudo Azul, dá para emitir com as companhias parceiras Emirates (conexão em Dubai) e Turkish Airlines (conexão em Istambul).
  • Marrocos: destino interessante e que possibilita uma viagem cultural em família. Tem boas opções de hotéis para quem viaja com bebês/crianças e é possível fazer um roteiro adaptado que agrade todo mundo da família. É um destino que já consideraria ir com João ainda bebê.
  • Tunísia: vale a pena conhecer no verão. É uma opção alternativa para quem quer fugir dos altos preços e movimento do verão europeu. Tem boas opções de hotéis/resorts, o que torna o destino atrativo para famílias com bebês e crianças.
  • Tanzânia, Zimbábue, Botsuana, Quênia: destinos procurados, em especial, para Safari. Considerando que há restrição de idade, quem quiser levar a criança para esses países, precisa pesquisar quais opções de lodges aceitam crianças e qual a idade mínima. Eu penso em levar meu filho para ter a primeira experiência de Safari na África do Sul (por tudo mais que o país oferece) e depois, futuramente, pensar nesses outros destinos que não têm estrutura tão boa quanto a estrutura da África do Sul.  

Ásia:

O continente asiático acaba não sendo tão procurado por famílias com bebês e crianças pequenas principalmente por dois motivos:

O primeiro é a distância (voos longos, na maioria dos casos, com necessidade de conexão) e o segundo, que se aplica principalmente em relação a alguns países do sudeste asiático, é o risco de contaminação por comida e água que, apesar de, na maioria das vezes, não causar danos graves, acaba sendo um fator de risco quando estamos falando de bebês e crianças.

Porém, há países asiáticos que, apesar da distância são muito legais para viagens em família, como é o caso do Catar, Emirados Árabes Unidos, Coreia do Sul, Japão, Maldivas, Singapura e Turquia.

Dentre esses, já tive a oportunidade de conhecer Maldivas e Turquia, antes de ser mãe, e são destinos que faria com bebê. Em relação às Maldivas, inclusive, é um país que tenho vontade voltar com João ainda pequeno, escolhendo um hotel com boa infraestrutura para famílias com filhos.

Catar, Dubai, Coreia do Sul e Japão também já estão no meu radar. Apesar da distância, são destinos preparados e com boa estrutura para receber bebês e crianças. O inconveniente maior é mesmo a distância.

Israel e Jordânia no momento não, mas pretendo uma viagem em família quando tiver a oportunidade. Inclusive, são países que podem ser combinados numa mesma viagem.

Por outro lado, países como Camboja, Laos, Vietnã, Filipinas, Índia, Índonésia e Tailândia eu não pretendo visitar por enquanto, pois acho que a logística da viagem é mais complicada para ir com bebê. Esses ficarão para quando João crescer ou para uma viagem em casal mesmo.

Oceania:

Agora pensando nas opções de países da Oceania, destaco Austrália, Nova Zelândia e, de modo mais genérico, a Polinésia Francesa.

Não conheço nenhum país do continente ainda, então são viagens que tenho vontade de fazer, porém, a logística para chegar acaba sendo mais complicada.

Acho mais válido avaliar destinos assim quando a criança já estiver maior, compreendendo tudo que envolve viajar. Para bebê na faixa etária de 9, 10 meses eu ainda não acho que seja interessante, justamente por conta da distância.

América do Norte:

  • EUA: boa parte dos brasileiros que viajam com bebês e crianças, consideram os EUA um dos melhores destinos no mundo para viagem em família. O país tem boa estrutura, muitas atividades para os pequenos e facilidade para os pais (comodidades). É o clássico que funciona! Eu digo: “se está em dúvida, vai para os EUA” – é como se fosse uma zona segura, ideal para quem ainda se sente insegura para viagens consideradas fora do comum ou usual.
  • Canadá: ainda não conheço, mas pelo que já pesquisei é um ótimo país para viajar com bebês e crianças. Observação mais importante é em relação ao clima, pois o inverno é muito rigoroso e a viagem não vai ser tão interessante nesse período, portanto, vá nos meses mais quentes.
  • México: já estive no México duas vezes e é um país que proporciona muita diversão para viagens em família, porém, pelas características dos passeios (cenotes, cavernas, mergulhos, parques, ruínas maias), considero mais interessante para ir com crianças do que com bebês.

América Central, América Central Insular e Ilhas do Mar do Caribe:

Fazem parte da América Central:

  • Guatemala, Belize, El Salvador, Honduras, Nicarágua, Costa Rica e Panamá.

Dessa lista, considero interessante para viagem com bebês Belize e Panamá (mas eu não iria para Bocas del Toro com bebê). Belize combina bem com México e Panamá é “HUB” da Copa Airlines, então possibilita “stopover” em diversas situações.

Costa Rica é um país belíssimo, um dos meus preferidos até hoje, mas o turismo que fiz lá, dentro do meu ponto de vista, não seria muito adequado para ir com bebê (muitos passeios envolvendo natureza, ecoturismo, trilhas). Lembrando que no final das contas a decisão da viagem vai muito mais conforme o perfil de viajante dos pais do que sugestões que estou fazendo aqui.

América Central Insular:

  • Bahamas: destino legal para uma viagem com bebês. Inclusive, com opção de acesso via cruzeiros a partir de Miami.
  • Cuba: destino exótico por natureza. Não iria com bebê, apesar de Varadero tem uma boa rede hoteleira, inclusive com muitos hotéis all inclusive.
  • Jamaica: visitei rapidamente o país em uma viagem de cruzeiro. Não me atraiu a ponto de voltar com bebê. Tenho vontade de repetir a viagem para explorar melhor o destino, mas só futuramente.
  • República Dominicana: em especial Punta Cana, estamos diante de ótima opção para viagem com bebês, pois vai proporcionar uma experiência semelhante a Cancun, mas sem o excesso de agito. Boa opção para quem busca relaxar nos hotéis all inclusive beira mar.

Ilhas Caribenhas:

Como sugestão, deixo uma listinha de opções que avalio como interessantes:

  • Aruba
  • Curaçao
  • San Andrés
  • San Martin
  • Turks e Caicos

 Dessas, as que mais me agradam para uma viagem com bebê são: Aruba e Curaçao. A terceira opção é San Andrés. San Martin eu ainda não conheço e sei que Turks e Caicos é lindíssimo, mas tem um turismo forte no ramo de hotelaria adults only (mas claro que também tem opções de hotéis para viagens em família). Assim que conhecer novas ilhas no Caribe, eu volto com novas dicas e sugestões.

América do Sul:

Por fim, pensando nos países da América do Sul, os que considero mais interessantes para uma viagem em família com bebês, são:

  • Argentina
  • Chile
  • Uruguai
  • Peru

Claro que será importante avaliar o roteiro a ser feito em cada país, pois existem inúmeras opções de passeios, cidades e destinos. Mas, de modo geral, esses quatros países da América do Sul – Argentina, Chile, Uruguai e Peru, proporcionam experiências interessantes para esse estilo de viagem que estamos tratando.

Para quem busca uma viagem mais tranquila e cômoda, na Argentina eu evitaria Patagônia, no Chile eu evitaria Atacama e Patagônia, no Peru eu evitaria Vale dos Incas, pois são destinos que envolvem turismo de natureza e muitas trilhas.

E volto a frisar: a rigor não existe destino não recomendado para bebês, mas sim lugares que tornarão a experiência mais ou menos cômoda. No final das contas quem decide são os pais, conforme o que eles gostam e procuram!

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Wanderlust por natureza, no meu tempo livre estou sempre programando uma nova aventura ou experiência, pois acredito que a melhor viagem é sempre a que está por vir!

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