Jalapão

Jalapão: guia completo do deserto das águas no Tocantins

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Todo viajante brasileiro precisa ir ao Jalapão pelo menos uma vez! O Jalapão é um parque estadual localizado no interior do estado de Tocantins e, a cada ano que passa, vem aumentando sua popularidade entre os turistas. Descubra nesse post o motivo desse merecido sucesso!

Eu já estive no Jalapão duas vezes: minha primeira viagem foi em junho de 2017 e a segunda entre o final de abril e começo de maio de 2021.

De lá pra cá algumas coisas mudaram, mas o que eu posso confirmar é que o Parque Estadual do Jalapão continua preservado e mantém suas características singulares, as quais o tornam um lugar tão diferente dentro do nosso país.

Na minha primeira viagem ao Jalapão (junho/2017) eu dizia que o local ainda não estava muito difundido entre os brasileiros. E de fato não estava. O Mala de Viagem foi um dos primeiros blog e IG de viagem a fazer a cobertura do destino, tanto que naquela época ainda não existia “destaques” no Instagram.

Quase 4 anos se passaram desde aquela primeira viagem, e eu senti a necessidade de retornar, atualizar o conteúdo e sentir mais uma vez a energia de um local tão único.

Hoje em dia eu sei que grande parte dos brasileiros já sabe onde fica o Jalapão e também já ouviu falar de suas atrações mais especiais: os fervedouros

Mas o que eu também sei é que tem muita gente aí que ainda não conhece o parque, e está buscando informações úteis para, em breve, realizar esse desejo.

Então aqui eu digo: eu posso te ajudar! Meu guia completo do Jalapão vai te ensinar tudo o que você precisa saber antes de fazer sua expedição. Prepara-se para ler o post mais completo sobre o Jalapão que você já viu!

Palmas – a porta de entrada do Jalapão

Palmas, a capital do estado do Tocantins é a porta de entrada para quem vai fazer uma expedição ao Jalapão.

A capital do estado é uma cidade muito jovem (Palmas é a mais jovem capital do país). Na minha primeira visita ao Tocantins, eu reservei 2 dias extras para conhecê-la.

Palmas foi fundada em 20 de maio de 1989 (logo em seguida da criação do estado de Tocantins com a Constituição Federal de 1988) pelo Governador José Wilson Siqueira Campos.

Curioso lembrar que muitas pessoas que hoje moram em Palmas, não nasceram ali, já que a cidade foi fundada no lindo ano de 1989 (ano do meu nascimento).

Banhada pelo Rio Tocantins e agraciada com uma linda serra em seu horizonte, a cidade é planejada e muito organizada.

Em relação à sua estrutura, só digo uma coisa: se você entende como funciona Brasília, então entenderá o funcionamento de Palmas!

A cidade também está dividida em área residencial e comercial, lado norte/sul e quadras/ruas numeradas.

Uma coisa que notei, é que quase não se vê pedestres andando pelas ruas da cidade. Fiquei intrigada e perguntei sobre isso a vários motoristas do Uber. Todos me disseram que não era apenas uma impressão – “realmente, aqui você não vê muitas pessoas caminhando nas ruas”, eles diziam.

E isso se dá por suas razões: o primeiro motivo é o calor; o segundo motivo é a ausência de calçadas no estilo tradicional (percebi isso quando tentei ir da Praia da Graciosa para o shopping caminhando e, de repente: ué, cadê a calçada?).

As expedições para o Jalapão partem de Palmas. A empresa/agência contratada te busca no hotel bem cedinho, faz todo o roteiro da viagem e, no final da expedição, te “devolve” em Palmas, seja no hotel ou diretamente no aeroporto.

Para quem quer estender um pouquinho a viagem e tem a opção de escolher a dinâmica, eu recomendo chegar um ou dois dias antes em Palmas e conhecer a cidade antes de fazer a expedição ao Jalapão.

Você também pode fazer isso na volta, mas vai estar bem mais cansado(a) da viagem, então a energia não será mais a mesma.

Para hospedagem em Palmas, opte por um hotel com localização central, pois isso facilitará seus deslocamentos. Provavelmente você vai acabar chamando um Uber ou um Táxi, mas estando em um hotel bem localizado, já é “meio caminhando andado”.

Aqui seguem algumas sugestões de hotéis para você se hospedar em Palmas, antes ou depois da sua expedição para o Jalapão:

Praia da Graciosa – Palmas

O que fazer em Palmas?

Para quem pretende incluir um ou dois dias extras para conhecer Palmas, as sugestões de atividades são:

Praia da Graciosa: você pode passear pela orla, onde há uma pista de caminhada/bicicleta e um calçadão com quiosques.

Ilha da Canela: fica em frente à Praia da Graciosa. É só pegar um barquinho e pronto, poucos minutinhos você já estará lá.

Dica bônus: se for final de semana você pode fazer passeio um de barco para apreciar o por do sol.

Praça dos Girassóis: é a maior praça da América Latina e a segunda maior praça urbana do mundo, com 571 mil metros quadrados.

A praça reúne as sedes dos três poderes públicos estaduais: o Palácio Araguaia (Poder Executivo), a Assembleia Legislativa do Estado do Tocantins (Poder Legislativo) e o Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins (Poder Judiciário), além das Secretarias de Governo.

Claro que não vou te dizer pra caminhar pela praça todinha né, mas vale a pena o passeio para conhecer alguns monumentos e obras de arte criados em homenagem ao povo tocantinense:

  • Monumento dos 18 do Forte de Copacabana (pois é, o monumento não está no RJ, mas sim em Palmas, pois serviu de inspiração para a emancipação do estado de Tocantins);
  • Memorial Coluna Prestes, projetado por Oscar Niemeyer;
  • Monumento à Bíblia;
  • Monumento de Súplica dos Pioneiros;
  • Relógio do Sol;
  • Palácio Araguaia, que é a sede do governo do Estado de Tocantins.

Parque Cesamar: trata-se de um parque com pista para caminhadas, equipamentos para a prática de exercícios, além de áreas de diversão para crianças e adultos. É também sede do Museu “A Casa da Cultura”, que conta a história da capital.

Shopping Capim Dourado: o principal shopping da cidade.

Para comer: Secondo Ristorante, Restaurante Quadra Contemporanea, Köwa Hamburgueria, Viella Pizzeria, Cabana do Lago, Mercatto Empório Gourmet, Downtown Burgers.

Eu recomendo conferir as opções a avaliações no TripAdvidor.

Às terças-feiras acontece feira gastronômica na cidade. Opção legal para quem quer experimentar comida regional.

Para quem tem mais tempo, pode incluir o distrito de Taquarussu no roteiro.

Taquarussu fica a 32 km de Palmas e é um distrito conhecido por suas lindas cachoeiras – são mais de 80 cachoeiras catalogadas.

Ao contrário das águas quase mornas do Jalapão, as cachoeiras de Taquarussu possuem águas mais frias.

Além das cachoeiras você pode visitar grutas, córregos e mirantes. Para quem curte adrenalina, é ainda possível praticar rapel, tirolesa e fazer trilhas.

Principais atrativos de Taquarussu: Cachoeira da Roncadeira (é a maior da região, com 70 metros de altura), Cachoeira Escorrega Macaco, Cachoeira do Evilson, Cachoeira do Vale do Vai Quem Quer, Cachoeira de Taquaruçu, Cachoeira do Sambaiba, Cachoeira Raizana, Cachoeira Pequena, Cachoeira Rappel, Cachoeira Caverna, Corredeira Rio São João e Balneário Natureza.

Parque Estadual do Jalapão

O Parque Estadual do Jalapão foi criado no ano de 2001 e também é conhecido como “deserto das águas“.

O parque é uma unidade de conservação localizada no leste de Tocantins, com área total de 158 970,95 ha.

O nome “Jalapão” tem origem em uma planta chamada jalapa-do-brasil – tem até uma cachaça feita da planta.

Se você quer fazer uma viagem de ecoturismo, adora paisagens naturais, dunas, chapadões, serras, rios, riachos, ribeirões, fervedouros e nascentes, o Jalapão é o seu lugar!

Parque Estadual do Jalapão

Informações gerais sobre o Jalapão

  • Área total do parque: 34 mil km2;
  • Cidades base para a expedição: São Félix, Mateiros e Ponte Alta do Tocantins (Ponte Alta não pertence ao Parque Estadual do Jalapão);
  • Vegetação: predomina bioma de cerrado;
  • Fauna: tucanos, papagaios, araras-azuis, siriemas, emas, urubus, antas, capivara, veados tamaduás-bandeira, lobos-guarás, raposas, gambás, macacos, jacarés, onças, cobras;
  • Temperatura média: 30º C;
  • Estações: possui apenas duas estações bem definidas – a estação seca (maio até outubro) e a estação chuvosa (novembro até abril). Abril e outubro são meses intermediários.
  • Densidade populacional: 0,9 habitantes por km2. É comum andar quilômetros e quilômetros sem ver uma pessoa sequer no caminho. A população que vive no Jalapão é, em sua maioria, formada por comunidades quilombolas.

Curiosidades sobre o Parque Estadual do Jalapão:

Muitos programas de TV, filmes e novelas tiveram cenas gravadas no Parque Estadual do Jalapão. A título de exemplo cito o reality show “Survivor” (gravado em 2008), “Largados e Pelados” (estava sendo gravado enquanto eu estava lá pela primeira vez, em junho de 2017) e a novela “Araguaia”.

O Parque Estadual do Jalapão é o berço da produção de artesanato de capim dourado. A comunidade quilombola Mumbuca é a pioneira, tendo o capim dourado como principal fonte de renda. Inclusive, há uma lei que proíbe o transporte do capim dourado in natura.

Se você quer ver os campos de capim dourado, então a época boa para ir ao Jalapão é setembro.

Como funciona uma expedição para o Jalapão?

Viajar para o Jalapão é a viagem mais fácil de “planejar” de todos os tempos!

Na verdade, se você fechar uma expedição, você vai comprar um “pacote“. Nesse pacote já está incluso o transporte de toda a viagem (começando em Palmas e terminando em Palmas), as pousadas onde você irá dormir durante o trajeto, as refeições, os lanches e os atrativos (as entradas nos passeios).

A únicas coisas que não estão inclusas nas expedições são as bebidas (alcoólicas e não alcoólicas) e aquilo que você quiser comprar pelo caminho, a exemplo de comidas extras, coisas típicas e artesanatos.

No carro sempre vai ter água e lanches, pois são horas de estrada diariamente e ter alguns mantimentos no carro é fundamental.

As expedições são feitas em veículos 4×4, geralmente caminhonetes fechadas estilo Hilux SW4, que comportam até 6 passageiros + motorista.

Considerando que as estradas são de terra, é importante o uso de veículo 4×4, pois isso torna a viagem mais confortável.

Quanto à quantidade de pessoas por carro, é a capacidade do veículo que vai determinar. Então se você está viajando com mais 2 pessoas, por exemplo, é provável que na sua expedição haja outro grupo de mais 3 pessoas (totalizando 6 turistas no carro + motorista).

Para quem prefere mais exclusividade, é possível contratar uma expedição privada. Nesse caso o motorista/guia acompanhará você (e somente as pessoas que com você estejam), com possibilidade de alteração do roteiro conforme seu interesse.

O motorista pode ser guia ou condutor. A diferença básica é a formação. Se você valoriza explicações sobre o local, fauna, vegetação, geografia e história, então é importante, na hora de fechar a sua expedição, certificar-se se quem vai dirigir o veículo será um guia certificado/credenciado.

E, no tocante à dinâmica da viagem em si, a expedição ao Jalapão é uma viagem itinerante. Você começa em Palmas, dá a volta no Parque Estadual do Jalapão e termina em Palmas.

Em outras palavras, você percorre uma rota circular (formato de ferradura), então a expedição inclui pernoites em cidades diferentes (São Felix, Mateiros e Ponte Alta do Tocantins são as cidades base tradicionais).

Como o parque é muito grande, a melhor forma de conhecer o Jalapão é dessa forma, pois assim é possível visitar maior quantidade de atrativos e a viagem se torna menos cansativa. É uma forma de otimizar o tempo de estrada e aproveitar ao máximo as atrações da expedição.

Como são as estradas no Jalapão?

As estradas do Jalapão são todas de chão, ou seja, não espere por estradas asfaltadas.

Justamente por conta disso que é recomendado fazer a expedição em um veículo 4×4.

Ainda assim, é comum furar um pneu ou acontecer algum “imprevisto” pelo caminho. Em época de chuvas o carro pode atolar com mais facilidade também.

As agências que fazem expedições ao Jalapão são experientes e tomam as medidas necessárias para tornar a viagem mais agradável aos turistas. Entretanto, tenha em mente que Jalapão é uma viagem “raiz” – o foco não é o conforto, mas sim a integração com a natureza e a experiência cultural.

Justamente por conta das estradas é que não é aconselhável viajar para o Jalapão por conta própria, exceto se você tiver experiência com estradas de chão e locais sem sinalização.

A internet também não pega, então, quem é “geração Waze” como eu, provavelmente não vai conseguir se localizar muito bem por lá.

Por essas razões, realmente recomendo uma expedição organizada por agência. Nesse caso, sua única preocupação será aproveitar a viagem!

O roteiro da expedição pelo Jalapão

O roteiro vai depender da duração da sua expedição. Existem roteiros de 3, 4, 5 ou 6 dias. Também é possível personalizar um roteiro conforme suas preferências – nesse caso você pode contratar um guia/motorista que vai levar você e seus acompanhantes em uma expedição personalizada.

Eu optei por uma expedição tradicional de 5 dias. Nas expedições tradicionais os grupos geralmente são formados por 6 turistas, então, dependendo da quantidade de pessoas que viaja com você, provavelmente haverá outro grupo no mesmo carro que o seu, fazendo exatamente o mesmo roteiro.

Se você fizer questão de uma expedição privada, precisa contratar um tour exclusivo, pois só assim haverá garantia que no carro estará apenas você, seus acompanhantes e o motorista/guia.

Em relação à quantidade de dias, o roteiro mais tradicional é a expedição de 5 dias. Menos do que isso eu acho muito “puxado”, visto que as distâncias entre os atrativos são longas e, para fazer a viagem em menos tempo, será necessário percorrer maiores distâncias por dia.

No total percorremos 1.200 quilômetros em 5 dias, sendo que o primeiro e o último dia geralmente são os mais cansativos em termos de estrada. Os dias com hospedagem na cidade de Mateiros são os melhores na minha opinião, pois ali se concentram os fervedouros e as atrações mais legais de viagem.

O roteiro de 6 dias costuma incluir Jalapão + Taquarussu.

Taquarussu fica a 32 km de Palmas e é um distrito conhecido devido as lindas cachoeiras da região (são mais de 80 no total). Além das cachoeiras você pode visitar grutas, córregos e mirantes. Para quem curte adrenalina, é ainda possível praticar rapel, tirolesa e fazer trilhas.

Lembrando que a expedição começa e termina em Palmas, porém, o roteiro pode ser feito no sentido horário (começando por Ponte Alta do Tocantins) ou no sentido anti-horário (começando por São Felix).

Eu já fiz em ambos os sentidos, o roteiro é o mesmo. O que muda é a logística da viagem: às vezes fazer no sentido contrário pode ajudar a evitar o movimento de outros turistas que também estão viajando na mesma data da sua expedição.

Os atrativos da expedição para o Jalapão

Cachoeira Encantada e Cachoeira das Araras

A Cachoeira Encantada e a Cachoeira das Araras são duas cachoeiras que ficam no caminho entre Palmas e São Felix.

Não são atrativos imperdíveis no Jalapão, mas se tornam muito importantes durante a expedição, como uma pausa para descanso, para repor as energias e depois seguir viagem.

O primeiro e o último dia da expedição são os dias com maior percurso para ser percorrido, então essas paradas estratégicas fazem diferença e contribuem para uma melhor qualidade da viagem.

Cânion Sussuapara

O Cânion Sussuapara fica a 15 km de Ponte Alta e se trata de uma fenda estreita com cerca de 25 metros de profundidade.

Os Cânions têm um aprofundamento lento, que pode durar milhões de anos. Dependendo da declividade do terreno, da quantidade de água e das fraturas do relevo, o curso de água do rio pode entalhar as rochas do leito, dando origem aos paredões.

Os soerguimentos também ajudam na formação dos cânions: trata-se de um processo de deslocamento de placas no interior da crosta terrestre, que elevam gradualmente o relevo da região. Conforme o terreno sobe, os rios que correm na superfície ganham velocidade e aprofundam seus leitos, aumentando a altura dos paredões. 

As paredes do local são úmidas (sempre há água pingando) e as rochas impedem que o sol chegue ao solo, o que faz com que o interior do cânion seja um lugar bem fresco.

A vegetação é muito verde e a sensação é que você está em um lugar diferente do cerrado que viu logo na entrada. Por ali passa um pequeno rio (atualmente assoreado) que desemboca em uma pequena queda d´água, onde é possível se refrescar um de cada vez (em razão do seu pequeno tamanho).

Acesso ao local: o acesso ao cânion é super simples: o carro fica estacionado na entrada e o turista desce por uma escadaria que dá acesso ao cânion. Exige-se tênis, mas eu particularmente acho o chinelo bem mais prático, pois quando você termina as escadas, logo encontra o pequeno rio, sendo possível caminhar por ele, com a água batendo na canela.

Roupa apropriada: roupa de banho por baixo (se quiser entrar na queda d’água que tem dentro do cânion) e roupa comum por cima (shorts, vestido, saída de banho, saia… enfim, roupa leve que você costuma usar quando vai à piscina). Calçado: tênis (embora eu julgue o chinelo mais apropriado).

Cânion Sussuapara – Ponte Alta do Tocantins

Pedra Furada

O Jalapão já foi mar! Há 280 milhões de anos, o resfriamento da temperatura da Terra aprisionou a água congelada nos polos e rebaixou o nível dos mares e oceanos. Surgiram os continentes, as montanhas e, no leste da América do Sul, durante milênios, a erosão desgastou esses terrenos, gerando as chamadas “serras baixas”, típicas do planalto brasileiro.

O atrativo conhecido como “Pedra Furada” é um conjunto de blocos de arenito que foram esculpidos pela ação de eventos naturais como chuva e ventos. A pedra furada é que está do lado de cima (você faz uma pequena trilha de poucos metros para chegar até lá), mas logo na parte de baixo (à direita) você já encontra uma outra “pedra furada”, que se assemelha a um portal.

Quando estiver por lá, cuidado para não fazer barulho, pois há muitas abelhas (grandes) no local. Falar baixo é importante para evitar acidentes.

A Pedra Furada fica próxima ao Cânion Sussuapara e é um ótimo lugar para ver o por do sol.

Na minha primeira viagem ao Jalapão fomos até a Pedra Furada para assistir o sol de por. Recentemente, na segunda expedição, fomos durante o dia. O local é muito bonito, independente do horário.

Acesso ao local: o acesso até a Pedra Furada é feito através de um curto caminho de areia. Não é exigido nenhum esforço físico, apenas uma curta caminhada mesmo.

Roupa apropriada: qualquer roupa que você julgue confortável. Para as fotos ficarem mais bonitas, recomendo um vestido ou uma saia com efeito esvoaçante. Chapéu também ajuda a compor o look! Calçado: tênis (tem uma placa na entrada exigindo o uso de tênis, mas quando você chegar na pedra, pode tirar o tênis para fazer suas fotos).

Prainhas do Rio Novo

Quem aí também adora uma prainha de rio?

Pois é, no Jalapão você vai ter a oportunidade de relaxar em uma das prainhas que se formam no Rio Novo.

São várias delas e a escolha varia conforme a agência e o roteiro que você estiver fazendo. Os bons guias analisam como está o local, optando por aquelas que estão mais tranquilas no dia da sua viagem (ou seja: com menos turistas).

Então, pode ser que a prainha que eu fui não seja a mesma prainha que você vai, mas todas elas são semelhantes: rio, água refrescante, areia e cadeiras…

Geralmente a prainha é um atrativo colocado no meio do roteiro para relaxar um pouco antes de seguir rumo ao próximo passeio ou próxima cidade.

A água do rio é mais fria do que a água dos fervedouros, mas com o calor que faz por lá, o banho refrescante se mostra indispensável!

Nesse dia almoçamos no Restaurante Curicaca, na comunidade do Rio Novo. Foi o meu restaurante preferido da viagem: tudo muito limpinho, organizado e comida gostosa!

Acesso ao local: o carro para no estacionamento que fica ao lado da prainha. Não há necessidade de nenhum esforço físico para chegar ao local.

Roupa apropriada: roupa de banho + uma roupa por cima ou uma saída de banho. Vale a pena levar uma roupa prática para trocar depois e tirar o biquini/maiô/suga molhado.

Uma das prainhas do Rio Novo

Dunas do Jalapão

As dunas são o cartão postal do Parque Estadual do Jalapão, e chegam a medir 40 metros de altura.

A chuva que cai na Serra do Espírito Santo (e que fica ali pertinho) ocasiona a erosão. Na sequência, a ação dos ventos carrega os sedimentos e esses sedimentos foram as dunas, com areia de coloração alaranjada e diferenciada.

Dunas do Jalapão

Todo roteiro ao Jalapão inclui a visita às dunas, que é um dos cartões postais do Parque Estadual. O lugar é lindo demais e pode ser visitado durante o dia ou no por do sol. A vista para a Serra do Espírito Santo é especial!

Na minha primeira viagem ao Jalapão eu fui às dunas para assistir o sol se por. Foi uma experiência marcante! As cores do entardecer merecem muitas fotos e a paisagem fica pra sempre guardada na memória.

Recentemente, na minha segunda viagem, visitei as dunas logo cedinho (após ver o nascer do sol na Serra do Espírito Santo) e, igualmente, foi uma experiência maravilhosa, pois fomos o primeiro grupo a subir nas dunas, ninguém tinha pisado na areia ainda, então deu pra ver certinho a ação do vento na areia, um verdadeiro desenho pincelado pela natureza!

As Dunas do Jalapão foi uma das locações da novela “Araguaia”, da Rede Globo e do clipe da música “De Buenas”, do Lucas Lucco,

Antes de chegar nas dunas você vai passar pela Lagoa dos Jacarés… O nome é sugestivo, então melhor não chegar muito perto mesmo.

Lagoa dos Jacarés e Serra do Espírito Santo

Acesso ao local: o acesso até as dunas é feito através de um curto caminho de areia e depois você precisará subir as dunas. Exige esforço um leve/moderado para subir as dunas.

Roupa apropriada: qualquer roupa que você julgue confortável. Para as fotos ficarem mais bonitas, recomendo um vestido ou uma saia com efeito esvoaçante. Chapéu também ajuda a compor o look! Calçado: pode ir de chinelo ou mesmo descalça.

Serra do Espírito Santo

A Serra do Espírito Santo fica pertinho das Dunas do Jalapão e a 1h de carro da cidade de Mateiros.

Uma atividade extra que a maioria das expedições oferecem é subir a Serra do Espírito Santo para assistir o nascer do sol.

Muita gente pula essa atividade, pois é preciso um esforço extra para encará-la:

Você deverá estar pronto(a) às 3h30min da manhã para sair da pousada em Mateiros e ir até a base da Serra (cerca de 1h de viagem).

A trilha é de dificuldade média/alta e precisa ser feita no escuro, apenas com a ajuda da lanterna do celular.

Considerando esses fatores, eu abri mão do passeio quando estive no Jalapão pela primeira vez, em 2017. Porém… a vida me deu uma segunda chance e, dessa vez, eu não poderia recusar: então eu encarei o desafio e digo que valeu a pena demais!

Claro que eu estava cansada e que a vontade imediata era dizer “não vou”, mas em seguida em pensei: “provavelmente eu não terei outra chance dessa e descansar eu descanso depois… então bora lá!”

Levei 32 minutos para subir a Serra do Espírito Santo. Não vou dizer que foi fácil, pois a subida é bem íngreme e os degraus bem altos (exigem certa dose de flexibilidade), mas é bem possível, ainda mais se você fizer algumas paradas para descanso durante o caminho.

Na trilha você pode se apoiar em cordas e estacas. A iluminação será a sua lanterna do celular.

Cheguei ao topo com bastante antecedência, então foi só questão de me posicionar e aguardar o sol! E meia hora depois, lá estava ele:

A volta foi bem mais tranquila: já estava claro e para descer “todo santo ajuda”.

Muita gente pergunta sobre o risco de cobras pelo caminho… Sim, é um risco mesmo. Por isso é importante seguir sempre as orientações do seu guia. Por sorte nenhuma cobra cruzou nosso caminho!

Acesso ao local: trilha íngrime (30 a 40 minutos de trilha). Dificuldade: média/alta.

Roupa apropriada: roupa própria para trilhas ou roupa que você usa para ir para academia. Recomendo uso de calça. Leve também um casaco corta vento, pois lá no topo faz frio. Calçado: tênis.

Nascer do sol na Serra do Espírito Santo

Cachoeira do Formiga

Embora seja uma cachoeira com quedas pequenas, a Cachoeira do Formiga (e não “da” Formiga como muita gente diz) tem bastante volume de água.

É possível vencer a correnteza e nadar até suas quedas para desfrutar de uma massagem natural.

O poço tem água cristalina e de coloração azulada, e a cachoeira está rodeada por vegetação (palmeiras, árvores e samambaias são comuns ali).

O melhor é a temperatura da água, que é super agradável – a cachoeira com água mais morninha que já mergulhei.

O poço da cachoeira é fundo e tem uma correnteza forte, portanto, não é uma boa opção para quem não sabe nadar. Ainda assim vale a pena a visita para fotos e também para curtir uma área um pouco mais abaixo do poço principal, com águas mais calmas e menor profundidade.

Cachoeira do Formiga – Mateiros

A Cachoeira do Formiga fica a 36 km de Mateiros e a estrada, claro, é de chão (arenosa). O carro estaciona bem próximo e basta andar poucos metros para chegar no paraíso.

Ao contrário dos fervedouros, não há limite de pessoas por vez na cachoeiras, então contornar os horários de maior movimento será fundamental.

Acesso ao local: o estacionamento fica pertinho da cachoeira. Não é necessário fazer trilha nem qualquer esforço físico para chegar até ela.

Roupa apropriada: roupa para banho e qualquer roupa por cima. Se quiser tirar fotos mais bonitas no píer de apoio à cachoeira, uma saída de banho esvoaçante e um chapéu irão compor bem a foto. Calçado: chinelo.

Lagoa do Japonês

A Lagoa do japonês (na Fazenda Sucuriú), a rigor, faz parte do roteiro das Serras Gerais, não do Jalapão. Está a aproximadamente 240 quilômetros de Palmas e a 35 quilômetros de Pindorama.

Acontece que o local ficou muito famoso no Instagram e agora não se vende mais expedição para o Jalapão sem incluir esse atrativo.

Não foi o meu lugar preferido da viagem, mas jamais vou dizer para alguém não ir, pois acredito que toda experiência é muito válida.

Porém, preciso te alertar que a lagoa fica bem longe da cidade base (Ponte Alta do Tocantins) – são 2 horas para ir e depois mais 2 horas para voltar. No roteiro das Serras Gerais a visita é menos cansativo, pois o percurso é diferente.

A estrada é de chão e está bem ruim… Vamos torcer para que haja alguma melhora e assim a viagem até a lagoa seja menos cansativa.

A lagoa possui uma água cristalina e muito azul. A tonalidade é um azul mais escuro.

E quando digo que é cristalina, não estou exagerando. Só para você ter uma ideia do quão cristalina é, nosso guia perdeu a lente do óculos no fundo da lagoa e depois conseguiu encontrar.

O ponto negativo é que há pedras cortantes dentro e fora da água, então se faz adequado o uso de sapatilhas de mergulho para evitar acidentes (é possível alugar lá mesmo no atrativo).

No entanto, apesar do risco ser minorado com o uso das sapatilhas, ainda assim é preciso tomar cuidado, pois se deslizar qualquer parte do corpo nas pedras, você provavelmente vai se cortar.

O ponto principal da lagoa é a gruta e, para chegar até ela, há um barquinho a remo que só pode ser conduzido pelos guias (pessoas que visitam a lagoa sem um guia, não conseguem chegar até essa gruta).

O ponto de apoio na gruta são as pedras calcárias (aquelas que eu disse que cortam), então é preciso ter atenção na hora que andar ali por cima.

Não quero fazer um relato negativo da lagoa, até porque inegavelmente é uma lagoa linda e merece sua visita, mas é importante alertar vocês leitores que existe um bom perrengue chique por trás das belas fotos de Instagram.

Acesso ao local: o estacionamento fica pertinho da lagoa. Não é necessário fazer trilha nem qualquer esforço físico para chegar até ela. Para chegar até a gruta você pode ir nadando ou pegar o barquinho, que será conduzido pelo seu guia.

Roupa apropriada: roupa de banho. Calçado: chinelo ou sapatilha de mergulho que pode ser alugada no local.

Os Fervedouros

Os fervedouros são as estrelas do Jalapão! Quanto mais fervedouros você tiver a oportunidade de visitar durante sua expedição, melhor será a experiência.

Sem dúvida o grande diferencial do Parque Estadual do Jalapão são os seus fervedouros, e isso realmente me encantou, fazendo com que a viagem valesse muito a pena (tanto é que eu repeti). Claro que lá você também encontra muitos outros lugares belíssimos e muita experiência cultural, mas o que marca o Jalapão são essas ressurgências, só lá encontradas.

Já foram catalogados 83 fervedouros diferentes no Jalapão e, desse total, atualmente 17 são turisticamente explorados (leia-se: abertos à visitação). Somando minhas duas visitas ao parque, eu tive a oportunidade de conhecer 8 fervedouros diferentes.

Cada fervedouro é único, cada um tem uma característica marcante e eu amei todos!

Fervedouros são nascentes chamadas de ressurgências que brotam com muita pressão em um diâmetro pequeno e com temperatura muito agradável para banho (a água chega quase a ser morna).

É impossível afundar em um fervedouro. A pressão da água te joga pra cima com força e você fica literalmente flutuando – é um misto entre “boiar na maionese” (no caso, a areia seria a maionese) e “se sentir um astronauta”.

Outra forma de explicar a ação de um fervedouro, seria compará-lo ao gêiser. Tal como no gêiser, a água vem do lençol freático com muita pressão.

A diferença é que no gêiser a água não encontra nenhum obstáculo pelo caminho e por isso explode a muitos metros de altura.

No caso do fervedouro, a água do lençol freático sai com muita pressão, mas quando encontra o solo arenoso do Jalapão, não consegue ter o efeito de explosão que tem o gêiser. Todavia, nem por isso a pressão deixa de existir: e é justamente ela que faz com que você fique flutuando.

Portanto, embora essas nascentes sejam profundas (dizem que algumas podem chegar a ter 90 metros de profundidade), você pode entrar dentro dela e não afundar – no máximo vai ficar com água no peito ou pescoço.

O tanto que você afunda depende da pressão do fervedouro. Isso mesmo: tem fervedouros com maior pressão, onde você vai flutuar mais; e tem fervedouro com pouca ou quase nenhuma pressão, onde você vai boiar menos.

Como eu disse, os fervedouros são nascentes de água, então é importante que haja preocupação ecológica com sua preservação.

Por isso algumas regras devem ser cumpridas quando se visita um fervedouro:

  • Não use protetor solar, hidratante ou repelente se for entrar no fervedouro;
  • Há limite de pessoas por vez, e esse limite depende do tamanho do fervedouro;
  • Não é permitido comida ou bebida;
  • Geralmente cada grupo pode permanecer por até 20 minutos dentro do fervedouro.

Se não tiver outro grupo na sequência do seu, você poderá ficar mais do que 20 minutos dentro do fervedouro. Porém, se for época de muito movimento, pode ser que os 20 minutos (que já é muito pouco) sejam reduzidos para 15 ou 10!

Quando eu fui ao Jalapão em 2017 era bem tranquilo essa questão do tempo, pois o destino ainda não estava tão difundido como atualmente e dava para ficar mais do que 20 minutos com certa facilidade.

Hoje em dia já é mais difícil conseguir ficar mais do que 20 minutos em cada fervedouro, pois sempre tem um outro grupo esperando para entrar na sequência.

Porém, existe algumas formas de conseguir aproveitar um fervedouro por mais de 20 minutos:

Vários fervedouros construíram também uma estrutura de pousada no local. Se você se hospedar na pousada do fervedouro, então poderá se banhar depois que o atrativo fechar aos turistas/visitantes ou pela manhã, antes do fervedouro abrir aos demais turistas.

Eu tive a oportunidade de me hospedar na pousada do Fervedouro Bela Vista e por isso pude curtir ele muito mais tempo, inclusive fiz o chamado “banho noturno”.

A outra forma de conseguir autorização para ficar no fervedouro por mais tempo do que o usual, é sendo o último grupo do dia, pois se não tiver ninguém na sequência para entrar, eles permitem que seu grupo fique mais.

Os fervedouros estão localizados em áreas particulares ao longo da estrada estadual TO-110, que liga Mateiros a São Félix. Eis a minha parte preferida da viagem!

Acesso ao local: o acesso aos fervedouros é sempre tranquilo – não precisa de esforço físico nenhum. Geralmente um curto caminho de areia, terra ou passarela liga o estacionamento do atrativo até o fervedouro.

Roupa apropriada: roupa de banho por baixo e qualquer roupa que você queira por cima – sugiro algo prático, fácil de tirar e colocar… como se você estivesse indo para praia ou piscina mesmo. Calçado: chinelo.

Fervedouro Bela Vista – São Felix

Fervedouro Bela Vista

O Fervedouro Bela Vista é o maior fervedouro (com 15 metros de diâmetro), aberto para visitação, do Jalapão. Inclusive, esse fervedouro foi uma das locações da novela “Araguaia”.

Agora tem uma plataforma bem alta ao lado do fervedouro, onde é possível subir e tirar fotos de cima, como se tivessem sido feitas com um drone.

Na minha primeira visita ao Jalapão (antes da novela Araguaia) o turismo no Parque Estadual ainda não estava tão difundido como hoje, então era comum chegar nos fervedouros e encontrar eles vazios.

Hoje em dia isso é bem mais raro, então vale a pena lançar mão de algumas estratégias para aproveitar melhor cada passeio.

E aqui a estratégia foi justamente dormir na pousada do Fervedouro Bela Vista!

Quando chegamos no local, o fervedouro estava cheio, e ainda tinha alguns grupos na nossa frente. Porém, não desesperamos, já que sabíamos que poderíamos curtir o local depois, quando já estivesse fechado para visitação externa.

Isso mesmo, quando você se hospeda na pousada, você pode usufruir do fervedouro livremente: fizemos o famoso “banho noturno” (exclusivo para hóspedes da pousada) e, quando amanheceu, fomos correndo lá para curtir mais um pouco antes que ele fosse reaberto ao público.

O banho noturno é uma novidade no Jalapão (quando eu fui pela primeira vez ainda não existia essa possibilidade de entrar em um fervedouro à noite).

Algumas pessoas têm medo por conta do risco de bichos, mas, embora possa acontecer, geralmente eles se afugentam com o barulho dos turistas. Então por mais que estejamos numa área com muitos animais, não é comum encontrá-los pelo caminho ou nos fervedouros, pois passamos por locais sempre movimentados.

De qualquer forma, não se pode afirmar que não haverá bichos, afinal, lá o habitat natural deles!

Não são todos os fervedouros que permitem o “banho noturno”, mas aqueles que permitem, são iluminados.

Uma característica marcante do Fervedouro Bela Vista, é que ele tem vários pontos de ressurgências, então você pode optar por ficar do lado onde é possível ficar em pé normalmente, sem flutuar, ou dentro das nascentes propriamente ditas, onde você flutua, independente da sua vontade.

O Fervedouro Bela Vista fica a apenas 3 km da cidade São Félix e seu acesso é super fácil, como os demais fervedouros (não precisa fazer trilha para chegar em nenhum dos fervedouros que visitamos).

Esse fervedouro provavelmente será o primeiro ou o último a ser visitado na sua expedição, dependendo do sentido do seu roteiro, que pode começar por Ponte Alta do Tocantins ou por São Felix.

Fervedouro do Alecrim

O Fervedouro do Alecrim (1,8 km da cidade de São Felix) é um pouco menor que o Fervedouro Bela Vista, mas os dois possuem um formato semelhante, bem como uma boa infraestrutura, com passarela de madeira, que dá acesso ao local.

A maior diferença entre os dois fervedouros é a cor. O Bela Vista tem água de tonalidade azulada, enquanto o Fervedouro do Alecrim é verde (lembra muito as paisagens da Costa Rica).

O Fervedouro do Alecrim tem uma nascente principal, e ali a pressão da água é maior e você terá o efeito de flutuação.

Ao contrário do Bela Vista, no Alecrim não há pousada nem restaurante, apenas o fervedouro.

Por outro lado, é possível também a visita noturna.

Tal como o Bela Vista, o Alecrim também fica na cidade de São Félix, portanto, será um dos seus primeiros ou um dos seus últimos fervedouros da viagem, a depender do sentido da sua expedição.

Fervedouro por Enquanto 

O Fervedouro por Enquanto (36 km de Mateiros) é um dos mais lindos ao meu ver, pois tem uma água azul cristalina que só se compara ao Fervedouro do Buritizinho (mas, ao contrário do Fervedouro do Buritizinho, é uma delícia brincar nas nascentes do Fervedouro por Enquanto).

É um fervedouro que abriu para visitação recentemente, então quem fez expedição há mais tempo, não teve a oportunidade de conhecer.

O lado bom é que se você ainda não conhece o Jalapão, quando for, terá a oportunidade de conhecer esse

Fervedouro Macaúbas

O Fervedouro Macaúbas (localizado a 34 quilômetros da cidade de Mateiros) é o segundo da lista (considerando todos os fervedouros que visitei) quando o assunto é “pressão da água” (o primeiro da lista é o Encontro das Águas).

A experiência que ele proporciona é muito boa, eu diria que ele é o fervedouro “pacote completo”:

É um fervedouro muito bonito, com vegetação exuberante ao seu redor; sua água é extremamente cristalina (foi onde consegui as melhores imagens aquáticas); sua pressão é bem forte.

Quando você entra na nascente, a sensação é de areia movediça que te agracia com massagens e até pequenos choques. A água sai com tanta força que é impossível afundar mais do que a altura do peito.

Fervedouro do Ceiça

O Fervedouro do Ceiça (25 km da cidade de Mateiros) foi o primeiro fervedouro do Jalapão a ser turisticamente explorado.

Ele é lindo, rodeado de bananeiras e muito verde!

A característica principal do Fervedouro do Ceiça é que sua nascente fica bem no meio: se você andar pelas laterais do fervedouro, você não sente nada de diferente, mas se você pular no centro, vai sentir perfeitamente o fenômeno da pressão da água que te joga pra cima!

Recomendo a brincadeira: chegue bem na beirinha da nascente e pule dentro. Imediatamente você será devolvido(a) para superfície.

Fervedouro do Buritizinho

O Fervedouro do Buritizinho (29 km de Mateiros) é um dos fervedouros com água mais azul do Jalapão.

No quesito “beleza”, ele ocupa as primeiras posições, pois a cor da água, sua transparência, aliado à exuberante vegetação que o cerca, chegam a tirar o fôlego.

Por outro lado, aqui não se tem a real experiência do que é um fervedouro, pois seu poço é fundo (não deu pé pra mim) e, em decorrência disso, você não sente que está boiando, visto que a pressão da água não é tão forte.

É um fervedouro muito bonito e rende belas imagens subaquáticas (água muito azul e cristalina). Porém, não é um fervedouro tão divertido, pois nele não dá para sentir o efeito da ressurgência.

Não é um fervedouro muito indicado para quem não sabe nadar. Importante destacar isso, pois às vezes as pessoas se acostumam com a ideia de não afundar, mas não é o que acontece no Fervedouro do Buritizinho.

Embora seja possível mergulhar nesse fervedouro, a sensação é muito estranha, pois ainda que você não sinta, a pressão da água está ali (mais fraca do que nos demais fervedouros).

Quando eu visite o local em 2017, o ambiente fervedouro era mais bonito. Agora colocaram umas estacas ao seu redor (para servir de apoio para os turistas colocarem suas coisas) e deixou o cenário meio “poluído” visualmente (antes ele era mais aberto). Por outro lado, a parte interna do fervedouro continua linda.

Do lado do Fervedouro do Buritizinho passa o Rio Formiga, onde é possível tomar banho, pular de um balanço preso à árvore e praticar boia cross. No local também há um restaurante, que serve almoço no estilo buffet. 

Dica: fique atento(a) ao fluxo de pessoas e fuja dele. No decorrer da sua expedição você provavelmente encontrará as mesmas pessoas sempre nos lugares por onde passar (grupos de turistas que também estão fazendo expedições nos mesmos dias que você, porém, com agências diferentes), a solução é inverter a ordem de alguns atrativos para conseguir aproveitá-los mais vazios. Invertemos a ordem de vários passeios e o resultado foi ótimo, pois conseguimos realmente “fugir da muvuca”.

Fervedouro Encontro das Águas

Acho que no quesito “beleza”, o Fervedouro Encontro das Águas (localizado a 36 quilômetros de Mateiros) perde para os demais, porém, é sem dúvida o fervedouro de maior pressão que visitamos. Eu acho ele o mais divertido, pois tem um efeito “areia movediça” bem mais forte que nos demais.

É um fervedouro pequeno, e a sensação que se tem quando entra no Fervedouro Encontro das Águas é a de que se está em uma banheira de areia flutuante e essa areia é bem fininha.

De fato tem areia por todos os lados, pois a pressão da água é muito forte e joga a toda aquela areia pra cima com muita força, que fica em suspensão na água. Nesse fervedouro, definitivamente, é impossível afundar!

Tanto é que se você entra na nascente, você fica com água até a região do peito e não mais do que isso (em outros fervedouros a água chega até o pescoço).

*Fervedouros são nascentes onde a água brota com tanta pressão, que provoca o chamado fenômeno da ressurgência, e é esse fenômeno que te faz boiar e jamais afundar. Por mais que você se esforce para afundar, a água te “joga pra cima” e a areia fica em suspensão na água (às vezes chega a fazer leves cócegas), fazendo você se sentir como se estivesse flutuando.

O nome Encontro das Águas vem do rio existente ali do lado: formado pelo encontro do Rio Soninho e do Rio Formiga.

O curioso desse rio, é que é possível ver nitidamente o encontro entre as águas dos dois rios, pois a tonalidade delas é diferente. Além disso, quando você entra, percebe que além da tonalidade, a temperatura da água também muda de um lado do rio para o outro. Aliás, depois de curtir o fervedouro, um banho no rio é essencial para tirar a areia do corpo.

Fervedouro Encontro das Águas – Mateiros

Fervedouro Buritis

O Fervedouro Buritis (19 km da cidade de Mateiros) também encanta pela tonalidade da água, que varia entre tonalidades de azul ou verde, conforme a luz solar.

Por outro lado, ele não tem tanta pressão como o Fervedouro do Ceiça, Macaúbas ou Encontro das Águas.

O que marca a experiência é que o Fervedouro Buritis possui vários pontos de ressurgências e não apenas um poço central, como o Fervedouro do Ceiça.

Além do atrativo principal, no local há uma estrutura de banheiros e restaurante.

Fervedouro Buritis – Mateiros

Dicas Bônus do Jalapão

Quais roupas usar?

Use roupas leves, claras e coloque traje de banho por baixo.

É uma mala bem fácil de fazer, pois a principal peça da viagem é a roupa de banho.

Para quem gosta de fotos, vale a pena levar uma roupa diferenciada para tirar fotos nas Dunas do Jalapão e na Pedra Furada.

Durante a viagem lembre de colocar uma peça de roupa extra na mochila, assim você não precisa voltar com roupa molhada.

Na época chuvosa (denominada “inverno” no Jalapão) não chega a fazer frio, mas um casaquinho para usar quando escurece, pode ser boa ideia.

Na época de seca faz bastante calor, tanto de dia quanto à noite. Todavia, leve um casaco corta vento para fazer a trilha da Serra do Espírito Santo.

Em relação aos calçados, há necessidade apenas de chinelo e tênis (visita ao Cânion Sussuapara, Pedra Furada e trilha da Serra do Espírito Santo).

O que levar?

Recomendo máquina subaquática, repelente e protetor solar (exceto quando for entrar nos fervedouros), chapéu/boné, toalha (se for aquelas toalhas específicas para viagem de aventura, é melhor), óculos de sol.

Além do cartão de crédito, leve dinheiro em espécie, pois não são todos os locais que aceitam cartão. Eu sei que a expedição já inclui praticamente tudo, mas se você quiser comprar uma bebida, um sorvete ou uma lembrança, vai precisar de dinheiro (alguns lugares aceitam cartão).

Durante o roteiro você vai passar por várias comunidades que vendem artesanatos feitos com o Capim Dourado, que é a base da economia local. Enfeites de casa, acessórios para cozinha, colares, brincos e acessórios… Impossível não se encantar!

*Desapegue da internet durante a viagem, pois poucos locais/cidades possuem sinal (e não são todas as operadoras que funcionam). A Claro funciona em algumas cidades, mas nas estradas nada vai funcionar. Nas pousadas haverá Wi-Fi, mas nem sempre a qualidade é boa.

Para quem é essa viagem?

Fazer uma expedição ao Jalapão é uma viagem de aventura, com muita integração à natureza.

É também uma experiência cultural, pois você terá a oportunidade de visitar comunidades quilombolas e conhecer um pouquinho do dia a dia de pessoas muito simples, que abrem as portas de suas casas para os turistas.

Não espere luxo ou conforto, pois uma viagem ao Jalapão é uma viagem “raiz” e “bruta”, com muitas horas de deslocamento entre um atrativo e outro.

Para curtir a viagem o importante é se envolver, deixar o clima do Jalapão tomar conta de você e apreciar muito cada momento, cada paisagem, cada ensinamento que lhe for proporcionado.

Eu não indico a viagem para gestantes nem para crianças pequenas, mas cada um deve avaliar, conforme suas condições pessoais, qual a melhor decisão a ser tomada.

Avalie as distâncias entre os passeios e também a distância até Palmas, caso haja alguma emergência.

Como é a alimentação durante a viagem?

As refeições de almoço são feitas nas comunidades, nos atrativos ou mesmo na casa dos locais.

Comida simples feita na hora, com tempero caseiro: arroz, feijão, macarrão, carne, frango, peixe, mandioca, abóbora, farofa e salada. Geralmente o cardápio varia entre essas opções e as comidas são bem saborosas.

O jantar costuma ser na própria pousada onde você estará hospedado ou em algum outro local da cidade (São Felix, Mateiros ou Ponte Alta do Tocantins).

Não dá para eu te dizer exatamente onde você vai almoçar ou jantar, pois isso muda: depende da época da sua expedição ou mesmo do roteiro escolhido pela sua agência.

O importante é ter em mente que Jalapão não é viagem gastronômica e sim cultural: você terá a oportunidade de vivenciar um pouco da rotina das comunidades quilombolas, inclusive no momento das refeições.

Para sobremesa é comum encontrar sorvetes com sabores típicos do cerrado. Não deixe de provar tudo que tiver direito. Viva a experiência do Jalapão por inteiro!

Onde são as pernoites durante a expedição?

As opções de pousadas melhoraram bastante de 2017 pra cá! Em 2017 sim o negócio era raiz! Agora as pousadinhas já estão caminhando para uma vibe mais Nutella! Mesmo assim, não espere por nada grandioso, pois estamos falando de uma “viagem natureza” e hospedagem de luxo não existe (ao menos por ora) no Jalapão.

Ainda é tudo muito simples, mas já encontramos pousadas com piscinas e jacuzzi na área externa!

Fazendo uma expedição tradicional como a minha, provavelmente suas pernoites serão nas cidades de São Felix, Mateiros e Ponte Alta do Tocantins.

As agências escolhem as pousadas das viagem conforme a disponibilidade, então não é garantido que você vai se hospedar nas mesmas pousadas que eu me hospedei.

Em São Felix eu fiquei na pousada do Fervedouro Bela Vista. Gostei da experiência, pois, como eu disse, tive a oportunidade de fazer o banho noturno no fervedouro, que é uma exclusividade dos hóspedes da pousada.

Cada quarto é uma “casinha” separada, então é um local com bastante privacidade. Os quartos são simples, mas conferem o conforto básico necessário para uma noite tranquila de sono (tem TV, ar condicionado, banho quente, boa limpeza).

A pousada possui um restaurante também, onde foi servido o nosso jantar e o café da manhã. Particularmente acho que a culinária deixou a desejar. A pousada estava com bastante hóspedes e não conseguiram dosar a quantidade de comida necessária (conforme algo acabava, não havia reposições).

A internet na pousada também é bem ruim (sinal com bastante oscilação).

Na cidade de Mateiros ficamos por duas noites na Pousada Santa Helena, que possui uma boa estrutura de piscina e jacuzzi externa.

O quarto é amplo e confere o conforto básico necessário. A estrutura da pousada é boa, mas falta manutenção (meu banheiro estava com a descarga quebrada – solicitei suporte e o problema foi resolvido). Assim, como na pousada anterior, a internet também não funciona nos quartos (apenas próximo à recepção).

Uma pousada que me chamou atenção na cidade de Mateiros foi a Pousada Beira da Mata. Fomos jantar nessa pousada e percebi que ela tem uma estrutura melhor que as demais: um bom bar de drinques, um restaurante amplo e os quartos são chalés charmosos.

Infelizmente ela já estava com ocupação máxima na data da minha expedição, mas, quem sabe, você consiga se hospedar lá!

Por fim, na cidade de Ponte Alta do Tocantins, fiquei na pousada Águas do Jalapão, que das três, é a que possui melhor estrutura externa: restaurante, bar, piscina, jacuzzi, sala de massagem, loja e até uma Vereda para banho!

Os quartos, por outro lado, não são são bons quanto à área externa da pousada. Quarto e banheiro são bem pequenos.

A internet na Pousada Águas do Jalapão funcionou muito bem, inclusive dentro do quarto.

O turismo no Jalapão ainda é recente. O destino está evoluindo ano a ano, então pode ser que quando você fizer a sua expedição algumas coisas já estejam diferentes. Meu relato retrata a situação atual (2021) e, em comparação a 2017 (ano da minha primeira visita), percebi várias mudanças.

Por outro lado, é importante ter em mente que o Jalapão é um lugar singular e que se um dia vier a “se desenvolver demais” vai perder essa singularidade, que o torna tão especial e diferente quando pensamos em turismo nacional.

Na balança existem prós e contras, por isso recomendo, a quem puder, que visite o Jalapão o quanto antes, para entender essas características que eu tanto mencionei aqui e que são tão únicas!

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Wanderlust por natureza, no meu tempo livre estou sempre programando uma nova aventura ou experiência, pois acredito que a melhor viagem é sempre a que está por vir!

5 Comments

  1. Wilson Bricio Reply

    Parabens pela reportagem e obrigado pelas valiosas informações e dicas.

    Abraço

    Wilson

  2. mercia bogoni Reply

    Muito muito obrigada pelas suas dicas..com certeza, eu e meu marido nunca viajamos sem ler teu blog….espetacular, sua linguagem é bem feita, as dicas,parecem que estamos batendo papo..adoro pq vc dá dica até das roupas pra levar..adorooooooo..
    Gratidão.
    Mercia Bogoni

    • Anna Reply

      Obrigada Mercia! Que bom que você gosta! Escrevo os posts com muito carinho e é muito gratificante saber que eles são proveitosos! Bjs

  3. Talita Busarello Reply

    Adorei as dicas, muito bem estruturado e claro. Julho estaremos no Jalapão com suas indicações!

    • Anna Reply

      Olá Talita! Fico feliz que tenha gostado e desejo que sua viagem seja tão boa quanto foi a minha! bjs

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