Ao se tornar mãe ou pai você ouviu que “não viajaria mais” ou que “iria viajar muito menos agora que tem um bebê”? Será que precisa mesmo ser assim? João chegou para completar nossa família e nos mostrar que, com organização e disposição, podemos sim continuar fazendo muitas viagens.
Por que as pessoas dizem que viajar com bebê é difícil?
Viajar com bebê é diferente, pode ser mais difícil ou não, dependendo das suas escolhas. Claro que os desafios irão aparecer, mas isso é algo inerente à maternidade.
Com bebê, as viagens demandam mais organização. Quando mais você estiver confortável com o seu roteiro e planejamento, mais fácil vai ser. Por outro lado, se você é do tipo “só vamos e lá a gente vê como vai ser”, provavelmente vai encontrar muitos perrengues pelo caminho.
Outra situação a ser analisada é sobre como era a rotina da família antes do bebê e como será agora. Geralmente as pessoas que dizem que “depois dos filhos você não viaja mais”, são pessoas que pouco viajavam mesmo antes da chegada do bebê. Ao passo que os casais que sempre gostaram de viajar, continuam com essa mesma vontade e reconhecem que, apesar do estilo ser diferente, as viagens continuarão acontecendo.
A virada de chave
Nossa vida é um conglomerado de fases. De quando eu comecei a viajar com frequência (há 15 anos) até hoje, consigo definir claramente as minhas preferência e escolhas conforme cada fase da minha vida. O que me agradava há 10 anos já não me agrada mais, e o que antes não fazia sentido, agora se tornou essencial durante uma viagem.
Com 20 anos de idade eu não me importava com a hospedagem, pois eu viajava para passear o dia inteiro e ia para o hotel apenas para dormir, então não fazia sentido investir em bons hotéis. Com o passar do tempo isso mudou, de forma que hoje, a hospedagem é um dos fatores mais importantes para mim quando começo o planejamento de uma viagem. Já não faz mais sentido ficar em uma hospedagem que não me ofereça conforto, pois já não quero mais passar o dia todo passeando.
E com a maternidade não é diferente. Entrei numa nova fase da minha vida e essa nova fase demanda escolhas diferentes. A escolha não é entre viajar ou não viajar, mas sim quando, como e para onde viajar. Num primeiro momento, é normal diminuir a quantidade, mas a família vai dosar o que encaixa melhor, conforme cada fase de desenvolvimento do bebê e, depois, da criança.
Ao invés de abrir uma lista de opções e escolher o destino que “deu vontade na hora”, agora eu penso em fatores como: período da viagem, estação do ano, clima, formas de locomoção, atividades, facilidade de acesso, opções de voos…
Talvez por isso algumas pessoas digam que “viajar com bebê é difícil”. Na verdade, para ser sincera, eu acho que “ter um bebê já é muito difícil por si só”, mas eu posso lidar com os desafios da maternidade de formas diferentes. O cansaço diário já faz parte da minha rotina e assim será por mais um bom tempo, então, sempre que possível, prefiro curtir meu cansaço viajando. Quem nunca ouviu que é “melhor cansar na praia do que em casa?” – eu também acho!
Além disso, acredito que todas as experiências agradáveis que eu proporcionar ao meu filho agora, contribuirão para seu desenvolvimento. Ele pode não lembrar das viagens que fez antes de 1, 2 ou 3 anos de vida, mas as sensações que eu posso proporcionar a ele com essas viagens, sem dúvida serão positivas para seu crescimento e compreensão de mundo.
E como fica a rotina do bebê na viagem?
Para mães rigorosas com rotina como eu, para não sofrer (e aproveitar) é preciso aliviar um pouco nas viagens.
Dependendo da viagem, é possível seguir boa parte da rotina – digo boa parte, pois só o fato de mudar de ambiente já faz com que a rotina mude também.
Porém, há viagens em que é preciso relevar isso, principalmente quando pensamos em um destino internacional, com mudança de fuso horário e voos longos. Isso, por si só, vai demandar um tempo de organização para o bebê e tentar seguir a rotina a todo custo, pode ser exaustivo para toda a família.
Por outro lado, o bebê que tem rotina ajustada, pode até sair um pouco dela durante a viagem, mas no retorno, provavelmente não vai demorar muito para se readequar. É o que reparei aqui em casa.
João adora viajar, conhecer ambientes diferentes, gosta de movimentação e das novas experiências que as viagens proporcionam. Ele pode até não lembrar disso no futuro, mas tenho certeza que ele fica muito feliz quando proporcionamos esses momentos a ele. Então deixar um pouco a rotina de lado por alguns dias também tem suas vantagens!
O que levar em consideração na hora de escolher um destino para viajar com bebê?
Para os primeiros meses de vida do bebê, escolha destinos dentro da sua “zona de segurança”.
Eu optei por seguir a seguinte ordem:
1º) Viagem de carro
2º) Destino nacional – voo curto (1h30min, sem conexão)
3º) Destino nacional – voo mais longo (com conexão)
4º) Destino internacional
Nossa primeira viagem com João foi aos 2 meses de idade e, depois dessa, fizemos mais 7 viagens até aqui (contando viagens a passeio e também aquelas para visitar família).
Vou compartilhar como me organizei para essas viagens e como foi cada uma delas.
Porto Rico/PR (4 vezes):
Idade:
– Primeira viagem a Porto Rico/PR: 1 mês e 28 dias
– Segunda viagem a Porto Rico/PR: 2 meses e 23 dias
– Terceira viagem a Porto Rico/PR: 5 meses e 3 dias
– Quarta viagem a Porto Rico/PR: de 6 para 7 meses
Essa última viagem com 7 meses foi cheia de novidades! João já estava na introdução alimentar, já aproveitou a piscina, andou de barco, foi para a prainha… Nossa, muitos momentos felizes para guardar na memória! Inclusive, reunimos a família e comemoramos os 7 meses, com o tema: Quitandinha do João.
Para nós, Porto Rico/PR é aquele “destino refúgio” que vamos sempre que possível, pois temos casa lá. Foi nossa escolha para a primeira viagem do João, dentro da “zona de conforto”.
São cerca de 500km para chegar, então isso me proporcionou adquirir certa experiência dentro da categoria “viagem de carro”.
Conforme cada fase (1, 2, 5 e 6 meses) percebi algumas mudanças no comportamento do João, mas as viagens sempre foram tranquilas. Nas duas primeiras vezes ele dormia por mais tempo e nas duas últimas dormiu menos, por isso precisei levar mais brinquedos para entretê-lo.
Outra diferença, foi que na última viagem (entre 6-7 meses) ele já havia iniciado a introdução alimentar, então precisei levar o que ele iria comer durante o período de deslocamento.
A maior parte do mérito é do João, pois ele é bonzinho e aceita bem a viagem de carro, mas algumas coisas que eu fiz (e funcionaram) vou compartilhar a seguir:
– Uso de cadeirinha confortável ao invés de bebê conforto: desde recém-nascido, sempre usei cadeirinha de carro (comprei o modelo Snugfix 0-36kgs Rotacional Fisher Price). Meu bebê se adaptou muito bem a ela, consegue fazer boas sonecas e não fica pedindo para sair da cadeira durante a viagem.
– Parada a cada 2 horas ou 2 horas e meia de viagem: por orientação médica, o ideal é parar a cada 2h de viagem, mas como nem sempre é possível (às vezes já deu 2h de estrada, mas estamos “no meio do nada”), coloco essa média de 2 a 2h30min para fazer uma parada. Nessa parada eu pego João no colo, saio com ele do carro, troco fralda, amamento/alimento – é um tempo de descanso.
– Organizo a saída conforme a rotina do bebê: viagem de carro proporciona essa facilidade. Programo a saída para a hora da primeira soneca do dia, pois isso já me garante de 1 a 2 horas de deslocamento com tranquilidade.
– Levo brinquedos: conforme João foi crescendo, fui percebendo que ele passou a ficar mais tempo acordado durante a viagem. Para que ele fique tranquilo durante o trajeto, levo vários brinquedos diferentes para entretê-lo.
– Levo a alimentação pronta: isso só precisei fazer na última viagem, pois antes era amamentação exclusiva. Para o transporte dos alimentos o ideal é usar potes térmicos (exemplos de marcas que vendem esses recipientes térmicos: Skip Hop, Buba ou Fisher Price). Com a comida em mãos, fica mais fácil manter os horários da rotina.
Quando chegamos no destino final, conseguimos manter a rotina do João, pois estamos em casa. É aquela tal da viagem “que não é bem uma viagem”, mas que foi ótimo para me proporcionar experiência sobre como me organizar com João em outro ambiente, o que é importante sempre ter em mãos e como lidar com as mudanças (horários, lugares, pessoas).
Além disso, usei essas viagens para entender o que preciso levar, ou seja, itens essenciais e itens que não são tão necessários assim.
Nas viagens de carro eu acabo levando mais coisas do que o necessário, mas numa viagem de avião é preciso ser mais prática e entender o que pode ficar de fora.
Vou dar alguns exemplos de itens que acho dispensáveis (itens que já levei na viagem de carro, mas que não levaria na viagem de avião):
– Banheira portátil: por menor que seja, ocupa espaço. A solução é banho de chuveiro ou pedir ao hotel que disponibilize banheira infantil.
– Berço portátil: ocupa muito espaço. A solução é pedir ao hotel que disponibilize ou fazer cama compartilhada na viagem.
– Levar fralda para todos os dias: fraldas descartáveis ocupam um espaço bizarro. Melhor levar só para os primeiros dias e comprar no destino.
– Excesso de brinquedos: não dá! Numa viagem de carro sempre cabe um brinquedinho a mais, porém, na viagem de avião basta escolher alguns e, de preferência, pequenos. Além disso, provavelmente durante a viagem você vai acabar comprando mais algum brinquedo para o bebê.
SP + Botucatu/SP + Ribeirão Claro/PR + Bauru/SP + Brasília/DF (11 dias de viagem):
Idade: 3 meses e 3 dias
Essa foi a nossa primeira viagem de avião com João. Apesar de ser uma viagem longa e com vários destinos, foi simples.
Pegamos um voo de Campo Grande para São Paulo e lá alugamos carro para ir até Botucatu, onde passamos um dia para visitar familiares.
Ao invés de alugar uma cadeirinha, compramos uma de modelo simples para levar em algumas viagens. No momento do aluguel do carro pela internet, tinha a opção de incluir cadeirinha, mas o valor total ficava o mesmo custo de comprar uma. Portanto, acabei comprando para deixar exclusivamente para essas situações (não quis levar a de uso diário dele, pois fiquei com receio de estragar).
Na viagem de avião com bebê é possível despachar um carrinho ou uma cadeirinha de carro. Nosso carrinho vai no interior da aeronave, então foi possível despachar a cadeirinha sem custo.
Sobre o despacho da cadeirinha, achei legal uma coisa: você não precisa levar ela já embalada. Lá na hora, no próprio guichê, a companhia Gol colocou em um saco plástico.
Na sequência, seguimos de carro até Ribeirão Claro, para hospedagem no DAJ Resort, que já foi tema de post aqui no blog.
Depois, ainda de carro, fomos até Bauru para visitar familiares e ir a um casamento. Voltamos para São Paulo para devolver o carro alugado e pegar um voo até Brasília.
Ficamos mais 3 dias em Brasília e depois retornamos de avião para Campo Grande.
O primeiro voo foi o melhor dos três voos que pegamos nessa viagem. O horário era bom (meio da manhã) e João dormiu praticamente o voo todo. Começamos com o pé direito.
Porém, o segundo voo (de São Paulo para Brasília) foi o oposto do primeiro. O nosso voo originário foi cancelado, então passamos a tarde inteira no aeroporto até conseguir embarcar num novo voo. Chegamos em Brasília por volta das 21 horas. Foi muito desgastante, João estava cansado e chorou bastante.
O terceiro voo foi na média: João não dormiu como no primeiro, mas não estava cansado como no segundo, então levamos numa boa.
Viajar de avião com bebê, ao meu ver, é mais desafiador do que viajar de carro. Na viagem de carro você dita as regras, horários e ritmo da viagem. Mas no caso do avião, imprevistos dos mais variados podem acontecer.
Bebê de até 2 anos de idade não precisa de assento próprio – viaja no colo do responsável e não paga passagem. Tem direito a despachar um carrinho ou uma cadeirinha/bebê conforto e pode levar uma bagagem de mão no interior da aeronave.
O espaço dentro do avião é limitado e o bebê pode ficar inquieto, então é preciso ter calma e, mesmo que ele chorar, pense que vai passar. Se o bebê chorar e você não conseguir acalmá-lo, paciência. Os demais passageiros são adultos, logo, é dever deles entender que às vezes simplesmente não dá para controlar o choro de um bebê.
– Agora vamos às dicas para buscar um voo mais confortável para você e para seu bebê:
1. Prefira voos em horários que se adequem melhor à rotina do bebê: no nosso caso, voos nacionais no meio da manhã ou no início da tarde são os que funcionam melhor. Todavia, talvez para vocês outro horário funcione melhor.
2. Escolha uma boa poltrona: se estou viajando sozinha com João, prefiro sentar no corredor, pois tenho liberdade para levantar sempre que precisar. Além disso, gosto da segunda fileira, pois apesar da primeira fileira ter mais espaço, existe limitação de manter qualquer coisa embaixo (junto contigo na poltrona) no momento da decolagem e do pouso.
A sorte grande é conseguir uma das 3 poltronas vazia. Se isso acontecer, você pode deitar o bebê no meio para ele viajar com mais conforto.
3. Melhor momento para embarque: apesar de ter embarque prioritário por estar com criança de colo, embarcar primeiro implica em ficar mais tempo dentro da aeronave e pode ser cansativo para o bebê. Se possível, eu prefiro embarcar já no final para diminuiu nosso tempo no interior da aeronave ainda em solo.
4. Cuidados na decolagem e pouso: a pressão no momento da decolagem e pouso costuma incomodar o ouvido dos bebês. É importante ofertar peito (amamentação), mamadeira ou chupeta para incentivar a sucção e, assim, aliviar o desconforto nos ouvidos. Na teoria é mais fácil que na prática, pois nem sempre o bebê vai querer fazer a sucção naquele momento. De qualquer forma, é importante fazer esforço para conseguir (eu nem sempre consigo e João já chorou algumas vezes por incômodo nos ouvidos).
5. Objetos para distração e alimentação: brinquedos e comidinhas (para bebês que já iniciaram a introdução alimentar) são sempre muito úteis durante o voo. É um momento desafiador para as mães e pais, então ter objetos que ajudam na distração contribuem para o voo ser mais agradável para família.
6. Troca de fralda: faça uma troca de fralda poucos minutos antes do embarque, para evitar o uso do banheiro/trocador do avião. Uma fralda de xixi provavelmente vai segurar durante todo o voo (estou falando de um voo nacional). No caso de cocô, não tem jeito, boa sorte com o uso do trocador do banheiro, que é caótico, pequeno e, geralmente, com cheiro ruim.
Trancoso/BA (6 dias de viagem):
Idade: 4 meses (completou 4 meses na viagem)
Comemoramos os 4 meses do João com uma viagem para Trancoso.
Dessa vez o voo foi mais demorado, com necessidade de conexão. A única opção que tinha disponibilidade partia de madrugada, então tivemos que encarar, mas foi ruim.
Precisei pegar João dormindo no meio da noite e ele seguiu dormindo até chegar no aeroporto, depois acordou com o barulho e luzes do avião. Além disso, os anúncios de cabine são altos e geralmente assustam os bebês. Enfim, eu não tinha outra opção – era esse voo ou não viajar, então aceitei.
Lembro que estava tendo uma onda de calor terrível naquela semana, então para deixar João o mais confortável possível, peguei ele do jeito que estava dormindo (só com um body) e o levei assim mesmo. Depois, quando chegou no aeroporto (com ar condicionado), embrulhei ele numa fralda para não precisar trocar a roupa com ele dormindo.
Depois que o avião pousou ele conseguiu dormir mais um pouco e o segundo voo foi mais fácil, pois já era dia.
Chegamos no aeroporto de Porto Seguro e o transfer já estava nos aguardando. Daí até chegar ao hotel em Trancoso foi rápido, sem perrengue.
Em Trancoso optei por hospedagem no Club Med, que é um resort com boa estrutura para quem viaja com bebês e crianças. João ainda estava com 4 meses e eu não queria abusar com uma viagem muito complicada.
Passamos 5 dias no Club Med aproveitando a estrutura do resort e a praia na frente do hotel. Um resort com clube de praia é bem interessante para viagem com bebê, pois facilita para os pais: conseguíamos curtir praia e João tinha sombra para fazer sua soneca.
Muitas mães me pedem dicas de praias para viajar com bebês dessa mesma idade. Na minha opinião, mais importante do que a praia, é a hospedagem que você irá escolher.
Com 4 meses o bebê ainda não pode usar protetor solar, então não poderá ficar exposto ao sol. Sendo assim, para uma viagem com bebê nessa fase, não importa muito a praia em si, mas sim a estrutura que você vai ter no local. Para esse momento, prefiro pensar mais no conforto do local do que na beleza da praia em si.
Eu recomendo um hotel, resort ou pousada com acesso direito e com serviço de praia. Assim, sempre que necessário você pode voltar para o seu quarto em poucos minutos.
Tenho preferência pelas praias do estado de Alagoas, mas para os 4 meses do João eu precisava mais de um hotel com boa estrutura do que uma praia de mar azul e areia branca, pois eu sabia que João ainda não iria aproveitar a praia em si.
Vou listar algumas opções de hospedagens beira mar que eu gostaria de ir com meu bebê:
O bebê ainda não usa serviços de recreação infantil e parquinho, como crianças, então eu prefiro focar no conforto dos pais para essa fase.
Alguns deles eu já tive a oportunidade de conhecer, mas antes do baby.
- Pousada Haya – São Miguel dos Milagres/AL
- Kenoa – Barra de São Miguel/AL
- Japaratinga Lounge Resort – Japaratinga/AL
- Carmel Taíba – Taíba/CE
- Carmel Charme – Aquiraz/CE
- Nannai Muro Alto – Porto de Galinhas/PE
- Txai – Itacaré/BA
- Tivoli Ecoresort – Praia do Forte/BA
São Paulo (3 dias de viagem):
Idade: 4 meses e 28 dias
Essa viagem foi bem rápida, mas muito gostosa. Viajamos para São Paulo para comemorar meu aniversário e os 5 meses do João no hotel Rosewood.
João gostou tanto e ficou tão encantado com o hotel, que queria pular as sonecas para não perder nada.
Na ida eu tive um pouco de dificuldade. Peguei um voo sozinha com João e o embarque atrasou bastante: demorei para conseguir entrar na aeronave, fiquei muito tempo em pé na fila com João no colo, carrinho no braço, mochila nas costas (…) e depois, já dentro do avião, o voo atrasou mais 40 minutos para decolar.
Além disso, errei na escolha da poltrona e peguei janela ao invés de corredor, então não consegui ter liberdade para levantar e ficar em pé com ele na hora que fosse preciso.
Mesmo com esse sufoco, João ficou bonzinho, mas eu me desdobrei para que ele ficasse distraído com algum brinquedinho.
Também percebi que, via de regra, poucas pessoas são solícitas com uma mãe viajando sozinha com seu bebê. Somente quando entrei no avião a aeromoça me ajudou colocando o carrinho no repartimento superior. Na saída, mesmo com bebê no colo, as pessoas passam na minha frente afobadas para saírem logo da aeronave, mesmo eu estando na poltrona da frente e tendo prioridade.
No voo de volta eu estava com meu marido e o retorno foi ótimo. João tirou um breve cochilo e chegamos em casa rapidinho, pois não houve atrasos.
Sobre nossos dias em São Paulo, em linhas gerais, curtimos muito o hotel, que é absolutamente incrível e preparado para receber famílias com bebês. Tinha um enxoval completo para João no quarto: banheira, lixeira antiodor para fraldas, toalha específica para bebês, pomada, lenços umedecidos, shampoo, sabonete, enfim, lembro que eu não precisava ter levado nada, pois lá tinha tudo! Como eu não sabia, levei à toa.
Foi uma super experiência essa hospedagem no Rosewood: hotel lindo, atendimento excelente, quarto elegante e muito confortável… João amou, dava pra sentir a felicidade dele.
Bonito/MS (4 dias de viagem):
Idade: 5 meses e 7 dias
Mais uma viagem de carro para nossa lista! De Campo Grande até Bonito são cerca de 300 km. Chamei minha mãe e irmã para uma viagem a Bonito.
Já estive em Bonito muitas vezes e já fiz a maioria dos passeios por lá (não todos, pois são muitos e sempre tem alguma novidade na região).
Dessa vez fomos para conhecer a Pousada Arte da Natureza e passear pelo centrinho da cidade. Não fui com pretensão de fazer passeios.
Muito se fala sobre o “salto dos 4 meses”, mas por aqui eu percebi que o 5º mês apresentou mais desafios do que o 4º.
Nós já havíamos feito 3 viagens de carro para Porto Rico (500 km), mas nessa viagem para Bonito (300 km) João ficou mais inquieto e eu precisava parar mais vezes para tirá-lo da cadeirinha um pouco e depois seguir viagem.
Além disso, com 5 meses as sonecas estavam curtas e desreguladas. João sentia sono, mas dormia pouco – 20, 30, no máximo 40 minutos. Isso gerava um desgaste, pois passávamos mais tempo tentando fazê-lo dormir do que ele dormindo efetivamente. Lembro que eu tentei seguir a rotina, mas não tive muito sucesso.
Reservamos um quarto com piscina privativa e foi ótimo, pois fazia sombra no final do dia e aproveitávamos bastante com João, que depois dos 5 meses já estava liberado para “nadar”. Gostamos muito da experiência nessa pousada!
Bonito é um destino de ecoturismo, então os passeios envolvem trilhas, cachoeiras, rios, grutas. Não é um destino muito indicado para ir com um bebê, mas no meu caso, que moro no estado, vale a pena, nem que seja para aproveitar o conforto de um hotel diferente, comer bem nos restaurantes da cidade (os meus preferidos são: Juanita e Casa do João), passear e respirar novos ares.
Se você quer minha opinião sobre viajar para Bonito com bebê, eu diria “depende”. Se você mora por perto, e Bonito é um destino de fácil acesso pra você, eu diria que sim, que vale a pena. Mas se você vem de longe, eu diria que não, que é melhor esperar o bebê crescer um pouco mais e assim fazer os passeios que o destino oferece.
Com bebê você pode fazer passeios contemplativos, circuitos de cachoeiras e conhecer os balneários, mas terá que lidar com o calor, com os mosquitos e com o fato de ter que levar o bebê no colo ou no canguru (se ele aceitar bem – o meu não gosta muito).
Então, para resumir, vai do gosto de cada um, mas é importante esclarecer como é o estilo da viagem, pois sei que tem famílias que gostam de programas mais “aventura” e outras nem tanto.
Eu já tive minha fase. Hoje em dia, com baby João, prefiro destinos e atividades que ofereçam mais conforto. A hora das viagens de curtição, adrenalina e aventura ainda vão chegar, então prefiro esperar até João entrar nessa fase e começar a pedir para fazer trilhas.
E o que vem por aí?
Agora que João já está com 7 meses (e finalizou o primeiro ciclo de vacinação – 0 a 6 meses), vamos começar as viagens internacionais. Já temos França e Portugal na agenda e em breve trarei dicas e novidades sobre esses destinos!
2 Comments
Oi Anna. Estou gestante e adorando seu blog para saber mais detalhes sobre viajar com bebê e confesso que você me deixou muito segura, com suas experiências bem descritas por aqui.
Eu moro em Brasília, me mudei recentemente, e sou de Campo Grande. Na verdade, antes morava em Maringá, porém meus pais moram aí há muito tempo. Engravidei e como aqui em Brasília meu trabalho é no Executivo, viajo bastante a trabalho mas devido a gestação, ando diminuindo o ritmo, me mudei para um apto maior, não divido mais com amiga, etc. Estou fazendo ajustes. Minha grande questão é ter neném em Campo Grande pela rede de apoio que tenho, casa dos meus pais, conforto, qualidade, etc. Gostaria de saber se você tem indicação de lugares para ter bebê aí, pois ouvi falar coisas horríveis sobre a Maternidade Cândido Mariano, tenho plano mas gostaria de tentar normal. Saberia me indicar boas opções? Também, se não for demais, uma enfermeira obstétra.
Te achei pois estava pesquisando a volta com o bebê, rs. Se volto de carro, avião…..
Agradeço desde já,
parabéns pelo ótimo conteúdo do blog!
Abraços
Pingback: Conheça os melhores países para viajar com crianças e bebês