Minas Gerais, apesar de não ter litoral, é um dos estados mais completos do Brasil, pois além de possuir a sexta maior capital do Brasil, está repleto de belezas naturais como Capitólio, Serra da Canastra e Ibitipoca, cidades históricas como Ouro Preto, Mariana, Tiradentes e outras que se estendem ao longo da Estrada Real.
A Estrada Real
A Estrada Real surgiu em meados do século XVII, quando a Coroa Portuguesa oficializou os caminhos para o trânsito de ouro e diamantes de Minas Gerais até os portos do Rio de Janeiro.
A estrada é hoje a maior rota turística do Brasil, com 1.630 quilômetros de extensão, e abrange os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
São caminhos da Estrada Real:
Caminho Velho: também chamado de Caminho do Ouro, foi o primeiro trajeto determinado pela Coroa Portuguesa. Liga Ouro Preto a Paraty.
Caminho Novo: criado para servir como um caminho mais seguro ao porto do RJ, principalmente porque as cargas estavam sujeitas a ataques piratas na rota marítima entre Paraty e Rio.
Caminho dos Diamantes: o caminho tinha a intenção de conectar a sede da Capitania, Ouro Preto, à principal cidade de exploração de diamantes, Diamantina.
Caminho Sabarabuçu: distrito de Ouro Preto, o lugar é cercado por paisagens de montanha e lendas populares.
*No site oficial Instituto Estrada Real, é possível fazer o download do mapa com todas as cidades da ER.
História de Ouro Preto
No século XVII nasceu a cidade de Vila Rica (atual Ouro Preto). Vila Rica ganhou destaque econômico com a exploração do ouro e ganhou ainda mais destaque no cenário nacional com a Inconfidência Mineira, que teve Joaquim José da Silva Xavier – Tiradentes, como seu maior representante.
Quando presos, a maioria dos inconfidentes, com medo de sofrer severas punições, não confessaram seus crimes. O único a confessar foi Tiradentes, que por isso foi enforcado, decapitado e esquartejado.
Para que os súditos da Coroa nunca esquecessem, a cabeça de Tiradentes foi encravada numa estaca e exposta em praça pública em Vila Rica (na praça que depois recebeu o nome de Praça Tiradentes), e seus membros foram espalhados pela estrada que levava ao Rio de Janeiro.
Quando Brasil se tornou independente, Vila Rica passou a chamar Ouro Preto, em referência ao elevado teor de óxido de ferro e paládio na cidade, responsável por alterar a cor do ouro, deixando-o mais escurecido. Nessa época Ouro Preto se tornou a primeira capital das Minas Gerais.
Foi nesse mesmo período que nasceu Antônio Francisco Lisboa – Aleijadinho (apelidado dessa forma em razão a uma enfermidade que lhe deformou o corpo e os membros).
Influenciado pela arte Barroca, usando a pedra-sabão como matéria-prima, o artista criou obras como a Igreja de São Francisco de Assis e o conjunto de esculturas Os Doze Profetas.
E com essa história, Ouro Preto é hoje considerada uma das cidades históricas mais bem preservadas do país, atraindo milhares de turistas todos os anos.
Se você tiver mais dias para essa viagem, no blog Fora da Zona de Conforto, você encontra um roteiro de 7 dias por Minas Gerais, passando pelas cidades de São João Del Rei, Tiradentes, Ouro Preto, Belo Horizonte e Capitólio.
Descubra Ouro Preto em 2 dias
Quando ir a Ouro Preto?
Tratando-se de uma cidade histórica e turística, Ouro Preto pode ser visitada durante todo o ano, sendo mais movimentada nos feriados e finais de semana.
O feriado de carnaval é a época de maior movimento da cidade, haja vista que o carnaval de Ouro Preto é um dos mais famosos do Brasil. Mas, nesse caso, a ideia seria curtir o carnaval, e não fazer uma viagem turística.
Às segundas-feiras as igrejas fecham, então esse também não seria um bom dia para visitação.
Em julho acontece o Festival de Inverno de Ouro Preto e Mariana, deixando a região bastante movimentada.
O melhor clima para passear pela cidade é o clima dos meses de abril, maio, junho, julho, agosto e setembro. Fui em setembro e o clima estava ótimo: calor e sol durante o dia e fresquinho à noite.
Entre novembro e fevereiro há maior probabilidade de chuvas na região.
Como chegar em Ouro Preto?
Ouro Preto está localizada a cerca de 100 quilômetros de Belo Horizonte e a forma mais fácil de chegar é alugando um carro em BH.
A estrada tem bastante curvas, mas é bem sinalizada. Indo devagar e com cautela você se sairá bem!
Andamos muito a pé, mas Ouro Preto é uma cidade cheia de ladeiras, então estar de carro ajuda bastante quando a ideia é ir da igreja mais baixa até aquela situada no topo da cidade.
Aos finais de semana a cidade costuma ficar lotada, então encontrar vaga para estacionar o carro não é uma tarefa tão simples.
Porém, entre vantagens e desvantagens, ainda acho que é útil ter um carro para se locomover por Ouro Preto, até porque você poderá dar um pulinho em Mariana, que fica a 14 quilômetros de distância.
Onde se hospedar em Ouro Preto?
Embora Ouro Preto seja uma cidade pequena, você encontrará diversas opções de hospedagens, desde as mais simples opções como os hostels, até pousadas e hotéis cinco estrelas com muito luxo e requinte.
De modo geral, as hospedagens da cidade reservam detalhes históricos em suas construções e decoração. As mais charmosas são aquelas com varanda para a rua (rendem belas fotos).
As hospedagens mais procuradas são as que se localizam no centro da cidade, próximo à Praça Tiradentes.
Se você busca uma pousada bem localizada na cidade, boas opções são: Pousada dos Meninos (um bom custo benefício) e Hotel Solar do Rosário (o mais luxuoso de Ouro Preto).
Caso não se importe em ficar em um local mais afastado, vale à pena das uma olhada na Pousada Chão de Minas, que me pareceu ter uma boa estrutura, mas não fica na cidade de Ouro Preto, sendo esse o ponto negativo (está a 18 quilômetros do centro de Ouro Preto).
Onde comer em Ouro Preto?
Adorei as opções gastronômicas da cidade! Além de ter me alimentado muito bem, os lugares eram todos charmosos e fofinhos, com vistas bonitas e bom atendimento.
O melhor deles na minha opinião é o restaurante O Passo Pizzajazz, pois tem um cardápio cheio de opções deliciosas, o ambiente é perfeito, bem no centro da cidade, e conta ainda com um solarium com vista para a rua.
O meu segundo preferido foi o restaurante Tropea Cantina e Armazén, que tem o mesmo estilo do primeiro:
O terceiro da lista é o Café Geraes/Escadabaixo – durante o dia funciona o Café Geraes e a noite o Escadabaixo. Esse é uma boa opção se você busca um lugar mais animadinho, com música tocando e mais movimento (é uma mistura de restaurante com bar).
Outra sugestão que eu não cheguei a conhecer, mas vi boas recomendações é o Bené da Flauta, um restaurante do mesmo estilo que O Passo e com pratos mais elaborados.
Para quem busca culinária típica, fica como sugestões os restaurantes Casa do Ouvidor e Conto de Réis.
O que conhecer em Ouro Preto?
Ah Ouro Preto, que delícia de cidade! Sabe aquele lugar que você pode não ter nenhum roteiro pré-definido, nenhuma programação estabelecida e, mesmo assim, tudo será perfeito?
Ouro Preto é assim! O clima bucólico já foi o suficiente para me apaixonar pela cidade histórica mais bem preservada do Brasil. Uma cidade que respira história, arte e cultura a cada esquina.
E o que seria da cidade se não fosse seu povo? Ouro Preto marca ponto de novo, assim como toda Minas Gerais de forma geral, pois quando penso num povo simpático e receptivo, MG me vem à cabeça logo de cara (sem falar no sotaque mineiro né, que pra mim é o mais lindinho do Brasil!).
Caminhar pela cidade conhecida por suas ladeiras de paralelepípedos é fazer uma viagem no tempo.
Não deixe de passear pela Rua Direita (a mais movimentada de Ouro Preto), entrar nas lojinhas de pedras preciosas lapidadas e depois parar para um café… Opções de cafés não faltam!
Conhecer Ouro Preto (antiga Vila Rica e capital mineira de 1720 até o final do século XIX) é conhecer a história do Brasil, o apogeu do ciclo do ouro, a vida sofrida dos que trabalhavam nas minas, o lema e objetivos da Inconfidência Mineira e com ela a história de Tiradentes (quem aí lembra do furto da cabeça de Tiradentes logo na primeira noite após sua morte? Lá em Ouro Preto você terá a oportunidade de relembrar toda a história).
Fundada pelos bandeirantes no início do século XVIII com o nome de Vila Rica, Ouro Preto (nome que surgiu após a independência do Brasil) foi o primeiro lugar do Brasil a ser considerado Patrimônio Mundial da UNESCO. Muita gente não sabe, mas a cidade já foi a mais populosa da América Latina em 1730.
Mas hoje, o que o mais se destaque em Ouro Preto, é a arte sacra, estampada e esculpida através de suas igrejas de arte Barroca, capelas e casários, fazendo da cidade um verdadeiro museu a céu aberto.
A arte barroca de Ouro Preto veio à tona com o movimento modernista na década de 1920, quando as obras de Aleijadinho e Mestre Ataíde foram compreendidas como as primeiras manifestações de arte e cultura genuinamente brasileira.
Passei por quase todas as igrejas (são mais de 20), mas não ingressei em todas. A ideia é escolher aquelas que mais lhe interessarem e investir na visita, pois não vai dar para conhecer todas num roteiro de poucos dias.
*Atenção: todas as igrejas fecham às segundas-feiras.
Igreja de São Francisco de Assis
Construída em estilo barroco-rococó, a Igreja de São Francisco de Assis é uma das mais conhecidas do Brasil, pois sua fachada foi projetada porAntônio Francisco Lisboa – o Aleijadinho, e a parte interna foi pintada pelo Mestre Ataíde, um dos mais famosos pintores brasileiros do período colonial.
Aleijadinho atestou a evolução ao empregar curva e contra-curva, que afeta sobretudo a nave e a fachada da igreja, introduzindo um tipo totalmente novo na arquitetura, razão pela qual a igreja é considerada o expoente máximo da obra-prima da arte colonial brasileira.
Embora apresente decoração mais leve e simples quando comparada com outras igrejas da cidade, a Igreja de São Francisco de Assis foi classificada como uma das setes maravilhas de origem portuguesa no mundo.
O interior é cheio de obras em madeira entalhada e dourada. E o mais bacana é que na mesma visita você também poderá conhecer o Museu do Aleijadinho, no fundo da igreja.
A Igreja São Francisco de Assis fica em frente à Feirinha de Pedra Sabão.
Endereço: Largo do Coimbra, em frente à Feira de Pedra Sabão.
Horário de funcionamento: de terça a domingo, das 8h30 ás 12h e das 13h30 às 17h.
Valor: R$ 10,00 a inteira e R$ 5,00 a meia.
Basílica de Nossa Senhora do Pilar
Na Igreja Matriz Nossa Senhora do Pilar, há aproximadamente 434 quilos de ouro, fazendo dela a segunda mais rica do país (atrás somente da Igreja de São Francisco, em Salvador).
O primeiro templo foi construído em madeira, no final do século XVII. Em 1728 a comunidade demoliu o templo e construiu um novo, que foi concluído em 1733.
Essa igreja representa uma obra-prima da arte colonial brasileira e hoje abriga o Museu de Arte Sacra de Ouro Preto, que reúne imagens, documentos e algumas das vestimentas usadas na celebração do Santíssimo Sacramento.
Sua planta foi projetada pelo arquiteto Pedro Gomes Chaves.
Endereço: Praça Monsenhor João Castilho Barbosa, Pilar.
Horário de Funcionamento: de terça a domingo das 9h às 10h45 e das 12h às 16h45.
Valor: R$ 10,00 a inteira e R$ 5,00 a meia entrada.
Igreja de Nossa Senhora do Carmo
A Igreja de Nossa Senhora do Carmo teve sua construção iniciada em 1756 e concluída em 1780. Alguns altares e a pedra entalhada da fachada são atribuídos a Aleijadinho e o altar mor é obra do Mestre Ataíde.
Ela foi decorada pelo pai de Aleijadinho, que tinha influência do estilo barroco-rococó, mas as portas, o lavabo, os púlpitos e alguns de seus altares são obras do próprio Aleijadinho.
Mais um diferencial da igreja são seus painéis de azulejos portugueses. Todas as paredes inferiores da capela principal são decoradas com azulejos portugueses.
Um texto-guia é emprestado durante a visita, devendo ser devolvido ao final.
Endereço: Rua Brigadeiro Musqueira, s/n.- Centro.
Horário de Funcionamento: de terça a domingo, das 8h30 às 11h e das 13h às 17h.
Valor único: R$ 3,00.
Igreja de Nossa Senhora do Rosário
A Igreja de Nossa Senhora do Rosário, cuja construção teve início em 1765, é diferente de todas as demais, haja vista suas construções ovais.
Sua planta foi considerada revolucionária, pois formada por dois corpos edificados ovais, encaixados um no outro em forma de oito.
É a maior expressão da arte barroca e seu projeto é de autoria desconhecida. Essa igreja tem seis altares laterais e púlpitos em granito e ferro.
Endereço: Largo do Rosário, Rosário. Ouro Preto.
Horário de Funcionamento: de terça a domingo das 13h às 16h45.
Não há taxa para visita.
Igreja de Santa Efigênia
Sua construção é datada de 1720 a 1785 e, conforme reza a lenda, a igreja foi construída por Chico Rei e sua tribo, com o ouro tirado da mina da Encardideira.
Os negros frequentavam essa igreja, razão pela qual o sincretismo religioso é forte.
Há vários santos negros, além da pintura de um papa negro. A imagem de Nossa Senhora do Rosário, na fachada, é atribuída a Aleijadinho.
A Igreja de Santa Efigênia está no topo da colina, de onde se tem uma abrangente visão da cidade.
Após chegar ao alto da ladeira, mais 42 degraus de escadaria. A igreja foi construída sobre uma plataforma e tem um anexo do lado esquerdo – o portão do cemitério da Irmandade.
Endereço: Rua Santa Efigênia, Alto da Cruz.
Valor: R$ 5,00 inteira e R$ 2,50 meia entrada.
Igreja de Nossa Senhora da Conceição
Mais um grande exemplo de arte sacra do período Barroco, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição foi projetada por Manoel Francisco Lisboa, pai de Aleijadinho, inclusive, o túmulo dele e de seu filho se encontram na igreja.
Construída entre 1727 e 1746 no lugar onde havia uma antiga capela erguida pelo bandeirante Antônio Dias, em 1699, razão pela qual a igreja também é conhecida como Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias.
A igreja está fechada par reformas desde 2013 e, por essa razão, que o Museu do Aleijadinho que, originalmente era aqui, foi transferido para a Igreja de São Francisco de Assis.
Endereço: Praça Antônio Dias, s/n – Antônio Dias.
Igreja de São Francisco de Paula
A Igreja de São Francisco de Paula foi a última igreja construída no período colonial, entre os anos de 1804 e 1898.
Esta é a igreja mais alta de Ouro Preto, localizada no alto de um morro, motivo pelo qual se torna possível avistá-la de diversos pontos da cidade.
Chama atenção pela fachada. Com o projeto de autoria do Capitão-Mór Francisco Machado da Cruz, essa construção se arrasta por todo o século XIX, sendo as obras interrompidas por insuficiência de recursos da Irmandade.
Endereço: Rua São Francisco de Paula, Centro.
Horário de Funcionamento: de terça a domingo das 9h30 às 13h.
Não há taxa para visita.
Praça Tiradentes
A Praça Tiradentes inicia sua história no século XVIII. Ali abrigou, nas primeiras décadas do século XVIII, a Casa de Fundição, um mercado de escravos e a Capela de Santa Quitéria.
A Praça Tiradentes também foi palco de um grande marco da Inconfidência Mineira: a exposição da cabeça do mártir da Independência – Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes (em 1792).
Ao redor da praça estão as principais atrações da cidade, como o Museu da Inconfidência Mineira, o Museu de Ciência e Tecnologia e a estátua de Tiradentes (estátua erigida segundo decreto de 1891 da Constituinte Mineira e inaugurada em 21 de abril de 1894, tendo o italiano Virgilio Cestari como autor do projeto).
Até os dias atuais, a praça central de Ouro Preto é ponto dos principais eventos culturais e políticos da região.
Museu da Inconfidência
Eis o lugar perfeito para relembrar um pouco a Inconfidência Mineira.
Para homenagear a Inconfidência Mineira e todos seus protagonistas, foi criado o museu que abriga objetos e documentos da época, obras de arte que foram importantes para a formação do estado de Minas Gerais e os restos mortais dos inconfidentes, incluindo de Tiradentes.
O museu possui mais de 4 mil objetos, com exemplares de praticamente todas as esferas da vida social mineira dos séculos XVIII e XIX.
No piso inferior é apresentada a infraestrutura da evolução econômica, social e política e no superior a superestrutura da criação artística de Vila Rica.
O museu está localizado no centro histórico de Ouro Preto, na Praça Tiradentes.
O horário para visitação é de 12h às 18h de terça a domingo, e o valor do ingresso é de R$10,00.
Museu da Ciência e Técnica da Escola de Minas
O Museu da Ciência e Técnica da Escola de Minas funciona onde já foi o antigo Palácio dos Governadores, erguido entre 1741 e 1748.
Seu desenho foi elaborado pelo engenheiro José Fernandes Pinto Alpoim. Possui uma capela de 1781 e um chafariz de 1752. No prédio residiram governadores e presidentes até 1897, quando a capital de Minas foi transferida para Belo Horizonte.
A partir daí foi ocupado pela Escola de Minas e hoje sedia vários museus da Universidade Federal de Ouro Preto: Mineralogia (coleção com mais de 20 mil exemplares – uma das maiores do mundo), Ciência e Técnica (peças de valor histórico, científico e tecnológico), Metalurgia (objetos utilizados na fabricação de aço e alumínio), Historia Natural (acervos de zoologia, antropologia e paleontologia procedentes de várias regiões do país. Destaque para o crânio do Homem de Lagoa Santa) e Astronômico (destaque para o observatório de 1911).
Casa Dos Contos
A Casa dos Contos é um museu gratuito em Ouro Preto.
O local foi residência do administrador de impostos da capitania de Minas, João Rodrigues de Macedo, onde mais tarde serviu para abrigar a Junta da Real Fazenda e a Intendência do Ouro, recebendo por isso a denominação de Casa dos Contos.
Inclusive, Cláudio Manuel da Costa foi preso e encontrado enforcado em uma de suas celas.
Em suma, foi construída entre 1782 e 1784 e desde então já serviu como esconderijo para os membros da Inconfidência Mineira, já foi Casa de Fundição, Casa da Moeda, Secretaria da Fazenda e Prefeitura.
Possui um grande acervo de documentos e objetos da era colonial, além de uma coleção de moedas e cédulas que fizeram parte da história econômica do Brasil.
A Casa dos Contos é uma das poucas casas ouro-pretanas onde ainda existe uma senzala.
Endereço: Rua São José, nº 12, Centro.
Horário de Funcionamento: 10h às 17h de terça a sábado, e até às 15h aos domingos.
Não há taxa para visita.
Feira de Artesanato
Mais conhecida como a “A Feirinha de Pedra Sabão” – a maior parte dos produtos lá vendidos são feitos desse tipo de pedra (uma das principais matérias-primas usadas por Aleijadinho em suas obras).
A feirinha é formada por mais de 50 bancas que vendem desde joias até artesanatos e esculturas. Os preços são bons e tem muita coisa bonita para casa (o problema foi trazer).
Minas de Ouro
Visitar uma antiga mina de ouro é mais uma das opções de passeio em Ouro Preto.
Além de curioso, é importante conhecer de perto como eram as péssimas condições às quais os escravos eram submetidos dentro das minas, lugar perigoso, insalubre… Uma situação realmente deplorável.
Como dica de minas que podem ser visitadas listo: Minas do Palácio Velho (aberta para visitação em 2016), Mina Jeje, Mina Chico Rei e Mina da Passagem.
Mariana em uma manhã
Aproveitamos a manhã do domingo para conhecer um pouquinho de Mariana.
Passamos pela Igreja São Pedro dos Clérigos, logo na entrada da cidade, pela praça da cidade e pelas igrejas gêmeas.
A Igreja de São Pedro dos Clérigos é templo católico barroco fundado em 1731, mas as obras só começaram em 1753 com a preparação do terreno, e avançaram com muita lentidão, com ciclos de atividade e paralisação, prolongando-se até o século XIX e jamais sendo concluída, sendo abandonada em torno de 1820 sem que as torres tivessem sido erguidas.
A decoração do interior também não foi executada, salvo o altar-mor, e mesmo este ficou incompleto, nunca recebendo a típica douração e pintura. Porém, é uma obra de talha em madeira de qualidade superior, e abriga uma estátua de São Pedro. É desenhada sobre duas elipses entrelaçadas e um módulo retangular na parte posterior, que é ocupado pela sacristia.
Já as Igrejas Gêmeas, que estão localizadas na Praça de Minas Gerais, possui uma história bem interessante: a construção das igrejas era motivo de disputa entre duas famílias ricas que queriam mostrar quem tinha mais poder na cidade.
Uma das igrejas é chamada de Igreja de São Francisco de Assis que foi toda projetada por Aleijadinho, e a outra é a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, com uma requintada capela, construída no estilo barroco.
Na igreja São Francisco de Assis (a maior, da esquerda), existem vestígios e influência de Aleijadinho, além das três imagens da Paixão (tabernáculo, altar-mor e altar de Santa Isabel). Trata-se de uma construção em estilo rococó, sendo um marco religioso, social, artístico da cidade e do estado.
A Igreja Nossa Senhora do Carmo teve sua construção iniciada em 1784. Destaca-se das outras igrejas da cidade pela fachada, com florões na portada e torres cilíndricas, o que lhe dá um ar soberano e a primazia na arte e no belo. Foi erguida pelos irmãos da Ordem Terceira do Carmo. Em seu interior, os altares são em talha, no estilo Rococó.
Caso esteja sem carro, você pode ir até Mariana de trem (Maria Fumaça). Esse trecho ferroviário que liga Ouro Preto a Mariana encanta os visitantes com seus 18 quilômetros de história e cultura.
A ferrovia foi construída em 1883 e hoje é administrada pela Vale do Rio Doce, que a revitalizou e manteve os vagões dos trens com suas características originais.
É possível escolher entre viajar no vagão comum ou no panorâmico, que oferece uma vista mais ampla, com janelas estendidas.
Os preços variam de acordo com o vagão e com o trajeto (só ida ou ida e volta).
E para fechar as dicas de Ouro Preto, durante sua estadia, não perca o por do sol visto da Igreja Nossa Senhora das Mercês e Misericórdias. Ali tem uma mureta que proporciona a mais bela vista para os amantes do por do sol!
Dica bônus: com mais mais tempo em Ouro Preto, baixe o aplicativo Cachoeiras da Estrada Real se quiser unir história e ecoturismo na mesma viagem.
Ouro Preto combina com? Para uma experiência completa envolvendo as cidades históricas de Minas Gerais, conheça também Tiradentes e aproveite as dicas do blog D&D Mundo Afora.
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