Quem nunca se deparou com essa dúvida, que atire a primeira pedra! Levar real, dólar, usar cartão de crédito, cartão pré-pago… Afinal, qual a melhor forma de pagar suas contas e compras no exterior?
Com o IOF fixado em 6,38%, escolher a melhor forma de pagamento a ser usado no exterior está cada vez mais difícil… O jeito é encontrar a solução “menos pior”.
Vamos analisar nossas possibilidades:
1.Compras no exterior com dinheiro em espécie
Embora haja o risco de perda ou furto, levar dinheiro em espécie continua sendo a melhor forma de pagamento das suas compras e contas no exterior, pois não há incidência de IOF no patamar de 6,38% (sob dinheiro em espécie incide IOF de 0,38%).
Mas qual moeda levar?
Bom… Primeiro depende para onde você está indo.
Regra geral, levar dólar e no destino trocar pela moeda local é uma boa opção. Porém, o ideal é pesquisar, pois há destinos onde compensa levar real e lá trocar pela moeda local, a exemplo do Chile.
Em outros lugares, a exemplo de Cancun, levar real será um grande problema, pois nem todas as casas de câmbio aceitam nossa moeda.
O ideal é pesquisar antes de ir e pedir referências para quem esteve naquele país há pouco tempo, pois essa pessoa certamente lhe dará uma informação atualizada acerca do câmbio.
Suponhamos que o seu destino tenha casas de câmbio que aceitam real e dólar. Nessa hipótese, se você estiver em dúvida sobre qual moeda levar, para garantir o “preço médio”, leve um tanto em real e outro tanto em dólar.
Dólar e euro são moedas que podem facilmente ser trocadas aqui no Brasil, se assim você desejar. Todavia, evite trocar moedas “exóticas” aqui no nosso país, pois é quase certeza absoluta que você perderá dinheiro.
Exemplo: quem vai para África do Sul pode optar por levar real, dólar ou euro, e lá trocar pelo rand. Trocar rand ainda no Brasil não será a melhor escolha, pois a cotação tende a ser muito ruim.
Na dúvida entre levar real, dólar ou euro, consulte quem foi há pouco tempo, faça pesquisas na internet. Se ainda assim não tiver certeza, leve um pouco de cada moeda para garantir o “preço médio”.
Uma dica muito valiosa para economizar no câmbio é fazer uma reserva em dólar. Quando eu vejo que o dólar está caindo, compro um pouco da moeda americana para já ter uma reserva para a próxima viagem, e assim evito surpresas desagradáveis. Portanto, não deixe para comprar na última hora.
Outra dica é no tocante ao “armazenamento” do seu dinheiro: não deixe tudo num mesmo lugar, pois se acontecer algo de ruim com determinada quantia, ainda tem mais dividido em outros lugares (ou sob a responsabilidade de outras pessoas que estão viajando junto).
Obs. A Receita Federal estabelece um limite de 10 mil reais em espécie por pessoa que está indo para o exterior. Quantias maiores devem ser declaradas.
2.Cartão de crédito
O cartão de crédito tem muitas vantagens, incluindo-se dentre elas a segurança dessa forma de pagamento e o acúmulo de pontos (que serão convertidos em milhas e, depois, em passagens aéreas).
Por outro lado, caso você opte pelo uso do cartão de crédito fora do Brasil, lembre-se de somar o IOF com alíquota de 6,38% às suas compras.
Com isso, até compras que pareciam um bom investimento no início, acabam se tornando bem caras.
Além disso, se sua compra é em outra moeda, há dupla conversão: do real para o dólar e do dólar para a moeda local… Dupla conversão = dupla perda.
Como se não bastasse, não é possível afirmar que há um padrão na cotação utilizada pelos cartões. Existem cartões com cotação melhores que outros (consulte como funciona no seu banco).
Mesmo com todas essas desvantagens, ainda tenho o cartão de crédito como segunda melhor opção, via de regra (pois acumula pontos e é uma forma segura de pagamento e transportar dinheiro).
3.Cartão de débito
Para utilizar o cartão de débito no exterior, você precisa primeiro habilitá-lo. Além disso, há limite de compra diário e saque, conforme seu banco e cartão.
O problema é que, assim como no caso do cartão de crédito, o IOF também é de 6,38%.
Limite de saque diário (além da incidência de taxa a cada novo saque), limite de gasto diário, IOF de 6,38% e nada de acúmulo de pontos… Tire suas próprias conclusões!
4.Cartão pré-pago
Na época em que a alíquota do IOF sobre os cartões pré-pagos era 0,38%, essa era uma boa forma de levar dinheiro ao exterior. Porém, atualmente, com o imposto fixado em 6,38%, não tem mais vantagem.
Funciona assim: você compra o cartão pré-pago (também conhecido como “travel money”) e “abastece” ele de dinheiro (câmbio da empresa emissora do cartão). No exterior você o utiliza como se fosse um cartão de débito, com a vantagem de poder ser reabastecido pela internet.
É mais seguro que o dinheiro, porque, em caso de perda/furto, basta bloqueá-lo.
Outra vantagem é que além de utilizá-lo como cartão de “débito”, você também pode sacar o dinheiro que foi creditado (com pagamento de taxa por saque) nos caixas ATM.
O estranho desse cartão é que a maioria das máquinas não exigem senha (ou não exigiam, no passado). Você fazia suas compras, passava o cartão e assinava o recibo da compra. Em caso de perda ou furto, é de suma importância efetuar o cancelamento assim que perceber o ocorrido, pois não oferece seguro, como os cartões de crédito tradicionais.
Já foi uma boa forma de levar dinheiro (quando o IOF era 0,38%), mas hoje acaba se tornando menos vantajoso que o cartão de crédito, visto que não tem seguro, nem gera acúmulo de milhas.
Talvez ainda seja uma boa opção para adolescentes que viajam sozinhos e os pais ficam receosos de seus filhos perderem dinheiro ou não saber muito bem como administrá-lo. Com o cartão pré-pago os pais ficam no controle, podendo depositar mais dinheiro conforme a necessidade.
Sem dúvida, está longe de ser a opção mais econômica para levar dinheiro em suas viagens para o exterior.
5.Abrir uma conta no exterior
É, ao meu ver, a melhor opção, principalmente se você viaja bastante para o exterior.
Há mais de uma opção de banco que disponibiliza essa modalidade de conta para estrangeiros: a exemplo do Bank of America, Wells Fargo e até mesmo Banco do Brasil Americas e HSBC.
Ao contrário do que muita gente pensa, para abrir conta em um banco americano, você não precisa ser residente no país, mas apenas apresentar um comprovante de endereço do local onde está passando sua estadia.
Você também deve estar com passaporte e visto e mãos, bem como responder as perguntas que lhe forem feitas, pois representam uma pré-análise da aprovação ou não da abertura de conta.
As regras para que o estrangeiro tenha conta nos Estados Unidos sem necessidade de pagamento de tarifas, são simples, incluindo-se, dentre elas, manter um valor mínimo em conta – se esse valor não for mantido, taxas incidirão.
O cartão de débito dessa conta é a melhor forma de efetuar compras em qualquer lugar do mundo. Outra vantagem é sacar dinheiro nos ATM´s sem tarifas extras (como incide no caso de saque de uma conta brasileira).
As transferências de dólar para a conta podem ser feita via internet banking ou TransferWise, por exemplo.
Atenção: essas transferências devem ser declaradas na declaração anual de Imposto de Renda.
Dica final
Se você não tiver interesse ou oportunidade de abrir uma conta no exterior, procure fazer um “mix” entre as formas apresentadas.
Não leve apenas dinheiro, não leve apenas cartão… Às vezes o uso de apenas uma dessas modalidades pode ter deixar na mão, sendo importante ter um “plano B”.
Confira também aqui no MV:
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