Eu tenho muito ainda sobre o que falar da Itália. Minha viagem durou 14 dias e resultou em milhares de dicas fantásticas para fazer com a sua viagem seja tão perfeita quanto a minha. E todas as cidades que visitei, Florença (localizada na região da Toscana) foi a que mais me encantou! O motivo você descobre agora!
Florença (em português), Florence (em inglês) ou Firenze (em italiano), três nomes diferentes para um mesmo lugar: a cidade que respira arte, que te faz voltar aos séculos XIV, XV e XVI para estudar o renascimento e, com ele, as obras dos artistas mais fantásticos que o mundo já viu.
Florença teve sua origem a partir de um povoado etrusco (tal como Roma), e foi governada pela família Médici até meados do século XVIII.
E se você não gosta de arte, ainda assim arrisco dizer que irá se apaixonar por Florença, pois ela sabe muito bem como unir arte, história, arquitetura, boa culinária, lojas, compras e modernidade, tudo em poucos metros quadrados.
E quando eu digo “poucos metros quadrados” é para tecer mais um elogio à minha cidade encantada: com disposição para caminhar, você consegue fazer tudo a pé em Florença! Amo cidades que nos dá a liberdade de conhecê-las gastando apenas a sola dos sapatos (e muitas calorias).
Nesse post você encontrará dicas gerais sobre Florença, opções de restaurantes, hospedagem e dicas de passeios.
Lembrando que toda e qualquer dúvida poderá ser deixada ao final do post, no campo destinado aos comentários. Terei o maior prazer em ajudar com seus questionamentos.
Se você ainda não leu, confira aqui o meu Guia Completo da Itália, e todas as minhas dicas sobre Roma.
Gosta de vídeos? Então confira o roteiro completo de Florença que já está liberado no canal do Blog Mala de Viagem no Youtube – aproveita e se inscreve no canal para não perder nenhum vídeo (alguns deles estão disponíveis apenas para inscritos):
História de Florença
A história de Florença está intimamente relacionada ao renascimento artístico e cultural que começou na Itália no século XIV, e teve como berço a cidade de Florença.
O renascimento tese 3 fases:
- Trecento (século XIV)
- Quatroccento (século XV)
- Cinquecento (século XVI)
A primeira fase do renascimento, chamada Trecento, se desenvolveu nos anos 1300, compreendido como um momento de transição entre a Idade Média e a Idade Moderna, quando questões humanistas começaram a se sobrepor às inspirações clássicas.
A tridimensionalidade da pintura começa a romper com estilo gótico, destacando-se o pintor Giotto. Na literatura, destaque para Dante Alighieri, Francesco Petrarca e Giovanni Bocaccio.
O segundo período do renascimento, chamado de Quatroccento, desenvolveu-se durante os anos de 1400, sendo visto como uma fase de consolidação das artes, razão pela qual é considerado o apogeu do movimento, recebendo o nome de Alta Renascença.
Eis os grandes nomes desta época: Leonardo da Vinci, Sandro Botticelli, Filippo Brunelleschi e Massacio.
Na Alta Renascença houve aprofundamento do humanismo (o homem é a principal figura do movimento), busca pela perfeição das formas e inspiração na beleza das obras grego-romanas.
O terceiro período do renascimento se desenvolveu nos anos de 1500, e por isso recebe o nome de Cinquecento. Nesse período é possível notal que os artistas se distanciam dos tradicionais temas religiosos e o movimento também se consolida em Portugal, Espanha, França e Alemanha.
Eis os grandes nomes deste período: Rafael Sanzio, Michelangelo, Erasmo de Roterdã e Nicolau Maquiavel.
O renascimento italiano, sobretudo em Florença, foi possível graças aos investimentos feitos pelos mecenas, que era pessoas ricas (reis, condes, duques, bispos, nobres, burgueses…) que financiavam a arte. Destaque para a família/dinastia Medici, que governou Florença do século XVI ao XVIII.
Se você quer aproveitar o que Florença tem de melhor, recomendo estudar (ou revisar, dependendo do seu nível) um pouco sobre o renascimento italiano antes de ir. Com certeza sua viagem será muito mais completa!
Recomendo dois canais no Youtube que me ajudaram muito a relembrar os meus tempos de escola e vestibular e chegar na Itália com “tudo fresco”:
- Livro Dorri (tudo sobre Império Romano e Idade Média).
- Vomitando Arte (excelente para aprender um pouco sobre história da arte e os movimentos artísticos, inclusive com estudo de muitas obras de artistas italianos).
Informações gerais para quem vai a Florença
Voo: não há voos direto do Brasil para Florença. O mais comum é entrar na Itália por Roma ou Milão (voos mais baratos) ou por Veneza (geralmente o voo para Veneza é mais caro) e depois ir até Florença de trem ou carro.
Fuso horário: a diferença de fuso horário entre Brasil e Itália varia entre cinco – quando se tem horário de verão somente na Itália – e três horas -quando se tem horário de verão apenas no Brasil.
Moeda: euro. O melhor a se fazer é já levar euro trocado, pois se levar real e lá trocar euro, a conversão será muito ruim. Cartão de crédito internacional também é uma opção adequada para quem não acha seguro levar dinheiro em espécie, o problema é que nesse caso terá que pagar o IOF de 6,38% em todas as transações.
Eu só opto por usar cartão de crédito no exterior quando quero comprar algo mais caro (que vai desfalcar minha reserva de dinheiro em espécie), quando acontece de eu ter calculado mal o total dos gastos e falta dinheiro, ou quando ocorre algum imprevisto. Sempre lembre de desbloquear seu cartão junto ao seu banco antes de viajar para o exterior.
Confira também aqui no blog MV: Compras no exterior – qual a melhor forma de pagamento?
Idioma: italiano. Tenha em mente que o inglês não é muito difundido entre os italianos, mas que você provavelmente não terá dificuldade em restaurantes, hotéis e pontos turísticos. Além disso, há muitas palavras em italiano de fácil entendimento para nós brasileiros. Não se preocupe, pois é possível se comunicar com um “mix” de palavra em inglês, italiano, espanhol e português (pode parecer estranho, mas eu tentava o inglês, se a pessoa não entendia, eu tentava o português ou espanhol e no fim dava certo).
Se você se sente inseguro em viajar para algum país por não sentir familiaridade com a língua, ter em mãos um celular com internet vai te ajudar muito.
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Segurança em Florença: não é comum crimes com violência na Itália, mas furtos (pickpockets) acontecem com frequência, principalmente nas grandes cidades, onde há muita concentração de turistas desatentos, admirados com as belezas da cidade.
Roma e Milão são mais “perigosas” (mas calma lá que estamos falando apenas em pequenos furtos, não precisa assustar).
Florença é uma cidade menor, mas ainda com muita concentração de pessoas, então fique sempre esperto com seus pertences pessoais e nunca os deixe desassistidos.
Em restaurantes, o recomendado é manter a bolsa no colo, ao invés de apoiá-la na cadeira, por exemplo. No transporte público, tire a bolsa ou mochila das costas e coloque todos os seus pertences dentro do seu campo de visão. Nos trens deixe suas malas sempre a vista ou amarre-as com corrente de bicicleta e cadeado.
Cuidado com os golpes: desconfie de pessoas pedindo para trocar dinheiro, oferecendo ajuda nas máquinas de metrô, oferecendo flores, brindes, pulseirinhas… É comum esses atos virem seguidos de extorsão.
Documentos: para ingressar na Itália é exigido dos brasileiros o passaporte válido (com pelo menos 90 dias de validade após a data prevista de para saída da Itália) e seguro viagem obrigatório – a Itália é país signatário do Tratado de Schengen.
No site do Seguros Promo você pode fazer uma comparação detalhada de maneira rápida e fácil os preços de diferentes de seguros ofertados, analisando qual possui o melhor custo benefício para a sua viagem. Contrate AQUI seu seguro viagem com desconto utilizando o cupom MALADEVIAGEM5.
Do brasileiro não se exige visto para ingressar na Itália, mas o limite de permanência no país é de 90 dias (assim o é em relação a todos os países-membros do Tratado de Schengen).
Quantos dias ficar em Firenze
O ideal é reservar 3 dias para conhecer Florença. Eu fiz tudo o que queria em 2 dias e meio, mas 3 dias completos lhe permitiria incluir o Palácio Pitti e Jardim Boboli no roteiro.
Eu sou acelerada e não costumo parar muito para descansar durante o dia, mas considere ficar um pouco mais se você gosta de fazer os passeios com mais calma e parar para descansar durante o dia.
Outro ponto relevante é a época da viagem: se você for no outono e inverno, os dias são mais curtos, então 3 dias será essencial (talvez até 4 dias, caso seja inverno e esteja escurecendo muito cedo).
Por outro lado, durante a primavera e verão, os dias são muito longos e praticamente rendem por 2. Com disposição, é possível incluir programação até por volta das 21 horas, pois ainda estará claro.
Eu gostei tanto de Florença que voltei para o hotel já era quase meia noite, sem nem me dar conta que já era tão tarde.
Confira aqui meu roteiro completo pela Itália.
Viaje com pouca bagagem
Num tour pela Itália, esteja de carro ou de trem, o fato é que você passará por várias cidades, pingando em hotéis diferentes…
Se passear e conhecer cidades diferentes na mesma viagem é bom, o mesmo não digo em relação à saga “fazer-desfazer” malas. Por isso que digo que quanto menos bagagem você tiver, mais irá aproveitar sua viagem e perder tempo com aquela história de “empacota-desempacota”.
Com o tempo aprendi que as viagens com muitos destinos (aquelas famosas viagens “pinga-pinga”), são as que devemos levar menos bagagem, pois abrir e fechar mala a cada 2 ou 3 dias só não será um tremendo desconforto, se você não tiver muita coisa para tirar e guardar a cada novo hotel que passar.
Se não conseguir viajar somente com mala de bordo, considere levar uma mala de bordo + uma mala de tamanho médio para duas pessoas.
Foi exatamente o que fizemos e isso foi essencial para que pudéssemos levar todos nossos pertences de um lado a outro, sem dificuldade.
Para poupar mais espaço, levei um sáculo à vácuo para guardar as roupas sujas no decorrer da viagem.
Inclusive, para ajudar quem tem dúvidas em como fazer uma mala prática, fiz um vídeo mostrando o passo a passo de como planejei e organizei tudo que levaria para Itália:
Para essa viagem, fiz pedido da minha mala de bordo Primicia no site Portal das Malas.
O Portal das Malas é um site confiável e prático para quem quer comprar malas, mochilas e acessórios para viagem de qualidade e com ótimos preços. Sempre há boas promoções.
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Chegando em Firenze
Cheguei em Florença 2 vezes durante a minha viagem de 14 dias pela Itália.
A primeira vez foi após conhecer Roma: peguei um trem da Italo de Roma até Florença. A viagem tem duração de 1 hora e meia e paguei 22 euros nessa passagem.
A segunda vez foi no retorno de Cinque Terre: de Cinque Terre peguei um trem da Trenitalia até Pisa e depois outro (da Trenitalia também) até Florença. Passei a tarde em Florença e no começo da noite peguei um trem da Italo para Veneza.
Exceto no dia que fomos conhecer algumas vinícolas e cidadezinhas na Toscana, para o qual alugamos um carro, todos os demais deslocamentos foram feitos de trem. Adorei a escolha e, se você estiver em 2 pessoas, indico muito o deslocamento por trem, pois é barato e rápido (a partir de 3 pessoas teria que calcular o custo para concluir se de carro seria mais vantajoso).
Para os trajetos mais distantes, faz-se o uso de trens de longa distância (Italo ou Trenitalia). Para os trechos mais curtos, usa-se os trens regionais (nesse caso pode comprar o bilhete no mesmo dia do embarque).
O trajeto de Roma até Florença eu fiz pela Italo e comprei o bilhete com 1 mês de antecedência.
Por mim, considerando que meu roteiro já estava todo pronto, teria comprado todos os trajetos com antecedência, mas ainda não tinha disponível para compra online uma opção de trem que fizesse La Spezia (cidade base que escolhi para conhecer Cinque Terre) a Veneza.
Depois é que fui entender que esse trajeto era mais complicadinho: de La Spezia comprei trem até Florença, com uma baldeação em Pisa. E de Florença comprei um trem até Veneza.
O trem de La Spezia para Florença foi um trem regional da Italo, e a passagem foi baratinho (uns 9 euros), comprada minutos antes do embarque.
O trem de Florença para Veneza eu comprei com um mês de antecedência pela Italo (mas também poderia ter sido pela Trenitalia – tem que entrar nos dois e ver qual está mais em conta), pois é trem de longa distância (não tem toda hora como os regionais) e se você bobear para comprar, vai pagar caro ou ficar sem passagem, porque lota! Paguei 40 euros pela passagem de Florença até Veneza.
Para entender melhor como funciona a compra de bilhetes e o uso de trens na Itália, recomendo a leitura do meu Guia Completo da Itália. E fique atento à parte que eu explico sobre a necessidade (ou não) de validação do bilhete antes de entrar no trem!
Como se locomover em Florença
Florença definitivamente é uma cidade que eu indico pegar uma hospedagem bem localizada, ou seja: no centro histórico.
Digo isso porque em Florença você pode fazer tudo caminhando, portando, estar hospedado na região central será uma “mão na roda”.
Florença não tem metrô, mas tem uma boa rede de ônibus e algumas opções de tram (trem de superfície).
O tram até que é fácil entender, mesmo porque você consegue ver as paradas da linha no próprio ponto onde irá pegá-lo.
Porém, o ônibus foi meio confuso no começo… Depois, usando o Google Maps e/ou o Moovit até que deu para entender melhor, embora não tenha achado a coisa mais bem explicada do mundo…
Até para comprar o ticket de ônibus é confuso: geralmente são vendidos em tabacarias. Mas se lembre que: não importa quão difícil seja encontrar esse ticket, não arrisque descumprir as regras e ingressar no ônibus sem um (ou sem validá-lo), pois se numa das paradas entrar o fiscal, pedir para que você apresente o bilhete validado e você não o tiver, prepara-se para uma multa! Vi turistas sendo multados por isso mais de uma vez.
O passe de ônibus ou tram em Florença custa 1,50 euros e vale por 90 minutos, ou seja, você pode pegar o transporte público mais de uma vez durante esse período sem precisar comprar nosso passe.
A estação de trem principal é a Santa Maria Novella. Se chegar por ela de trem, você poderá pegar um taxi, um ônibus, um tram ou caminhar até o seu hotel. Tem que pesquisar antes (ou na hora, se estiver com internet no celular) para ver qual opção será melhor.
Se estiver de carro, preste muita atenção para não entrar na ZTL (Zona de Tráfego Limitado), por onde apenas moradores podem transitar com seus veículos.
As ZTL´s compreendem os centros históricos das cidades, por onde você não poderá transitar com um carro alugado. A finalidade da ZTL é proteger o patrimônio histórico e arqueológico da cidade, bem como a qualidade de vida dos bairros, incentivando o uso do transporte público, visando reduzir a poluição ambiental e acústica.
Não é tão fácil compreender as placas de ZTL. O Waze ajuda a fazer rotas alternativas, mas não é 100% seguro. De qualquer forma você precisará estar sempre atento, sob pena de entrar onde não devia e ser multado.
Já adianto que Florença não é nada “car friendly“.
O centro histórico é repleto de câmeras que registram a entrada e saída de cada veículo. Dizem que se, ainda sem querer, você for parar dentro da ZTN, a multa chegará na sua casa muito tempo depois.
Se for alugar carro, prefira reservar hotel fora da ZTL, pois assim poderá chegar até o seu hotel com facilidade e sem riscos. Caso seu hotel fique dentro da ZTL você precisará solicitar ao hotel uma autorização para entrar com o carro alugado na ZTL e assim chegar até ele.
Só para concluir, se decidir por alugar carro, pesquise antes sobre as regras de trânsito, documentação necessária (incluindo Permissão Internacional para dirigir), onde estacionar o carro… Enfim, não chegue lá sem saber detalhes, pois pode te custar uma boa dor de cabeça depois.
Confira também aqui no blog MV: Países que exigem Permissão Internacional para Dirigir – PID.
A Itália está na lista dos países que exigem PID do motorista estrangeiro. Ao alugar o carro não nos foi pedido (embora eu estivesse com o documento na bolsa), mas depois me certifiquei que é documento necessário e na eventualidade de algum guarda lhe parar, a PID será solicitada.
Onde se hospedar em Firenze
Uma vez em Florença, hospede-se no centro histórico! Pode ser perto do Duomo ou de uma das praças… Não importa exatamente onde, mas desde que seja no centro histórico (isso facilitará muito sua locomoção).
Não segui minha intuição e não fiquei no centro histórico. O resultado foi que “não dava” (até daria, mas seria uma caminhada legal) para chegar ao centro a pé.
Reservei o B&B Lorena Suites & Apartments. Fica em um prédio residencial e não é um hotel tradicional com recepção (esse estilo de hospedagem é bem comum na Itália).
Se optar por pegar um B&B (Bed and Breakfast), converse antes com o estabelecimento informando o seu horário de chegada, caso contrário pode ter problemas no momento do check-in (não ter ninguém para abrir, por exemplo).
Trata-se de uma hospedagem de categoria conforto, com café da manhã incluído. O quarto era bastante amplo, cama confortável e tudo muito limpo, mas não era no centro.
Outro problema é que o café da manhã era servido no quarto apenas a partir das 8 horas, o que eu entendo ser muito tarde para quem gosta de acordar cedo e curtir as melhores horas da cidade, quando ela ainda está vazia.
A consequência disso foi que, dos três dias de café da manhã, conseguimos aproveitar apenas um.
Então, por mais que seja uma gracinha, não recomendo muito o B&B Lorena Suites & Apartments.
Uma vez em Florença, opte por hospedagem no centro histórico. Eis algumas opções para você aqui.
Outra opção de hospedagem muito difundida na Itália é o Airbnb. Muita gente opta pelo Airbnb em razão dos preços (na maioria das vezes mais atrativos do que os preços dos hotéis), possibilidade de cozinhar em casa, ter mais liberdade e até mesmo escolher melhor a localização desejada.
Reserve seu Airbnb pelo nosso link e garanta um ótimo desconto na sua primeira reserva.
Onde Comer em Florença
Eu já falei outras vezes, tanto aqui quanto no IG @maladeviagem, que Itália, em geral, não me agrada “gastronomicamente falando”, já que eu não como massas… BUT, Florença também me conquistou nesse quesito, explico agora o motivo:
Além dos tradicionais pratos de macarrão que fazem a alegria de 99,9% dos turistas que visitam o país, em Florença há um prato muito tradicional chamado “Bisteca Fiorentina” – e esse sim me agradou mucho!
Tratoria Zaza foi o meu restaurante preferido em Florença, tanto para comer a tradicional Bisteca Fiorentina, como para provar os pratos da seleção com trufas. O preço também achei bastante acessível.
Fomos duas vezes e gastamos em torno de 70 euros na primeira vez (quando pedimos a bisteca) e em torno de 40 da segunda vez (quando pedimos pratos com trufas).
Também recebi muitas indicações para conhecer o La Giostra, mas não tive tempo de ir.
Outro que fui para comer o prato típico de Florença foi o La Fettunta. Quando chegou a carne, assustei e achei que não fosse gostar por estar mal passada demais para o meu gosto, mas felizmente me enganei redondamente: estava deliciosa! E o preço super bom! O prato serve três pessoas ao meu ver, mas não tinha como pedir porção menor…
Se quiser comer algo simples, barato (cerca de 5 euros) e tradicional em Florença, tem que ir no All´antico Vinaio (Via dei Neri, 76 R), recomendado para quem curte pão italiano, salame e presunto cru.
Para um bom gelato, a Gellateria Perche e a Il Procopio estão entre as melhores da cidade, embora eu não esconda minha preferência pela tradicional Venchi.
Água potável em Firenze
Se não quiser, não precisa pagar 2 dólares numa garrafinha de água a cada vez que sentir sede.
Há muitas fontes de água potável em Florença. Encontre aqui a mais próxima de você.
Roteiro de 2 ou 3 dias em Florença
Florença – dia 1
Galleria dell´Accademia
A grande obra exposta na Galleria dell´Accademia é Davi, de Michelangelo, que após passar muitos anos exposto na Piazza della Signoria, em 1873 foi levado à Galleria.
A estátua da praça hoje é uma réplica e está muito longe da perfeição da obra original, então já adianto: não se contente em ver apenas a réplica, tem que ir à Galleria dell´Accademia e se surpreender com a magnitude da escultura (a obra mais linda que já vi).
Criada em 1784, trata-se do museu de Belas Artes de Florença. Seu objetivo era consagrar um centro de ensino de arte. O museu é pequeno e vale a pena a visita ainda que seja apenas para apreciar o maravilhoso Davi.
Compre os ingressos com antecedência, pois as filas costumam ser imensas.
Comprei meus ingressos com antecedência pelo Get Your Guide.
Se você quer facilitar a organização da sua viagem, comprando os ingressos para as atrações num só lugar, recomendo o Get Your Guide, pois a plataforma oferece entradas para atrações, tours, passeios em grupo ou privado no mundo todo. Comprando com antecedência você agenda o horário e evita filas.
Mercado Central ou Mercado San Lorenzo
O Mercado Central é uma ótima opção para um almoço rápido, pois possui diversas opções de comidas, lanches, petiscos, sobremesas. Provavelmente irá encontrar algo do seu interesse e depois seguir o roteiro.
Bem na frente do mercado tem uma feira de produtos em couro. Florença é muito famosa pela variedade de artigos em couro, então se prepare para encontrar várias feirinhas pelas ruas. Essa do Mercado Central tem várias opções de bolsas femininas, mochilas e casacos em couro.
Piazza Della Repubblica
É na Piazza Della Repubblica que está o Café Gilli, tido como o mais antigo de Florença.
A Piazza (antigo mercado de peixe da cidade) está localizada no coração do centro histórico de Florença, unindo história, restaurantes e lojas modernas. E é isso que eu mais amei na cidade: essa junção e perfeita sincronia entre o antigo e o moderno.
Casa de Dante – Via Dante Alighieri
Dante Alighieri, com sua obra exponencial – A Divina Comédia – base ideológica do imaginário coletivo de inferno, purgatório e paraíso, influenciou a poesia, a teologia e o simbolismo da época.
Aproveite seus dias em Florença para visitar a casa (hoje museu) onde Dante viveu e escreveu boa parte de suas obras.
Há um ponto específico, em frente à casa, que se você jogar água, poderá ver a face de Dante moldada no chão.
Chiesa di Santa Trìnita
Construída em estilo gótico (século XIV), a igreja abriga a obra A anunciação de 1422 de Lorenzo Monaco.
Sua fachada é simples, mas a igreja chama atenção quando contrastada com os prédios vizinhos: muitas lojas de grife (olha a mistura de estilos se apresentando mais uma vez em Florença).
Piazza della Signoria
A Piazza dela Signoria representa o centro civil e político de Florença desde o século XIV. Já foi o centro do governo Italiano e sede do governo dos Médicis na época que a cidade foi a capital do país.
A praça é o melhor exemplo de “museu a céu aberto“, com obras de arte e edifícios históricos que contam a história de Florença e do renascimento.
Nessa Piazza você vai encontrar o Palazzo Vecchio, atual prefeitura da cidade, a bela Fonte de Netuno e a Loggia dei Lanzi com diversas esculturas do renascimento, como o Rapto das Sabinas, Hercules e Caco e a réplica da famosa estátua de Davi de Michelangelo (localizada em frente à porta principal de acesso ao Palazzo Vecchio).
Quando estiver na Loggi dei Lanzi, note o Corredor Vasariano saindo do Palazzo Vecchio (e se estende até o Palazzo Pitti). O corredor foi criado para servir de rota de escape secreta dos nobres importantes (construído durante a dinastia Medici).
Palazzo Vecchio
O Palazzo Vecchio foi projetado para ser um uma fortaleza no centro Florença e, simultaneamente, ser a sede do governo e servir de residência para a família Médici até eles se mudarem para o Palazzo Pitti, do outro lado do Arno.
O prédio foi projetado por Arnolfo di Cambio entre 1298 e 1314 e possui uma torre de 94 metros de altura.
Embora hoje seja a prefeitura de Florença, é possível visitar algumas salas como o Salão dos Quinhentos – Salone dei Cinquecento – sala de reuniões criada pelo conselho dos 500, que governou Florença no final do século XV.
No seu interior há um museu com obras de Michelangelo, Vasari e inúmeros outros artistas Renascentistas. O ingresso deve ser comprado com antecedência, pois exige hora marcada.
Tal como as salas do Palazzo Vecchio, também é possível subir na sua torre, chamada de Torre de Giotto. Se não quiser fazer a visita interna, ao menos entre no salão térreo do Palazzo, que é aberto ao público (gratuitamente).
Mercato Nuovo
O mercado novo data do século XVI, e é conhecido pelos fiorentinos como “Il Porcellino” (o porquinho). Este nome é em razão da estátua de bronze em formato de javali que está exposta no local.
E tem que seguir a tradição: esfregar o nariz do Il Porcellino para voltar a Florença e acertar uma moeda no ralo (que fica embaixo da estátua) para ter sorte na vida.
Ponte Santa Trìnita, Ponte Vecchio e Rio Arno
Pegue a Via de’ Tornabuoni até a ponte Santa Trìnita, de onde se tem a melhor vista para a famosa Ponte Vecchio (972 d.C.).
No caminho, que tal um gelato da conceituada gelateria Santa Trinità?
A Ponte Vecchio foi reconstruída após enchentes do Rio Arno em 1177 e 1333 e sobreviveu às guerras mundiais. Sua última versão data de 1345.
No passado, a ponte foi um mercado de peixes e depois foi ocupada por joalheiros, que continuam lá até hoje.
Ao passear nos arredores da Ponte Vecchio, passe por baixo do Corredor Vassariano, utilizado pela família Médici para ir discretamente do Palazzo Vecchio (onde trabalhavam) ao Palazzo Pitti (onde moravam).
Se quiser uma opção de lugar para um aperitivo com por do sol na região, recomendo o La Terraza (rooftop do Hotel Continentale).
Florença – dia 2
A Galeria Uffizi
O palácio onde a Galeria Uffizi está hoje instalada, foi obra de Vasari, a pedido de Cosmo I de Médici, que queria reunir os escritórios dos magistrados.
A partir do ano de 1581 o último andar do edifício já era utilizado para guardar/expor as obras de arte da família.
A Galeria Uffizi é o maior museu de Florença e um dos mais visitados do mundo. Dividida em aproximadamente 50 salas, reúne muitas obras renascentistas, incluindo da Vinci, Botticelli (O Nascimento de Vênus, por exemplo), Michelangelo, Rafael Sanzio, Tiziano, Giotto, Durer e Rubens.
A Galeria é um dos mais famosos e antigos museus do mundo (maior e mais antigo da Itália). Vale muito a visita e recomendo sempre a compra antecipada, ainda que saia um pouco mais caro do que se deixar para comprar na hora (20 euros pelo ingresso + 4 euros da reserva), quando a fila costuma ser imensa.
Comprei ingressos com horário marcado pelo Get Your Guide (valor: 24 €), pois já não havia mais opções no site oficial.
Atenção: a Galeria Uffizi não abre às segundas-feiras. Se você estiver em Florença e tiver tempo para escolher apenas um museu para visitar, indico a Galeria Uffizi.
Sobre a Galeria Uffizi, recomendo a leitura do post da Suzy, do blog Viajante em Série, que escreveu muito bem sobre os melhores museus de Firenze, incluindo as obras encontradas em cada um.
Piazza del Duomo e Basílica di Santa Maria del Fiore
Chegar na Piazza del Duomo e ver com os próprios olhos a Basílica di Santa Maria del Fiore é impactante. Os inúmeros detalhes, a estrutura imensa, as belas cores e formas, a cúpula… Sim, foi a igreja mais bonita que já vi até hoje.
A Basílica é o cartão postal de Florença e uma das atrações mais visitadas de toda a Itália. Seu domo é tida como a maior realização arquitetônica da renascença. Possui 53 metros de comprimento e 90 metros de largura.
Filippo Brunelleschi foi o responsável pelo projeto do domo de 45,5 metros de diâmetro, que de 1434 (quando terminou de ser construído) até hoje, é o maior domo de alvenaria do mundo. É possível subir os 463 degraus que levam ao topo do domo. Nem preciso dizer que a vista panorâmica da cidade é fantástica.
Além da linda vista que se tem do topo, no caminho até ele é possível conferir de perto os afrescos de Giorgio Vasari e Frederico Zuccari, que representam o juízo final.
O bilhete para subir no domo inclui a visita a todo o complexo: interior da basílica, cripta, campanário e batistério (que é o edifício em formato octogonal em frente à basílica, com portas de bronze ornamentadas) – o interior do batistério abriga mosaicos dourados com passagens bíblicas.
O Campanário de Giotto é a torre do sino do Duomo de Florença, e possui 84,70 metros de altura, toda construída em estilo gótico florentino do século XIV, com mármore branco, verde e vermelho, como a basílica.
O Batistério de São João foi construído em forma octogonal e simboliza a Ascensão de Cristo. A porta projetada por Andrea Pisano possui 28 painéis representando a vida de João Batista. A Porta Norte e a Porta Leste (chamada por Michelangelo de Portões do Paraíso) são obras de Ghiberti.
As portas do Batistério são apenas réplicas, sendo que as originais estão no Museo dell’Opera del Duomo, cuja entrada está inclusa no bilhete comprado para subir no domo.
O ingresso com horário marcado para subir no Duomo da Catedral de Santa Maria del Fiore/cúpula de Bruneleschi dever ser comprado com antecedência pelo site oficial.
O bilhete custa 18,00 euros e é válido por 30 dias a partir da data selecionada para visita, podendo ser usado por 72 horas após ser validado na primeira atração, embora cada monumento só possa ser visitado só uma vez.
*Para conhecer apenas a catedral a entrada é gratuita, mas recomendo subir no duomo (463 degraus) e no Campanário de Giotto (414 degraus) também.
Atenção: para subir até a cúpula não basta comprar um ingresso com antecedência – você precisa agendar o horário da subida. Tanto a compra do ingresso quanto esse agendamento podem ser feitos diretamente no site oficial da basílica.
Ao redor, na praça do Duomo, você encontrará muitas lojas e restaurantes. Apesar de ser a região mais movimentada da cidade, achei muito gostoso andar por ali (onde mais uma vez o histórico se mistura com o moderno, e a arte com o luxo das lojas de grife).
Piazza e Basilica di Santa Croce
A Piazza era palco para festivais e partidas de cálcio storico, um esporte que mescla regras de rúgbi com futebol.
A Basilica di Santa Croce é uma igreja franciscana que começou a ser construída no final do século XIII. Na basílica estão sepultados Michelangelo, Galileu, Maquiavel (e não apenas). O ingresso custa 6 euros e da pra comprar na hora, pois não é um lugar que costuma ter filas imensas (se comprar pela internet custa 9 euros).
Piazzale Michelangelo
Quer apreciar Florença do alto e no seu melhor ângulo? Então inclua a Piazzalle Michelangelo no roteiro.
A praça foi concebida para homenagear Michelangelo e é ideal para apreciar o por do sol.
Apreciar o por do sol em junho, junho ou agosto exige mudança na programação, já que o sol se põe tarde da noite. Então resolvi ir no final do dia (umas 7 horas da noite), mas não foi possível esperar mais 2 horas até o sol se por… Porém, se conseguir encaixar na sua programação, fique para o sunset!
Florença – dia 3
Oltrarno
Oltrarno é uma graça: cheio de lojas artesanais, cujo principal eixo comercial é a rua Borgo San Jacopo. Vale a pena caminhar com calma observando tudo até chegar no Palácio Pitti.
Palácio Pitti
O Palácio Pitti foi ideia de Luca Pitti, com o propósito de desafiar a família Médici, a mais poderosa da Itália naquela época. Quando construído, por volta de 1440, Pitti era a maior residência privada de Florença.
A família Pitti e a família Médici eram rivais históricas, e isso incentivou o desenvolvimento da cidade. Embora a família Pitti tenha construído o palácio, a família Médici o comprou e ali estabeleceu sua residência.
As mais significativas expansões do palácio foram ideias de Bartolomeo Ammannati, que expandiu os jardins Boboli e construiu o pátio interior com uma escadaria monumental.
Anos depois, Giorgio Vasari construiu o corredor Vasari, que liga o Palácio Pitti ao Palazzo Vecchio através da Galleria degli Uffizi.
Infelizmente não tive tempo suficiente para visitar o Palácio Pitti, tampouco os Jardins de Boboli. Por isso recomendo o post da minha amiga Tharsila, que escreveu sobre eles em seu blog Mapeando Mundo.
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Salvei todos os Stories da Itália nos destaques do @maladeviagem. Tem muita dica boa lá também, não deixe de conferir.
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